Burn 60 - «Fit lives longer» (quem está em forma vive mais)
01 abril 2019
«pensamentos catatónicos (350)» - bagaço amarelo
Uma das últimas memórias que tenho de Portugal, antes de emigrar, é a de um homem pobre a olhar para uma máquina de venda automática perto de Viseu. Ele tinha fome e era pobre mas entre ele e a comida havia um vidro, ainda por cima transparente.
Eu, na verdade e para além de um pouco assustado, também estava esfomeado. Era a minha viagem em direcção à fronteira para voltar sabe-se lá quando e como. Ia emigrar para tentar resolver o problema da Fome com F grande, mas naquele preciso momento bastava-me comprar um dos croissants mistos da máquina para acabar com a fome com f pequeno. Foi o que fiz, enquanto ele ao meu lado contava algumas moedas na palma da mão como se procurasse um grão de areia entre muitos.
Não me pediu dinheiro, mas ofereci-lhe um euro que me sobrou.
- Obrigado! - disse. - talvez ainda me safe.
Ele não sabe que me lembro dele, nem sequer que me ajudou a apaziguar os meus medos interiores com a frase dele. Aquele "talvez ainda me safe" era precisamente do que eu estava a fugir. Do "talvez" e do "safar". Também dos vidros transparentes que me impediam de ter uma vida digna no país a que chamava meu.
Quando me sentei de novo no autocarro tive finalmente a coragem de olhar pela janela, já que até então e desde que saíra de Aveiro pouco mais fizera do que olhar para os meus próprios pés. Era de Portugal que me despedia, também através de um vidro ainda por cima transparente.
A transparência é uma coisa estranha sempre que nos separa daquilo que precisamos, mas naquele momento ajudou-me. Segui uma estrada esguia que serpenteava os montes envergonhados, ladeada por casas com persianas normalmente corridas, muros altos penteados por cacos de vidro ou arame farpado, automóveis exibicionistas e alguns transeuntes quase sempre sós.
Só na fronteira é que tornei a fechar os olhos. Recuei um pouco de tempo até um abraço quente de um Amor terminado e a sua voz doce a chamar-me do nada.
- Adeus! - pensei.
Sempre que procuramos a saudade vamos dar a uma mulher.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
31 março 2019
O fundo Baú - 10
O baú que deu início à colecção de arte erótica «a funda São» |
Após um mês de existência do blog, apresentei a minha imagem na altura. Digam lá que não tinha um penteado giro!
30 março 2019
«O carvalho» - Fernando Gomes
No fim do trilho dos malmequeres, perto da ribeira, vivia o imponente carvalho, secular testemunha de segredos obscenos e traições conjugais. Quando, na véspera do fim do mundo, as árvores adquiriram o dom da fala, o povo foi ao seu encontro, unido como nunca, agitando serras e machados. Naquela última noite, com todos os pecados feitos em lenha, a aldeia inteira dormiu em paz.
Fernando Gomes
Fernando Gomes
O cardápio da Márcia
Cartão de visita com a ementa da Tasca das Fodinhas, em Ponte de Lima.
Oferta de Nelson Silva para a colecção.
A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...
... procura parceiro [M/F]
Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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29 março 2019
No meu peito, um retiro
Vamos embora, encontrei na minha alma, no meu peito um
retiro chamado sossego.
Vamos embora que tenho pressa em fazer desse retiro os teus
braços, do calor da lareira, o calor do teu corpo.
O amor, o orgulho obrigam o frio a ficar à porta, toda a
noite. Carne contra carne, luta de almas, rasgo-me por dentro para num outro
plano entrar.
Sabes o que são "Alvísceras"?
O DiciOrdinário ilusTarado explica:
Alvísceras - do árabe al vísceras; tripa cagueira; alvíssaras pagas em géneros (como cantava o António Variações, "quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga").
Faz a tua encomenda aqui.
Se quiseres, basta mencionares no formulário e posso enviar-te o DiciOrdinário com uma dedicatória.
Alvísceras - do árabe al vísceras; tripa cagueira; alvíssaras pagas em géneros (como cantava o António Variações, "quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga").
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#swingismo - Ruim
Ando mortinho para que algum amigo me proponha uma troca de parceiras, um swing maroto entre casais. Tenho essa fantasia. Os quatro na mesma casa, meia-luz a criar aquele ambiente e eu dizer "vá, podes começar: discute com ele como discutes comigo e não te faças de tímida!"
Ruim
no facebook
Ruim
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28 março 2019
«De olhos nos olhos» - Áurea Justo
"De olhos nos olhos, ambos calados ouvimos o nosso profundo respirar.
Enroscada em ti, com uma perna entre as tuas, descanso segura no teu peito.
As tuas mãos há pouco percorreram o meu corpo numa aventura doce e suave, na descoberta de plácidos prazeres, os teus lábios nos meus.
Enfeitiçaste-me.
O teu contacto comigo é possessivo e eu sou tua."
In Notebook
Áurea Justo
no Facebook
Enroscada em ti, com uma perna entre as tuas, descanso segura no teu peito.
As tuas mãos há pouco percorreram o meu corpo numa aventura doce e suave, na descoberta de plácidos prazeres, os teus lábios nos meus.
Enfeitiçaste-me.
O teu contacto comigo é possessivo e eu sou tua."
In Notebook
Áurea Justo
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