"Ontem, na feira de Leiria, lembrei-me de ti."
Gotinha
30 maio 2018
29 maio 2018
«do desapego» - Susana Duarte
as luzes da noite
nunca serão mais
do que apenas olhos
à procura
das geometrias
dos corpos
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Foto: Julia Margaret Cameron
Pura poesia
Ganhamos a dois, sempre que arrastamos a jogatana para cima de uma cama e abrimos o jogo. Sem trunfos na manga da roupa que deixamos, na pressa com que amamos, espalhada pelo chão.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
Sharkinho
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»Dia» e «Noite»
Par de pinturas em óleo sobre madeira, com duas mulheres nuas em paisagens bucólicas.
Provenientes de França, assinadas por Aecoq, devem ser apreciadas ao vivo, pois as fotos não lhes dão o devido valor.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
... procura parceiro [M/F]
Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Provenientes de França, assinadas por Aecoq, devem ser apreciadas ao vivo, pois as fotos não lhes dão o devido valor.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
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28 maio 2018
O drama das cuecas desirmanadas
E eu apenas sentir-me pecador?
Patife
@FF_Patife no Twitter
27 maio 2018
«está a chover» - bagaço amarelo
O último carro que passou era branco. Não sei a marca. Sei que antes de atravessar a estrada que dá para o maior supermercado da cidade, olhei para o lado direito num movimento que me é, de certa forma, pensado. Ainda não me habituei totalmente ao sentido do tráfego na Inglaterra e o meu primeiro impulso é sempre olhar para o lado esquerdo. O meu segundo movimento pensado seria, caso pudesse, atravessar a passadeira mesmo com o vermelho aceso. Chovia a cântaros.
O carro branco que passou era conduzido por uma mulher. Os nossos olhares cruzaram-se por uma fracção de segundo. Depois o motor tossiu e ela acelerou até desaparecer na curva seguinte.
No fim nada. Só a memória fresca dos olhos negros que tinham acabado de me tocar como se fossem vento frio. A cidade ficou deserta, mas mesmo assim os semáforos continuavam a alternar as luzes vermelhas e verdes num gesto mecânico, repetitivo e ausente. Talvez, durante uma parte da minha vida, eu tenha vivido assim, da mesma forma, repetindo gestos diariamente só porque sim. Talvez tenha sido um olhar fugaz como este a despertar-me para a vida e a fazer-me mudar.
Nunca fui muito influenciado por grandes discursos, sermões ou histórias. Já alguns olhares, abraços ou beijos foram capazes de alterar totalmente o sentido minha vida. É como se, de repente, o voo de uma borboleta pudesse alterar o percurso e o destino de um navio com um leve golpe de asas. É isso um beijo, por exemplo.
Andei por aí. Abriguei-me em alguns Amores do tamanho de um casarão até ser expulso. Digo-o assim, porque é sempre a sensação que nasce com o fim duma paixão, a de se ser um sem-abrigo. Depois a realidade transforma-se lentamente em memórias líquidas e incertas e nós andamos por aí até acabarmos no cruzamento deserto duma pequena cidade inglesa. Os semáforos funcionam sem motivo aparente, como quase todo o mundo, mas um olhar furtivo acordou-nos e faz-nos perceber o bom que é estar vivo.
Está a chover.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Postalinho da Figueira da Foz
"Tetraedros do molhe da praia da Figueira da Foz, a aproveitar um dia de sol, de pernas bem abertas."
Paulo M.
Paulo M.
26 maio 2018
«escreverei à meia noite do poema» - Susana Duarte
escreverei à meia noite do poema,
onde se desfazem as pedras das calçadas
e os teus passos.
escolheste seguir as pedras de ontem,
e os caminhos levantaram pó.
dos teus passos.
escreverei à meia noite do poema,
onde o vento desfez a noite, ela própria
uma ave assustada ante a imensidão
do desejo.
morrem os corpos na espera,
enquanto a meia noite do poema se declina
na cor das cerejas.
é na confluência dos dedos
que se desocultam as noites dos corpos,
entidades desejantes, meia noite das vidas
nuas, encontro sobre o leito,
ventos-sul do peito,
quando a meia noite do poema
se escreve nas peles.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook
Foto: Julia Margaret Cameron
onde se desfazem as pedras das calçadas
e os teus passos.
escolheste seguir as pedras de ontem,
e os caminhos levantaram pó.
dos teus passos.
escreverei à meia noite do poema,
onde o vento desfez a noite, ela própria
uma ave assustada ante a imensidão
do desejo.
morrem os corpos na espera,
enquanto a meia noite do poema se declina
na cor das cerejas.
é na confluência dos dedos
que se desocultam as noites dos corpos,
entidades desejantes, meia noite das vidas
nuas, encontro sobre o leito,
ventos-sul do peito,
quando a meia noite do poema
se escreve nas peles.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Foto: Julia Margaret Cameron
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