27 julho 2018

DiciOrdinário - vamos à terceira?

A primeira edição do DiciOrdinário resultou de muitas ideias lançadas pelas visitas e pelos visitos do blog «a funda São».
Esta segunda edição tem mais 314 entradas... e não queremos ficar por aqui. Venham-se sugestões para a terceira!
Podes encomendar o DiciOrdinário aqui:
(com direito a dedicatória personalizada pela São Rosas)


#fosguismo - Ruim

"Fosga-se". Não há expressão mais conas. Nem conas é tão conas como "fosga-se". É a desvirtuação do foda-se (assim, sem #), f#da-se. É pôr uns sapatos de vela e um polo no foda-se, f#da-se. O "fosga-se" tem como intenção suavizar um foda-se. Ora, um foda-se, tem de ser bem dado (como o verbo) e "fosga-se" é uma rapidinha mal dada de foda-se. "Fosga-se" é um foda-se de contrafacção. "Vai-te fosguer!". Que bonito, sim senhor.

Nem quando se deixa cair uma mola da roupa se diz "fosga-se!". "Puta das molas, mais o caralho!" é o mais correcto. O "fosga-se" é parente próximo do "filha da porta", porque uma merda nunca vem só. Mas que caralho de foda-se é uma "filha da porta", caralho? Se estão a falar da filha da Júlia Peixeira da porta número 28 do Intendente, eu até percebo. Nem se atrevam a concatenar esta merda em "filha da porta, fosga-se" ou podem abrir uma fenda no tecido do espaço-tempo e são sugados para um universo em que todas as pessoas falam assim.

É aceitável dizer "fosga-se" em que situação? Nenhuma. Mas se não resistirem a essa vontade imensa de foder a língua portuguesa de missionário, dedos entrelaçados e olhos nos olhos, façam-no nas seguintes situações:

"Não trouxe sacos de plástico. Vou ter de os pagar, fosga-se!"
"Acabou-se o leite de amêndoa, fosga-se."
"Pedi à filha da porta da Cláudia para trazer rúcula e ela esqueceu-se, fosga-se!"

Porque um gajo dizer "dei com os cornos no bico do exaustor, fosga-se" não é nada. É menos de nada, foda-se.

Foda-se.

Ruim
no facebook

26 julho 2018

Amor Ímpossível

Hoje acordei, com uma sede insaciável
Não de água, mas de ti e do teu corpo

Preciso,

Necessito,
Que me rasgues a pele, ou que me toques suave,

Preciso,

Que beijes meus lábios, num novo encontro,

Preciso,

Ver teus olhos brilhar, piscar e reluzir
Ver de novo, esse sorriso, que amo, e me faz sorrir

Por isso vem, pois eu sinto-te a cada momento,
Não precisas de fazer loucuras, sê apenas minha no momento
Eu e tu, princesa e príncipe, sem castelo encantado

Juntos num sonho, que lutamos para se manter na realidade

Lutarei,

Lutarás,

E só assim poderemos vencer,

Porque um amor assim, é perfeito demais, para morrer.

(há 5 anos alguém que me amou, escreveu isto e desapareceu) 
Da nem sempre, mas às vezes, vossa Pink Poison

«T.O.C.» - Adão Iturrusgarai


A sétima posição

Ampola de vidro da Marinha Grande com um casal no interior, que se junta às 6 ampolas que deram início à colecção.




A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

25 julho 2018

Orgasmos cerebrais

ASMR – Autonomous Sensory Meridian Response, ou em português, Resposta Sensorial Autónoma do Meridiano – é o termo que se refere a um fenómeno biológico caracterizado por uma agradável sensação de formigamento, geralmente sentida na cabeça, couro cabeludo ou regiões periféricas do corpo em resposta a vários estímulos visuais, auditivos e cognitivos. Segundo alguns pesquisadores da Universidade de Sheffield, em South Yorkshire, o ASMR pode causar um “orgasmo cerebral”.
Via Sweetlicious





Postalinho da estátua diurética

"Uma estátua em Salzedas!"
Fernanda Carvalho



Alta tensão


24 julho 2018

«quando chegares» - Susana Duarte

quando chegares, não acendas a luz:
ilumina-me com o futuro liquefeito dos teus dedos
e olha-me, com a vertente solar
dos teus olhos.

quando chegares, avisa as aves:
soletra cada uma das plúmulas com que desenhaste
as ausências, essas, que fizeram de ti
o sonho apátrida
das noites.

ilumina-me, então, com o voo abrupto
dos desejos sobre os lábios;
com a sombra ambígua
das manhãs

e com o eco vago das quimeras.

quando chegares, não acendas senão o peito,
e olha em redor das mágoas:
saberás que as noites
apátridas

têm recantos onde as aves
se iluminam; onde as plúmulas desenham círculos
na madrugada, e as mulheres se entregam às brumas.

talvez saibas, então, qual dos caminhos
trilhar. no voo abrupto das aves
sem nome.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook

Rica fruta!


