04 dezembro 2018

«o silêncio» - Susana Duarte

[Para ti, amigo de todas as palavras.
E de todos os silêncios.]

o silêncio ocupa
as vagas, as marés, as ondas
sobranceiras às vertentes erodidas,
assim remetendo ao infinito
os sons deixados livres
pela mente

o silêncio ocupa
as mágoas, esvaziando os olhos
das imagens anteriores ao tempo
outrora ocupado pelas mãos
e pelos sonoros ecos
da nossa existência

o silêncio desocupa os corpos
quando os corpos se preenchem do outro,
eliminando as sombras das vertentes
úmbrias, onde alguém depositou
as memórias

Susana Duarte
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Fake news!

Só quando a senhora sentada duas mesas adiante na esplanada, com o companheiro em frente dela, abriu as pernas propositadamente quando eu calhei a reparar na sua mini-saia é que fiquei a saber que afinal era uma falsa loura.

Sharkinho
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Eros nº 2 e nº 5

Edição do 2º trimestre de 1987 numa edição limitada (150 exemplares) e edição do 2º quadrimestre de 1988 numa edição limitada (200 exemplares) de um fanzine português dedicado ao erotismo, editado por Geraldes Lino, com 20 páginas.
Como refere o seu faneditor, Geraldes Lino, Eros foi o único zine português declaradamente focado no erotismo pela via da banda desenhada. Criado em 1987, o zine teve direito a 9 números, tendo ficado em suspense 2 temas que o faneditor imaginara para os seguintes.
Duas pérolas históricas que se juntam à Eros nº 11 na minha colecção.




















A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

01 dezembro 2018

«no vôo das aves» - Susana Duarte

cabem todos os silêncios,
no vôo das aves

ininterrupto, o vôo das aves
cobre os silêncios
das vertentes úmbrias,
e as vozes das rochas,
e o bater dos corações
das pessoas tristes

cabem todos os silêncios,
no vôo ininterrupto das aves,
e cabem nele as vozes
que emprestei aos ventos

vou com as aves,
e entrego-me ao ar, vozeado
como as nuvens sobressaltadas,
inseguro como os amantes, voraz
como o tempo

e silencioso, como o vôo
das quatro aves
que me sobressalta o olhar
e me esconde as névoas

Susana Duarte
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