03 novembro 2017

#máquinazero - Ruim

Eu gosto de ir a cabeleireiros rapar a pouca lã capilar que tenho. "Pffff, saíste-me cá um nilas, ó Ruim." Certo. Ter uma gaja a lavar-me a pinha e outra a mimar-me o pêlo é de roto. Ir ao barbeiro cheio de gajos musculados de barba a passarem a navalha molhada junto às beiças é que é à homem. Mas voltando à minha ex-namorada no congelador #vacafria, um gajo quando entra num cabeleireiro cheio da gajedo com rolos na cabeça a lerem a Hola! de 2006, é prontamente olhado de cima a baixo como se fosse uma criança a entrar numa casa de strip por engano, tipo "o que é que este está aqui a fazer?". Quando pergunto se cortam o cabelo a homens, parece que estou a pedir um bife da alcatra numa sapataria dado o olhar de admiração que me lançam. Mandam-me sentar, cochicham e chamam-me logo de imediato para me lavarem a cabeça. Ora, é por isto que eu venho aqui, sabiam? Há qualquer coisa de maternal em ter uma gaja a lavar-nos a cabeça. Ali fico eu. Regalado. "A temperatura está boa assim?" - perguntam. "Sim, mãe... quero dizer, sim está óptimo!". Adoro sentir aquelas unhas de gel cheias de bom gosto a massajarem-me as ideias. Encaminham-me para a cadeirinha, vestem-me o bibe apertadinho no pescoço e - mais que certo - perguntam-me como é que quero cortar o cabelo. Aquele que não tenho. "Olhe, faça-me uma mise! Perca a cabeça!". Não, f#da-se. Máquina zero. Elas até têm de olhar para a máquina a ver se o zero existe. Aproveito sempre para dar uma espreitadela à vizinhança e um ouvidinho à cuscovilhice do bairro, mas o cabredo muda logo o discurso quando sentem o odor a macho. Rata velha é rata velha #sabemmuito. No final, sacam daquele espelho retrovisor de cabeças e pincelam-me com pó de talco no cachaço. Na hora de pagar é novamente uma confusão, porque nunca sabem bem o que devem cobrar por terem efectivamente cortado o cabelo a alguém que vai sair dali diferente de como entrou.
O único problema dos cabeleireiros são as gajas. As que lá vão. Devia haver um cabeleireiro que não pudessem entrar gajas!

Ruim
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31 outubro 2017

«não sei de que falas, quando falas de amor» - Susana Duarte

não sei de que falas, quando falas de amor,
nem o que dizes, quando me cicias flores de espanto
nos ouvidos-maio
onde os cabelos descobrem
nuvens novas de sede e de adeus
aos lamentos. não sei de que falas, quando prometes
madrugadas novas e algaço,
mar das minhas mãos, sargaço azul
de peixes voadores. não sei de que falas.

tornaste-te um estranho,
aurora plúmbea de todas as areias, raro
como as noites boreais
que nunca verei.

estranho ser que te descobres vertente úmbria
dos sonhos, imagem breve
da retina solta, imagem solta de um olhar breve,
poeta-imagem do corpo de outrora,
onde o dia se faz noite, e a noite, essa,
já não se demora sobre mim.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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Já não há spam como antigamente...


O meu email está a ficar uma cópia fiel da caixa de correio analógica. Já não recebo os enlarge your penis, mas tirando o spam...

Sharkinho
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Reencontra-a-Funda - o salão preparado para o Sãorau

Em 21 e 22 de Outubro, realizou-se o 20º Encontra-a-Funda: o Reencontra-a-Funda.
Cada mesa tinha uma peça da minha colecção e, nas paredes, havia quadros a óleo e acrílico, também da colecção. Os guardanapos estavam dobrados de forma... entesante. Sim, sim, eu disse interessante.
Uma pequena amostra da colecção de arte erótica «a funda São».