Jovem desempregada expõe a sua fruta, tentando reunir uns trocos para a compra de vestuário.

Sharkinho
@sharkinho no Twitter


Phile nº 2 - Winter 2018

Revista sobre a sexualidade - "Jornal internacional do desejo e da curiosidade - Phile é uma revista semestral que explora subculturas, tendências e comunidades sexuais obscuras e bem conhecidas de um ponto de vista sociológico abrangente."
Junta-se a muitas centenas de revistas da minha colecção.









A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

23 julho 2018

Jontex - «Papel de embrulho de rebuçados comestível»

Trilogia de contos (2/3) - «Rosalva e Cornélio» - Chama a Mamãe

A Rosalva, trintona, toda em forma de violão, morava na pacata cidadezinha de Belterra (aliás, nem cidade ainda era, mas sim um município da Cidade de Santarém, no Estado do Pará). Casada com (predestinado) Cornélio, adorava as músicas e cantores da Jovem Guarda, especialmente do Erasmo Carlos e Roberto Carlos.
Cornélio cercava a Rosalva como galo quando está querendo meter o esporão na galinha. Um ciúme exacerbado. Incontrolável. Via, em qualquer pessoa do sexo masculino, um rival em potencial. E nem precisava que o pretenso rival tivesse um corpo esculpido em academia. Para Cornélio, um homem era um homem e, portanto, perigo iminente de perder a amada Rosalva para algum concorrente.
A mente do Cornélio vivia em polvorosa. Quando saiam, seja para passearem ou irem a missa, até o assobio de um passarinho ele já cogitava ser alguém assobiando para a Rosalva. Afinal, ela chamava a atenção (e inveja) até da mulherada, com aquele corpo todo enrijecido, pernas alongadas e um bumbum que parecia “moldado” para a esposa do Cornélio.
Quando Cornélio não podia acompanhar Rosalva, não permitia que ela fosse sozinha a qualquer lugar, ainda que a companhia fosse filha da vizinha, a Nanda, por quem o Cornélio não tinha muita simpatia. Mas, afinal, era mulher.
Na cabeça do Cornélio, mulher não era perigo.
E a Rosalva? Como ela mesma se intitulava, uma “santa”! Só se fazia acompanhar, para qualquer lugar, com o marido ou com a Nanda, amiga desde sempre.
Cornélio, casado há quase 15 anos com Rosalva, não teve um emprego seguro, em que precisasse ter um horário definido para labutar. Por conta disso, ausentava-se de casa conforme a necessidade do serviço que se lhe aparecia. Não saia de casa, porém, sem antes se certificar de que Rosalva iria permanecer em casa, e, caso saísse, já deixava negociado com Nanda para acompanhar a mulher.
E Nanda nunca recusou ou se fez de rogada, quando necessária (e desnecessária!) sua companhia à Rosalva. Em muitas das vezes, até se oferecia para tal “serviço”, embora não cobrasse do Cornélio absolutamente valor algum para a “função”. Era tudo por prazer, como ela costumava dizer.
E Cornélio, nessas ocasiões, sentia-se inteiramente tranquilo. E até arriscava dizer aos amigos o quanto cuidava de sua esposa, e criticava aqueles que permitiam que estas saíssem desacompanhadas.
Certo dia, Cornélio, chegando do serviço, foi dar uma incerta na bolsa da Rosalva, dizendo a si mesmo: “O seguro morreu de velho”. Já estava aliviado e quase arrependido de vasculhar as coisas da amada, quando percebeu um pedaço de papel, na cor vermelha, com muitas dobraduras, parecendo um origami, o que logo lhe chamou à atenção e acionou o “desconfiômetro”.
Foi desdobrando o minúsculo papel, e, à medida que seus dedos trêmulos abriam mais uma dobra, da sua testa caiam gotas de um suor quente, como se algo na cabeça estivesse a queimar.
“Meu amor, quando seu marido estará ausente, para termos mais horas, loucas e apaixonadas, para nós? Espero ansiosa por sua resposta. Beijos, amor. Assinado: Nanda”.
Tinha tanto medo de perder a amada, que aceitou a sugestão de ambas para morarem juntos, os três.
Acabou por se gabar aos amigos e vizinhança, que era o tal, que dava conta de duas mulheres. Essa foi a "negociação" com Rosalva e Nanda, para que ninguém soubesse que perdera a mulher para quem menos ele temia: outra mulher.
E viveram felizes por um bom tempo.

Quito Pereira
Blog Encontro de Gerações