06 outubro 2018

«quando chegares» - Susana Duarte

quando chegares, não acendas a luz:
ilumina-me com o futuro liquefeito dos teus dedos
e olha-me, com a vertente solar
dos teus olhos.


quando chegares, avisa as aves:
soletra cada uma das plúmulas com que desenhaste
as ausências, essas, que fizeram de ti
o sonho apátrida
das noites.

ilumina-me, então, com o voo abrupto
dos desejos sobre os lábios;
com a sombra ambígua
das manhãs

e com o eco vago das quimeras.

quando chegares, não acendas senão o peito,
e olha em redor das mágoas:
saberás que as noites
apátridas

têm recantos onde as aves
se iluminam; onde as plúmulas desenham círculos
na madrugada, e as mulheres se entregam às brumas.

talvez saibas, então, qual dos caminhos
trilhar. no voo abrupto das aves
sem nome.


Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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«Never ever» - Mário Lima



"... Nunca esperarás por mim!"

Mário Lima

«Deleite» - Rui Felício

«Copo de leite da vaquinha»
Arte da Ritzenhoff na colecção de
arte erótica «a funda São»


Lácteo céu, entremeado
Por rasgões onde o sol espreita
O meu amor, minha maleita
Fico quieto, inerte e só.
És um céu triste e pesado,
Meu confidente e meu deleite.
Mas que, desfeito, és leite em pó

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

05 outubro 2018

Postalinho de Praga - 12

"Sex Machines Museum (museu das máquinas do sexo), em Praga.
Como acontece com outros museus do erotismo, tem muitas peças que eu gostaria de ter... mas a colecção de arte erótica «a funda São» também tem muitas peças que este museu não tem.
Equipamentos para o prazer feminino..."
São Rosas





DiciOrdinário - um comentário que recebi

Adoro quando recebo uma opinião sobre o «DiciOrdinário ilusTarado», como aconteceu recentemente:

"Boa Tarde
O prometido é devido!
Mesmo um diciOrdinário não se lê, consulta-se!
Gostei da capa, paginação e das ilustrações.
O que consultei, gostei do descritivo
talvez seja excessivo… o NOVO… gosto do design das letras, mas tem páginas quase cheias da chamada de atenção… "que desvia a dita do conteúdo?"
Bjs e abraços"
M. M.

"Olá, M.
Obrigada pelo cuidado que tiveste em comentar o meu DiciOrdinário.
Concordo contigo. O "NOVO" deveria ficar muito mais discreto, mais pequenino. Se eu te disser que, até à penúltima revisão, ainda estava maior e eu pedi para reduzirem, já vês que eu tenho a mesma opinião.
Boas consultas!"
São Rosas

Ainda podes fazer a tua encomenda aqui. E, se quiseres, basta mencionares no formulário e posso enviar-te o DiciOrdinário com uma dedicatória.


#dalaimamismo - Ruim

"Não se pode dizer nada às grávidas do Facebook. São 9 meses a gerar vida no útero e 9 meses a gerar posts de merda com a mão. Não se pode dizer nada, porque dizem sempre o mesmo. Duas coisas em particular. A primeira é "tu não percebes porque não és pai" e a segunda - a minha preferida - é "olha Rui, desde que sei que vou ser mãe, descobri o sentido da vida" ao qual eu respondo "olha Cláudia, há um ano andavas a aviar gajos no Lux. Tu não és o Dalai Lama. És o Dalai Mama!"

Ruim
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04 outubro 2018

«Nirvana» - Áurea Justo

Retirou uma peça de roupa de cada vez e mostrou a nudez do corpo e do espírito na pureza da virgindade antiga de civilizações ingenuamente autênticas.
Zóia acedeu a entrar no jogo de sedução embora não estivesse à espera dessa atitude por parte da amiga, era uma sensação nova que surgia na sua vida tal como tantas outras...
O jovem beijou um mamilo e Pandora suspirou. Deitou-a cuidadosamente no leito apaziguador de desejos carnais e fundiram os corpos amando-se em êxtase.

In Nirvana

Áurea Justo
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«Encontre o coração» - Adão Iturrusgarai


Cartazes de três filmes eróticos franceses do final do séc. XX

«Une liaison pornographique» - Uma ligação pornográfica - 1999, de Frédéric Fonteyne com Nathalie Baye e Sergi Lopez.
«110 à 0!» - 110 a zero - 1977, de Raphael Delpard, ilustrado por Hurel.
«Le Déclin de l´empire américain» - O declínio do império americano - 1986, de Denys Arcand.
Juntam-se a outros cartazes de cinema na minha colecção.




A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

03 outubro 2018

Compras on line


«O Falo (tema dedicado a São Rosas)» - Mário Lima

Passava longas noites acordada. Algo tinha mexido com o seu espírito, com o seu estado de alma. Não sabia a razão porque acordava com pensamentos lúbricos, como se algo lhe faltasse naquela relação a dois que mantinha com homem que a seu lado dormia. O sonho era sempre com algo grande, algo que a penetrasse, que a rasgasse, não como antecâmara da morte, mas sim como o prazer da vida.
Na praia olhava para os outros homens. Mirava os casais e a atrapalhação de alguns machos quando o seu corpo roçava nem que fosse ao de leve, com aquelas formas estonteantes que se encostavam ao seu corpo. Elas ou se apercebiam do facto e olhando sorriam como brincando com a sua masculinidade ou, na maior parte das vezes, nem disso se apercebiam.
As ondas iam e vinham. Ora grandes, ora pequenas. O seu olhar deambulava por aquelas falésias perigosas onde as pessoas sem terem noção disso, ali procuravam sombra. Quando um dia cair um pedregulho em cima, terão a sombra completa.
O corpo a seu lado, dormitava. Levantou-se, olhou para o mar. Algures a Atlântida tinha-se afundado mas, no seu interior, as Amazonas continuavam a fazer dessa Atlântida o seu paraíso. A chefe guerreira, procurava homens para a satisfazer durante o tempo que lhe durasse o desejo do libido, e quando deles se cansava, seria mais um a fazer parte de um silo incrustado na parede, onde, empalhados, outros homens ali jaziam.
Sentia-se uma delas, guerreira e rebelde. Só num dos casos era bom não o ser, não se estava a ver com um seio direito mutilado para melhor uso do arco e da lança. Que Ártemis lhe perdoasse, mas isso nunca seria capaz de o fazer.
Os seus passos dirigiam-se abstratos da Praia dos 3 Castelos em direção à praia do Alemão. Ia São Rosas absorta nos seus pensamentos quando, olhando para uma falésia, viu o seu sonho ali bem vincado. Um grande falo estava em frente dos seus olhos. Por ali tinha passado numa deambulação anterior e essa imagem tinha-lhe ficado gravado inconscientemente no seu cérebro. Nunca tinha visto uma coisa assim e nunca iria ver. Coisas da natureza que dão imagens destas, que cada um interpreta à sua maneira ou não interpreta de maneira nenhuma.
Contemplou mais uma vez o seu "sonho" e, devagarinho como se não quisesse desfazer-se dele, voltou para trás. Deitou-se ao lado do homem que ainda dormitava e, colocando-lhe o braço por cima, agradeceu o facto de ele ter algo mais pequenino mas, que no fundo, fazia parte da sua felicidade.
Os olhos fecharam-se e nada mais veio perturbar o seu espírito.

Mário Lima


Postalinho narcisista

"Uma das muitas lojas de recuerdos da Baixa de Coimbra.
Mas... será que estou a ver bem?! Ao lado da porta..."


"... aquela ali..."


"... sou eu!"
São Rosas