24 outubro 2018
23 outubro 2018
«Surpreendes » - Susana Duarte
surpreendes as memórias,
num presente anunciado:
todo o tempo é terreno,
todo o mar salgado
é uma ave rara
por cumprir.
surpreendes, todavia, as memórias
e acordas as navegações
de um ventre oculto
onde as palavras mortas
recuperam a água
e renovam o vôo.
são águas novas,
as que se sobrepõem à morte.
são vôos novos,
de aves antigas. são vôos
delicados de aves temerosas.
são os dias
de agora. são os dias
das deusas e das estações.
são os dias das quimeras,
onde as aves atrasam o vôo
e as mulheres se entregam às nébulas,
tao rarefeitas como elas
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook
num presente anunciado:
todo o tempo é terreno,
todo o mar salgado
é uma ave rara
por cumprir.
surpreendes, todavia, as memórias
e acordas as navegações
de um ventre oculto
onde as palavras mortas
recuperam a água
e renovam o vôo.
são águas novas,
as que se sobrepõem à morte.
são vôos novos,
de aves antigas. são vôos
delicados de aves temerosas.
são os dias
de agora. são os dias
das deusas e das estações.
são os dias das quimeras,
onde as aves atrasam o vôo
e as mulheres se entregam às nébulas,
tao rarefeitas como elas
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Para que conste
"Para quem não sabe, mamas é o termo científico da coisa. Não é nem seios nem peito(s) nem maminhas nem mamocas. É mamas."
Pureza
Felizmente há quem saiba trazer para o Twitter as questões verdadeiramente importantes da sociedade. Quem me conhece sabe que não estou a brincar.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
Pureza
Felizmente há quem saiba trazer para o Twitter as questões verdadeiramente importantes da sociedade. Quem me conhece sabe que não estou a brincar.
Sharkinho
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Um casal em cada maminha
Soutien bege e preto com folhos, da La Perla Black Label, estampado com gravuras de casais em posições sexuais.
Junta-se à lingerie da minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
... procura parceiro [M/F]
Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Junta-se à lingerie da minha colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
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Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.
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22 outubro 2018
Postalinho de Praga - 18
"Arca (tumba?) em madeira na Basílica de S. Jorge, fundada no ano de 920 e que faz parte do complexo do castelo de Praga.
O santo, representado num dos topos da arca, tinha gosto em torres altas com telhado pontiagudo..."
São Rosas
O santo, representado num dos topos da arca, tinha gosto em torres altas com telhado pontiagudo..."
São Rosas
21 outubro 2018
Postalinho de Praga - 17
"Imagem de um cavaleiro, em mármore, na catedral de São Vito.
Até poderia ser muito macho, mas tem detalhes gay..."
São Rosas
Até poderia ser muito macho, mas tem detalhes gay..."
São Rosas
20 outubro 2018
«Escrevo-te» - Susana Duarte
escrevo-te, para que saibas onde estou
perdi-me para além das amoreiras bravas,
que me pintam os lábios, e a pele, e os sentidos,
com as cores profundas das noites azuis
escrevo-te, para que saibas onde estou
perdi-me para além dos oceanos, onde nereidas
consomem o sal sereno dos mares calmos,
e a história nos reescreve nos dias salgados da procura
escrevo-te, e quem sabe, descobrir-me-ás
onde as Náiades serenam as águas já doces
e as amoras me preenchem com o rubro das suas bagas,
e o sumo delas me escorre pelos lábio, que beijas,
na procura incessante dos horizontes para além dos quais me perdi
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook
perdi-me para além das amoreiras bravas,
que me pintam os lábios, e a pele, e os sentidos,
com as cores profundas das noites azuis
escrevo-te, para que saibas onde estou
perdi-me para além dos oceanos, onde nereidas
consomem o sal sereno dos mares calmos,
e a história nos reescreve nos dias salgados da procura
escrevo-te, e quem sabe, descobrir-me-ás
onde as Náiades serenam as águas já doces
e as amoras me preenchem com o rubro das suas bagas,
e o sumo delas me escorre pelos lábio, que beijas,
na procura incessante dos horizontes para além dos quais me perdi
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
«Faz hoje anos» - Rui Felício
Estudantes de Coimbra... das Caldas na colecção de arte erótica «a funda São» |
Ele namoriscava uma moça da terra da avó dele e queria ir até lá para estar com ela.
Tarei era a terra próxima de Vila da Feira onde teríamos que nos dirigir.
A dormida não seria problema, garantiu-me o Quim Reis. Ficaríamos uns dias em casa da avó, uma vivenda grande e antiga de rés-do-chão e primeiro andar. Quanto à viagem teríamos que a fazer à boleia pelo que, para a facilitar, convinha que fossemos de capa e batina.
E assim fizemos. Saímos do bairro e postámo-nos ao pé da Estação Velha.
Depois de três boleias diferentes, lá chegámos a Tarei.
As vindimas tinham ocorrido uns dias antes pelo que na manhã do dia seguinte, fomos convidados para irmos provar o vinho “monstro”, corruptela popular para designar o mosto.
Era um liquido dulcíssimo, obtido após a fermentação inicial, em que a quantidade de açúcar ainda elevada e não completamente convertida em álcool lhe dava um travo agradável ao paladar, encorpado, quase mastigável.
Já não me lembro de quantas adegas visitámos. Pareceria mal não retribuirmos a simpatia dos convites, razão pela qual em todas bebíamos um ou dois copinhos do néctar.
À tarde, regressados a casa, as tripas começaram a revolver-se, pois que o vinho “monstro” provoca desarranjos intestinais, segundo nos explicou serenamente a avó do Quim.
Depois de sucessivas correrias para a casa de banho até ao anoitecer, a juvenil idade ajudou a restabelecer a normalidade. E ainda bem, porque nessa noite estava programado, no terreno fronteiro à casa, um bailarico para assinalar o fim das vindimas.
Ao som de uma concertina, um bombo e um violão, os convidados dançaram freneticamente as modas que os músicos iam tocando.
O Quim com a sua namorada.
Eu, com a criada de servir da casa.
Mau grado o calor, e porque outra roupa não tínhamos levado connosco, dançámos vestidos de capa e batina.
A minha parceira de dança e eu, que os calores do tempo e da juventude incentivavam, enrolávamos os corpos colados num misto de alegria e desejo.
A certa altura, a rapariga, certamente convencida, pelo traje que usávamos, que nós éramos seminaristas, segredou-me:
- Você, para padreco, é muito atiradiço...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
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