20 dezembro 2021

Fátima Murta & António Victorino D´Almeida - Afrodite (Antologia Sobre o Amor na Poesia Portuguesa)

"Disco falado". LP com declamação de poesias, Portugal, 1983. Inclui folheto com os poemas.
Lado A: Transforma-se o Amador Na Coisa Amada - Herberto Hélder; A Sombra do Amor (Excerto) - Teixeira de Pascoaes; Tu Que Renasces do Abandono Magia Verde - António Ramos Rosa; Amor - Irene Lisboa; Soneto de Amor - José Régio; Para Atravessar Contigo o Deserto do Mundo - Sophia De Mello Breyner Andresen; Povoamento - Ruy Belo; Segredo - Maria Teresa Horta; A Boca as Bocas - David Mourão-Ferreira; Canção - António Botto; 6º Motivo do Corpo - Natália Correia; Lado B: A Invenção Do Amor (Excerto) - Daniel Filipe; Como Eu Não Possuo - Mário De Sá Carneiro; Ambiciosa - Florbela Espanca; O Jovem Mágico - Mário Cesariny; Adeus - Eugénio de Andrade; Carta a Ângela - Carlos de Oliveira; Amo-te Muito, Meu Amor, e Tanto - Jorge de Sena; Poema - Fernando Pessoa
Mais um disco em vinil para a minha colecção.






18 dezembro 2021

«Fazer amor com controle» - Rui Felício


Vai para quinze anos fui parar ao Hospital de Santa Maria com uma tensão arterial altíssima. Estive umas horas no Banco de Urgências a fazer sucessivas medições da pressão arterial, ao mesmo tempo que os médicos de serviço me iam fazendo engolir comprimidos nem sei bem para quê.
 Lembro-me apenas de, a certa altura, também me terem dado uma injecção  com a finalidade de me obrigar a urinar. 
Explicaram-me que a expelição da urina pode facilitar a descida da pressão arterial. Não me doía nada, sentia-me relativamente bem, mas os valores das medições continuavam altos. A médica de serviço disse-me:- Não posso deixá-lo sair daqui com a tensão arterial tão elevada. Corre o risco de lhe dar alguma coisa já à saída do Hospital e voltar aqui com algum problema grave.
- Vai ter que ficar aqui em observação esta noite.
- Ok. Respondi eu. A Doutora é que manda.
Permaneci até às quatro da manhã no SO e depois mandaram-me para uma enfermaria com a tensão arterial já estabilizada.
No dia seguinte depois de almoço uma médica veio ter comigo à enfermaria, conversámos e ela disse-me que me ia dar alta acompanhado com uma receita de uma série de comprimidos para ir tomando.
--------------------------------------------------
Daí a 15 dias voltei ao Hospital para uma consulta que tinha ficado marcada pela médica. Auscultou-me e disse-me que estava tudo normal e que me ia mandar fazer uns exames.
 Perguntei-lhe quais seriam as precauções que devia ter no que respeita à alimentação. Mandou-me reduzir ou mesmo eliminar o sal, as carnes com demasiadas gorduras, enfim essas coisas que todos já ouvimos falar...E, claro, que deixasse de fumar.
Não me falou numa coisa que me preocupava e que para mim não é menos importante que a alimentação e o tabaco
.
Perguntei-lhe: Doutora e sexo?
E ela, franzindo o sobrolho: Diga?!!!
Retorqui-lhe, explicando: 
Sexo, Doutora! Fazer amor! Na minha ignorância de medicina, parece-me que a tensão arterial pode descontrolar-se quando se faz amor. E queria que me dissesse que precauções devo tomar. Ela compreendeu e recomendou:
 Bom, são coisas naturais a que o organismo se adapta, não havendo razão para medidas especiais,  mas reconheço que nada custa prevenir  os riscos. 
 Recomendo-lhe que, nesses momentos, mantenha algum controle da tensão, evitando excessos e exageros.
Como sou obediente, desde então, tento fazer amor ( quando calha...) com o medidor de tensão apertado no meu braço e o tubo ligado a um monitor que comprei e mandei pendurar na parede do quarto, para onde olho de vez em quando, fazendo o que a médica mandou:
Controlando a tensão arterial que o monitor vai indicando...

Reedição de um conto Felício publicado aqui em 3 de Setembro de 2016

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Sexo en Verano (2019)

«Sexo no verão». Revista «El Jueves» especial nº 2.201. Espanha, 2019.
Mais uma revista de humor na minha colecção.

16 dezembro 2021

Sabes o que é uma "Descoberta"?

O DiciOrdinário ilusTarado explica:

Descoberta - diz-se da mulher quando o homem sai de cima.

Faz a tua encomenda aqui. Se quiseres, basta mencionares no formulário e posso enviar-te o DiciOrdinário com uma dedicatória.
A editora (Chiado) já não tem este livro à venda. Só o encontras aqui!

Caretas do diabo

Pequena estatueta em bronze do diabo, com uma grande cauda e com o pénis erecto.
O diabo em mais uma peça da minha colecção.



15 dezembro 2021

Postalinho do Algarve

"Ah, lunáticos de Ferragudo!..."
Paulo M.



Erotismo Nº 1

Single, Portugal. Anos 70.
Avisos na contracapa: "Se Tem Menos de 18 Anos / Se Tem Mais de 81 Anos, não oiça! É Mesmo "IMPRÓPRIO". É Mesmo ´ERÓTICO´. Impróprio para menores de 18 Anos.
Mais um disco em vinil para a minha colecção.


14 dezembro 2021

Nova calamidade atinge os lares de idosos...




Luís Gaspar lê um poema sem título de Nadine Stair


Se pudesse voltar a viver a minha vida,
da próxima vez gostava de fazer mais erros.
Descontraía. Fazia mais disparates.
Levaria menos coisas a sério.
Corria mais riscos. Acreditava mais.
Subia mais montanhas e nadava em mais rios.
Convidava os amigos mesmo que tivesse nódoas
na carpete.
Usava a vela em forma de rosa antes de ela se
estragar no armário,
Sentava-me na relva com os meus filhos
sem me preocupar com as manchas verdes na roupa.
Tinha rido e chorado menos em frente da televisão
e mais em frente da vida.
Tinha contado mais anedotas e visto
o lado cómico das coisas.
Tinha descoberto menos dramas em cada esquina,
e inventado mais aventuras.
Se calhar, tinha mais problemas reais,
mas menos problemas imaginários.
É que, sabem, sou uma dessas pessoas que vive
com sensibilidade e sanidade hora após hora,
dia após dia.
Oh, tive os meus momentos,
e se pudesse fazer tudo de novo, outra vez,
tinha muitos mais.
De facto, não tentaria mais nada.
Apenas momentos, uns após outros,
em vez de viver tantos anos à frente de cada dia.
Fui uma dessas pessoas que nunca foi a lado nenhum
sem um termómetro, botija de água quente, casaco para
a chuva e pára-quedas.
Se pudesse fazer tudo outra vez, viajava mais leve do que viajei.
Se tivesse a minha vida para viver de novo,
começava mais cedo a andar descalça na Primavera,
e ficava sempre assim, mesmo mais tarde, no Outono.
Ia a mais bailes.
Cantava muitas mais canções.
Diria muitos mais «amo-te» e «desculpa».
E apanharia mais papoilas.

Nadine Stair

Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa