Como alguns dos seguidores do @instadoruim já perceberam, hoje fui à minha primeira sessão de depilação a laser na Maria Beneditta - Maison de Beauté em Torres Vedras. A boa gente desta cidade está sempre a pensar em mim, seja a pôr-me mais suavezinho ou a conservar-me em Vinha D’Alhos nos 6 dias do Carnaval. Uma vez por mês, irei relatar o que é ficar despojado da minha heterossexualidade aos poucos até ao ponto de me poderem chamar Cassandra daqui a uns meses. Todo o bom homem moderno gosta de aparar a relva quando uma jogadora salta do banco (para a cama), mas a coisa é sempre feita às três pancadas com uma Gillete e, se um gajo não tem cuidado, acaba por tirar sashimis do próprio corpo. Cremes depilatórios e afins são tão agradáveis como entalar os tomates na porta do pendura de um Seat Ibiza e nem vamos falar da cera. Ou vamos? Vamos. Sabem onde é que a cera deve estar? Nas velas. Sabem onde é que a cera não deve estar? No meu peito. Assunto cera encerrado. Sobra o quê? Depilação a laser. Há todo um imaginário masculininfantil aqui em jogo, pois eu associo lasers a Star Wars. Aliás, eu e todos os homens-crianças. Senhoras, este é o selling point da depilação a laser para os vossos queridos:
- Chewbacca, que tal irmos tirar essa lã toda?
- Isso dói!
- É uma pistola que faz patshiu-patshiu. Que tal? E compro-te um balão e um gelado!
A coisa é bastante simples: entras na Maria Beneditta, ignoras a beleza das raparigas, evitas fazer piadas tipo “Olá, Gira. Não sei o teu nome, mas como tens cara de gira…!”, entras numa salinha parecida com a dos filmes do Saw, tiras a roupa, ouves uma série de mentiras sobre aquilo não doer rigorosamente nada, finges que acreditas, passam-te um gel fresquinho no lombo, evitas fazer piadas tipo “Ó Gira, faltou ali um bocadinho de gel nos…” e começas a levar tiros laser com uma pistola dos códigos de barras que se vê na caixa de alguns hipermercados. Escusam de fazer esta piada. Eu fiz e ouvi “é isso mesmo, o porco está em saldo!”. Não dói assim tanto. Dica: não chamem nomes à rapariga que ela não gosta. É complicado resistir a chamar nomes a alguém quando estás a levar com tiros laser na entremeada, mas não sejam infantis. Por exemplo, eu decidi chamar nomes às peças de mobília que estavam na sala:
- Não está a doer nada, mesmo nad…AHHHHH! SUA CADEIRA… SUA… ODEIO-TE, CADEIRA. Mesa. Aquela mesa é nojenta. Odeio aquela mesa…. Ah… agora não está a doer… isto até é fix…AHHHHH, VAI PARA A ESTANTE QUE TE PARIU, MESA. Cadeira… ai… ainda falta muito?
Quanto mais forte, viril e máscula for a tua penugem, mais irá custar. Por isso, se fores uma transmontana, prepara-te para sofrer. Estou a brincar. Elas não se depilam!
- Então e nós, Ruim? – perguntam as mais de 35000 seguidoras a quem este post se destina e que não vivem em Trás-Os-Montes.
Vocês podem e devem fazer isto JÁ. Se eu que pareço um urso pardo ganhei coragem, está na hora de vocês – suas princesinhas de buço – fazerem algo por vocês próprias sem ser olharem para a balança e dizerem “isto não deve estar a funcionar bem!”.
Para o mês que vem, a ver se gravo um vídeo da sessão.
Ruim
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