13 março 2019

Quem começa?

Era certo, porque o destino nos cruzou, que toda a noite a passasses comigo. Eras ainda mais bonito ao vivo, simpático muito querido. Como sempre te imaginei. Espantei-te quando te mandei baixar as calças, quando mostrei tudo o que dizia ser. 
No chão, numa manta fofa, em frente a uma lareira, chegaste à conclusão que era eu. 
Era eu quem se oferecia a ti de uma forma descarada, que, unida ao teu atrevimento, te deu ganas para sugares de mim todos os meus líquidos, sentidos, forças... E tu? Ficaste uma semana a pensar no próximo encontro de dezenas de orgasmos e as vezes que a minha linguagem ordinária te fez erguer mais do que estás habituado.
Espero-te.

Postalinho para barrar

"Comprei uma caixa de Planta.
Acho que ela não gostou de mim.
Mandou-me duas vezes para o caralho!"
Marco António


Pólvora seca?...

Desculpem o estrondo. 24 horitas sem pinar e mais parecia a recriação do homem-bala, tal a pujança com que a meita saiu do meu canhão.

Patife
@FF_Patife no Twitter

12 março 2019

«ondas devassadas» - Susana Duarte

há ondas devassadas
pelo silêncio
das areias,

onde as vertentes úmbrias
derrotam as névoas
e as mulheres
içam memórias

à altura dos seios
inanimados.

as ondas devassadas
falam de gaivotas
perdidas,

voo disperso,
fendido
pelas rochas,

salgada a procura, e
longínquas as asas.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
Facebook

Quem quer casar com o agricultor



HenriCartoon

69º mês

Jovem desempregada na sua luta desesperada para equilibrar as contas em cada mês

Sharkinho
@sharkinho no Twitter


Fotos de frescos dos lupanares de Pompeia

Lote de 4 pequenas fotografias dos anos 60.
Doação de Lourenço Moura para a minha colecção.






A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

11 março 2019

Já vos disse que adoro publicidade?



Motel Le Baron

«conversa 2197» - bagaço amarelo


Ela - Gostas das novas cortinas da sala?
Eu - Quais cortinas novas da sala?
Ela - As da janela, obviamente. Troquei-as a semana passada. As anteriores eram pretas e deixavam entrar pouca luz...
Eu - Ah! Gosto, gosto...
Ela - A sério que ainda não tinhas reparado?
Eu - Para ser sincero, não.
Ela -É bom saber que posso fazer o que quiser em casa que tu nunca vais ficar chateado.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

"Nos teus sonhos..."

Crica para veres toda a história
Livre arbítrio


1 página

10 março 2019

O fundo Baú - 7

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Menos de um mês depois do blog começar, em 3 de Dezembro de 2003, saiu a primeira publicação de defesa de causas relacionadas com o erotismo e a sexualidade. Considero este texto tão interessante que o transcrevo aqui:

Texto de Heloneida Stuart

"Eu tinha 13 anos, em Fortaleza, quando ouvi gritos de pavor. Vinham da vizinhança, da casa de Bete, mocinha linda, que usava tranças. Levei apenas uma hora para saber o motivo. Bete fora acusada de não ser mais virgem e os dois irmãos a subjugavam em cima de sua estreita cama de solteira, para que o médico da família lhe enfiasse a mão enluvada entre as pernas e decretasse se tinha ou não o selo da honra. Como o lacre continuava lá, os pais respiraram, mas a Bete nunca mais foi à janela, nunca mais dançou nos bailes e acabou fugindo para o Piauí, ninguém sabe como, nem com quem.

Eu tinha apenas 14 anos, quando Maria Lúcia tentou escapar, saltando o muro alto do quintal da sua casa para se encontrar com o namorado. Agarrada pelos cabelos e dominada, não conseguiu passar no exame ginecológico. O laudo médico registrou «vestígios himenais dilacerados», e os pais internaram a pecadora no reformatório Bom Pastor, para se esquecer do mundo. Realmente esqueceu, morrendo tuberculosa.

Estes episódios marcaram para sempre a minha consciência e me fizeram perguntar que poder é esse que a família e os homens têm sobre o corpo das mulheres. Ontem, para mutilar, amordaçar, silenciar. Hoje, para manipular, moldar, escravizar aos estereótipos. Todos vimos, na televisão, modelos torturados por seguidas cirurgias plásticas. Transformaram seus seios em alegorias para entrar na moda da peitaria robusta das norte-americanas. Entupiram as nádegas de silicone para se tornarem rebolativas e sensuais, garantindo bom sucesso nas passarelas do samba. Substituíram os narizes, desviaram costas, mudaram o traçado do dorso para se adaptarem à moda do momento e ficarem irresistíveis diante dos homens. E, com isso, Barbies de fancaria, provocaram em muitas outras mulheres - as baixinhas, as gordas, as de óculos - um sentimento de perda de auto-estima. Isso exatamente no momento em que a maioria de estudantes universitários (56%) é composta de moças. Em que mulheres se afirmam na magistratura, na pesquisa científica, na política, no jornalismo. E no momento em que as pioneiras do feminismo passam a defender a teoria de que é preciso feminilizar o mundo e torná-lo mais distante da barbárie mercantilista e mais próximo do humanismo.

Por mim, acho que só as mulheres podem desarmar a sociedade. Porque elas são desarmadas pela própria natureza. Nascem sem pênis, sem o poder fálico da penetração e do estrupro, tão bem representado por pistolas, revólveres, flechas, espadas e punhais. Ninguém diz, de uma mulher, que ela é de espadas. Ninguém lhe dá, na primeira infância, um fuzil de plástico,como fazem com os meninos, para fortalecer sua virilidade e violência.
As mulheres detestam o sangue, porque têm que derramá-lo na menstruação ou no parto. Odeiam as guerras, os exércitos regulares ou as gangues urbanas, porque lhes tiram os filhos de sua convivência e os colocam na marginalidade, na insegurança e na violência.

É preciso voltar os olhos para a população feminina como a grande articuladora da paz. E para começar, queremos pregar o respeito ao corpo da mulher. Respeito às suas pernas que têm varizes porque carregam latas d'água e trouxas de roupa. Respeito aos seus seios que perderam a firmeza porque amamentaram seus filhos ao longo dos anos. Respeito ao seu dorso que engrossou, porque elas carregam o país nas costas. São as mulheres que imporão um adeus às armas, quando forem ouvidas e valorizadas e puderem fazer prevalecer a ternura de suas mentes e doçura de seus corações.

Heloneida Stuart (jornalista/cronista)
Jornal do Brasil - 06/02/2001"

J. Wayne Higgs - «Pietá»

Um auto-retrato com Gail, Washington DC, 1979

Ex-voto 10