05 fevereiro 2020

Grande boca

@ @ @ bannaple gas

Há um ror de anos que nos conhecíamos e ultimamente, esbarrávamos constantemente um no outro, no médico, na farmácia e até no supermercado. Trocávamos receitas para uma vida mais saudável que somos da colheita do mesmo ano, embora ele tenha mais uns meses por ser do início do ano e eu do fim.

Permutávamos também olhares e compreendi que ele me media o volume das mamas e o traçado das pernas tal como ele entendeu que lhe galei o rabo e tentei descortinar o tamanho do seu zézinho pelo que passámos à receita saudável seguinte de dar uns amassos e umas quecas cheias de desejo acumulado, tão intensas e tão rápidas que tocarmos nos sexos um do outro era uma excitação desmesurada e mal havia penetração, havia clímax.

Passado um mês cada vez precisava de mais minutos para chegar ao mesmo objectivo e comecei a sentir necessidade de preliminares e foi aí, Senhor Doutor, que pela primeira vez na vida conheci alguém que não recebia nem fazia sexo oral, alegando que tal destruia o respeito entre ambos e foi como se uma nuvem negra chovesse sobre mim a frase daquela abécula do Telmo do primeiro Big Brother que não queria que mulher dele pusesse a boca com que beijaria os seus filhos no seu pénis.
Já não bastam os venturas e chicões deste país para me catapultarem para a infância que ainda me faltava agora ter amantes tão retrógrados como esses conservadores fascitóides. É por isso, Senhor Doutor, que este país não avança.

Postalinho das eleições na Irlanda

"Olá São,

Aqui na ilha esmeralda é hora de tesão, ops, queria dizer eleição, é eleição. Maldito corrector ortográfico...
Beijos,"
Taberneiro Speedado



O poder da selfie



HenriCartoon

04 fevereiro 2020

o teu dom

Já te consideraram belo, um belo corpo, um belo homem. Tens de belo a tua voz, as palavras que me tocam  e os teus dedos sabem onde estar e quando estar.
Tens aquele encanto de acalmar com peito, de exaltar com os lábios e sorrir para iluminar a escuridão da tua ausência. Tu, tens o dom de me fazeres ser quem tu quiseres. Despertas o desejo mais carnal e a vontade forte de te ouvir a ter prazer, dás prazer, recebes... Impões e eu deixo. Sou tua.
Seja amante, seja a tua submissa, seja amiga ou apenas uma companhia.


Pink Poison

Le Meursius français ou L'academie des dames - tome second

Clássico da literatura erótica, numa edição de 1870 com 5 gravuras.
Tradução da obra "Aloisiae Sigeae Satyra Sotadica" de Nicolas Chorier. Segundo de dois volumes. O livro foi restaurado por Maria do Céu Ferreira, da Chronospaper (Coimbra) em 2019.
As fotografias são do livro antes do restauro.











A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook.

02 fevereiro 2020

O fundo Baú - 54

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»
Em 16 de Junho de 2004, fiz a convocatória para o primeiro encontro d'a funda São:

Quem quer jantar c'a São? (*)

Dia 25 de Junho (sexta-feira) - 19h00
Restaurante Simões dos Leitões - E.N. 1 - Mealhada
Inscritos até Agora (claro que ele vai) - São Rosas, Jorge Costa, Tiko Woods, Sónia, Matrix, Outsider, Karla Vainessa, Eye of the Tiger e Isso Agora... (cá está ele);
Faltam confirmar - toda a restante malta que quiser ir, claro. Gotiiiiinhaaaaaa! Diiiiiiidaaaaaaaas!

E o OrCa odeu:

A São passou-se, está visto
Agora deu-lhe p'ra isto
Raptar alguns leitões
Com cheiro fresco a marisco
P'r'àcolher as multidões
Que à Funda São pisam risco

Tiko, Costa, OrCa ou Isso
Sónia, Gotinha, Matrix
Mergulhador e Vainessa
Tudo aos molhos
E aos leitões
(Vai valer tirar os olhos
E outras mais confusões?...)

Arre, que lá vem um Macho
A São, o Mergulhador
Muff, Tongue e o Fantasma...
Fica-nos a alma pasma
Haverá tamanho tacho
P'r'àlimentar tanto ardor?...

OrCa

(*) não, não é cação... é leitão, mesmo

«totem vivo» - Susana Duarte

preciso do silêncio,
das aves

e da solidão nomeada
pelas sílabas
largas

do vôo por fazer.

preciso da sombra que nasce
da insuspeita asa
da árvore

que traduz o ar
e perpetua a vida.
preciso, enfim, da asa branca
das névoas quando o mar
incendeia as arribas,

derruba os fósseis
e reencaminha o ímpeto de viver.

é sobre o totem vivo
da tua vontade que me ergo.

diz-me onde estás.
Susana Duarte
Blog Terra de Encanto
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Ex-voto 57


01 fevereiro 2020

«Os perigos da poesia» - Fernando Gomes

Todos os dias ia à biblioteca e era sempre o primeiro a chegar. Requisitava um livro de poesia e sentava-se virado para a entrada. Mal a porta se abria, descolava disfarçadamente os olhos das palavras, observando quem chegava. Se não fosse uma mulher, voltava ao livro em menos de um segundo; se fosse, os olhos seguiam-na atentamente, na estéril tentativa de lhe ler a alma. Passou anos a fio nisto, entre poemas e sonhos, à espera da mulher da sua vida.

Um dia, tinha acabado de voltar da cafetaria onde engolira à pressa o rissol e o galão do costume, ela entrou. Ele não conseguia afastar os olhos daquela figura esbelta que distribuía ao mundo um sorriso sublime. Coincidência ou destino, ela sentou-se mesmo à frente dele. Foi aí que reparou: tinham pedido a mesma antologia poética. Tossiu secamente duas vezes. Ela ergueu cabeça, e ele arregalou os olhos para o livro dela, enquanto o indicador batia repetidamente na capa do seu. Ela sorriu, desta vez só para ele, e uma felicidade desmedida fê-lo tremer até aos ossos.

Não conseguiu ler nem mais um verso. Passou o tempo a rever mental e freneticamente tudo o que tinha planeado para tão ansiada ocasião: a pose, os gestos, as frases, o tom... Até à hora do fecho, os olhares cruzaram-se uma boa dúzia de vezes, tantas quantas ela lhe sorriu e ele corou violentamente, desviando a cara para o infinito, num infrutífero esforço de se mostrar alheio à omnipresença dela.

Quando a deusa saiu, seguiu-a. Já na rua, momentos antes de lhe falar, ainda compôs um pensamento eloquente em forma de quadra popular de métrica duvidosa:

Dou graças a cada instante
À espera na biblioteca.
O dia está cintilante,
E a vida já não é uma seca.

Nem queria acreditar. Tinha encontrado a mulher da sua vida. Ela estava ali, a três metros. Avançou, emocionado e decidido, longe de imaginar que a perderia poucos minutos depois. Na realidade, não teve prosa para ela.

Fernando Gomes

Poemas políticos e eróticos

Livro de poesia de Anne Quetzal.
Editora Rosmaninho, 1ª edição, 2017.
Poesia nunca é demais... na minha colecção.


A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 2.000 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

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