A vida no quartel decorria normalmente. Na aldeia, as cabindesas iam para a floresta buscar mais toros para a fogueira que faziam em casa ou tratar da pequena horta sustento do lar. Os homens, na sua maioria, não faziam nada. Sentavam-se à soleira da porta, iam ter com os amigos à tabanca ou bebiam o maruvo, seiva extraída da palmeira que depois de fermentada, tinha um grande valor alcoólico.
Muitas delas eram nossas lavadeiras. Levavam e lavavam a nossa roupa no rio Chiloango e depois de entregue, eram pagas pelo serviço prestado. Só que muitas não eram só lavadeiras, eram também companheiras de alguns tropas, fossem eles alferes, sargentos ou simples praças.
Naturalmente que ser de alferes ou sargentos, lhes dava maior garantia de sobrevivência, sim que aquilo era uma forma de sobreviver e não de amor. Saía uma Companhia, entrava outra e, para elas, vai-se um "amor" vem outro. O importante era que tanto o lavar de roupa, como o ser-se companheira de noites passadas na esteira, lhes desse para alimentar os rebentos.
Ela, uma linda cabindesa, ali estava à minha frente. Não era a minha lavadeira, a minha era mais velha. A sua barriga dilatada, denunciava uma gravidez. Vim a saber de quem era o filho que ali estava a ser gerado.
Mário Lima
Blog «A tua vontade é a tua vitória»
22 agosto 2018
21 agosto 2018
«não sei de que falas, quando falas de amor» - Susana Duarte
não sei de que falas, quando falas de amor,
nem o que dizes, quando me cicias flores de espanto
nos ouvidos-maio
onde os cabelos descobrem
nuvens novas de sede e de adeus
aos lamentos. não sei de que falas, quando prometes
madrugadas novas e algaço,
mar das minhas mãos, sargaço azul
de peixes voadores. não sei de que falas.
tornaste-te um estranho,
aurora plúmbea de todas as areias, raro
como as noites boreais
que nunca verei.
estranho ser que te descobres vertente úmbria
dos sonhos, imagem breve
da retina solta, imagem solta de um olhar breve,
poeta-imagem do corpo de outrora,
onde o dia se faz noite, e a noite, essa,
já não se demora sobre mim.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook
nem o que dizes, quando me cicias flores de espanto
nos ouvidos-maio
onde os cabelos descobrem
nuvens novas de sede e de adeus
aos lamentos. não sei de que falas, quando prometes
madrugadas novas e algaço,
mar das minhas mãos, sargaço azul
de peixes voadores. não sei de que falas.
tornaste-te um estranho,
aurora plúmbea de todas as areias, raro
como as noites boreais
que nunca verei.
estranho ser que te descobres vertente úmbria
dos sonhos, imagem breve
da retina solta, imagem solta de um olhar breve,
poeta-imagem do corpo de outrora,
onde o dia se faz noite, e a noite, essa,
já não se demora sobre mim.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Vários tipos de leite?
Umas têm rabo
Outras têm muitas mamas
Outras têm cérebro
Eu tenho sempre fome
Maria Clara
Quanto às de "muitas mamas" é melhor falarmos com a NASA ou assim.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
Outras têm muitas mamas
Outras têm cérebro
Eu tenho sempre fome
Maria Clara
Quanto às de "muitas mamas" é melhor falarmos com a NASA ou assim.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
A Confraria do Príapo nunca mais se endireita...
Crónica do Zé Povinho na Gazeta das Caldas sobre a Confraria Murcha do Príapo.
Será que a Assembleia Geral, prevista para Setembro, lhe dará maior pressão sanguínea?
Da minha parte, como todos os restantes associados sabem, a minha colecção de arte erótica está disponível para ajudar na divulgação do tradicional falo das Caldas (embora toda a gente fale em caralho das Caldas e ninguém caralhe em falo das Caldas).
Será que a Assembleia Geral, prevista para Setembro, lhe dará maior pressão sanguínea?
Da minha parte, como todos os restantes associados sabem, a minha colecção de arte erótica está disponível para ajudar na divulgação do tradicional falo das Caldas (embora toda a gente fale em caralho das Caldas e ninguém caralhe em falo das Caldas).
20 agosto 2018
19 agosto 2018
18 agosto 2018
«escreverei à meia noite do poema» - Susana Duarte
escreverei à meia noite do poema,
onde se desfazem as pedras das calçadas
e os teus passos.
escolheste seguir as pedras de ontem,
e os caminhos levantaram o pó
dos teus passos.
escreverei à meia noite do poema,
onde o vento desfez a noite, ela própria
uma ave assustada ante a imensidão
do desejo.
morrem os corpos na espera,
enquanto a meia noite do poema se declina
na cor das cerejas.
é na confluência dos dedos
que se desocultam as noites dos corpos,
entidades desejantes, meia noite das vidas
nuas, encontro sobre o leito,
ventos-sul do peito,
quando a meia noite do poema
se escreve nas peles.
Susana Duarte
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onde se desfazem as pedras das calçadas
e os teus passos.
escolheste seguir as pedras de ontem,
e os caminhos levantaram o pó
dos teus passos.
escreverei à meia noite do poema,
onde o vento desfez a noite, ela própria
uma ave assustada ante a imensidão
do desejo.
morrem os corpos na espera,
enquanto a meia noite do poema se declina
na cor das cerejas.
é na confluência dos dedos
que se desocultam as noites dos corpos,
entidades desejantes, meia noite das vidas
nuas, encontro sobre o leito,
ventos-sul do peito,
quando a meia noite do poema
se escreve nas peles.
Susana Duarte
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