21 agosto 2018

«não sei de que falas, quando falas de amor» - Susana Duarte

não sei de que falas, quando falas de amor,
nem o que dizes, quando me cicias flores de espanto

nos ouvidos-maio
onde os cabelos descobrem
nuvens novas de sede e de adeus
aos lamentos. não sei de que falas, quando prometes
madrugadas novas e algaço,
mar das minhas mãos, sargaço azul
de peixes voadores. não sei de que falas.
tornaste-te um estranho,
aurora plúmbea de todas as areias, raro
como as noites boreais
que nunca verei.
estranho ser que te descobres vertente úmbria
dos sonhos, imagem breve
da retina solta, imagem solta de um olhar breve,
poeta-imagem do corpo de outrora,
onde o dia se faz noite, e a noite, essa,
já não se demora sobre mim.

Susana Duarte
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Vários tipos de leite?

Umas têm rabo 🍑🍑
Outras têm muitas mamas 🍐🍐
Outras têm cérebro 👩
Eu tenho sempre fome 🤤🥗🥘
Maria Clara

Quanto às de "muitas mamas" é melhor falarmos com a NASA ou assim.

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

A Confraria do Príapo nunca mais se endireita...

Crónica do Zé Povinho na Gazeta das Caldas sobre a Confraria Murcha do Príapo.
Será que a Assembleia Geral, prevista para Setembro, lhe dará maior pressão sanguínea?
Da minha parte, como todos os restantes associados sabem, a minha colecção de arte erótica está disponível para ajudar na divulgação do tradicional falo das Caldas (embora toda a gente fale em caralho das Caldas e ninguém caralhe em falo das Caldas).


18 agosto 2018

«escreverei à meia noite do poema» - Susana Duarte

escreverei à meia noite do poema,
onde se desfazem as pedras das calçadas
e os teus passos.

escolheste seguir as pedras de ontem,
e os caminhos levantaram o pó
dos teus passos.

escreverei à meia noite do poema,
onde o vento desfez a noite, ela própria
uma ave assustada ante a imensidão
do desejo.

morrem os corpos na espera,
enquanto a meia noite do poema se declina
na cor das cerejas.

é na confluência dos dedos
que se desocultam as noites dos corpos,
entidades desejantes, meia noite das vidas
nuas, encontro sobre o leito,
ventos-sul do peito,
quando a meia noite do poema
se escreve nas peles.

Susana Duarte
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«Till the end» - Mário Lima



"Vai ser assim até ao fim dos tempos!"

Mário Lima