17 junho 2007
16 junho 2007
Os Terrores de Santo António Uns Dias Depois
Foto: Malandrices das Caldas
Santo António, santo de pau
ao pular de carnes em fogo
Quase queima o altar
onde o prendem os devotos
É o ouvido das confissões.
De meninas em hormonas
De senhores em aflições
e ele santo: - Por quem me tomam?-
Mas diz isto muito baixinho
preparando a tal desgraça
Pensam que eu sou muito bonzinho
- 'Pera aí que isso já te passa! -
- Ele, que minutos a quer na cama,
E ela p'ra vida na cama o quer
e eu no meio desta mama
-Tenho é mais que fazer.
Deito então as mãos à obra
encho-os de beijos e manjericos
dou-lhes maçã, escondo a cobra
depois de casados, já não é comigo
Fico livre por mais um ano
Salto do altar e nada sobra
Sou perfeito, do sino badalo
que entre copos e saias dobra.
Charlie
O OrCa ainda consegue dar uma ode depois de outra:
"ao António e aos outros santarrões:
o Santo António ladino
é bicho de grande escola
ao colo traz o menino
na toga a sarapitola
santo cioso de bilhas
de que as moçoilas se ufanem
vai às fontes minhas filhas
quebrando-as mal as abanem
no mais nós somos tristonhos
mas nos santinhos que temos
fazêmo-los seres medonhos...
são santinhos como demos
danados p'rà brincadeira
namorados, garganeiros
arranjam sempre maneira
de se safarem lampeiros
vão à fonte pelas bilhas
mas tudo o mais não enjeitam
são santinhos-maravilhas
com as moças bem se ajeitam
sejam mais novas, mais velhas
por trás de moita ou postigo
mais ladinas, mais azelhas
a todas chamam um figo..."
O Nelo não pode ouvir falar em odes que quer logo pôr-se no meio (a chamada sandes de Nelo):
"Orca melhér faz um tempão
Que nam te via aparesser
Neste broshe que é da Ção
Ela como tu, uma grande melhér
Tameim és do Çanto Toino
Deçe Çanto de pau feito
Ai melhér que já nam á homes
cumo os avia tam a jeito
Mas os tempos stão mudados
Nada éi d´antigamente
Çó tu Orca, melhér çabes
cumo as coizas stão diferentes
e per iço fizeste beim
em botar a puezia
Ao menus ainda á alguéim
Que enche o Nelo de alegria
Fico intão sperando em fogo
Teu bater há minha porta
Morro çe te tardas, fofo
Meu querido home-Orca.
Nelo, broshista de çervisso"
Fantasia...
Andas a seguir-me há dias. Sinto a tua presença por todo o lado. Nunca consegui ver-te o rosto. De dia, sinto o teu olhar preso ao meu corpo quando ando na rua, mas não te consigo ver. À noite, sim, o teu vulto recorta-se em contra-luz. No início, assustavas-me. Pensei que podias ser algum tarado, um violador que me vigiava, que estudava os meus hábitos para me encurralar mais tarde. Hoje, sei que não é assim. Se me quisesses fazer mal, serias uma sombra invisível para me poder surpreender melhor. Tu queres que eu saiba que existes. És como um admirador que, passo a passo, quer conquistar a minha confiança e o meu desejo.
Encontro todos os dias, à minha porta, uma rosa vermelha embrulhada em papel de seda, sem cartão. Na caixa do correio, papelinhos rabiscados com palavras insinuantes. Sei que deveria ter cuidado mas não consigo parar de pensar em ti. Levanto-me com outro ânimo, todas as manhãs. Sinto a essência da rosa à minha porta.
À noite, deito-me na cama a desejar que os teus dedos batam na porta. Espreguiço-me, nua, nos lençóis e quase sinto as tuas mãos a acariciarem-me a pele. Fecho os olhos. Vejo o teu vulto a aproximar-se. Sinto o teu fôlego quente no meu pescoço. A ideia de ti arrepia-me. As tuas mãos nos meus seios. O ar que expiras sobre o meu ventre. Ouço os nossos gemidos, diluídos nas gotas de suor dos nossos corpos entrelaçados. Excita-me o teu cheiro intenso de homem. Os teus lábios beijam a orquídea palpitante do meu sexo. És o fósforo que me incendeia. Acordas a lava adormecida no meu vulcão. Não sentes como o meu desejo por ti se tornou obsessivo? Porque demoras tanto a possuir-me? Uma vaga de prazer submerge-me…
Acordei de novo na minha cama vazia, ainda quente dos meus devaneios de ti. À porta, uma rosa. Será esta noite, finalmente?
Quironn (13.06.2007)
Rêverie inspirada no videoclip Self Control, da Laura Branigan
CISTERNA da Gotinha
Mr. Limpy: eu fico com o Large.
Estava em cima de um poste de 20 metros: desistiu de protesto ao ver mulher em topless.
Adriana Lima: galeria com 73 fotografias.
15 junho 2007
A quem possa entesar... digo, interessar...
O MN não é egoísta e manda-nos esta notícia do «The Sun»: A impressionante actriz Jessica Alba declara que está a fim de de um encontro de uma noite, desde que o homem vá embora na manhã seguinte. A curvilínea jovem de 23 anos gosta da ideia de ter intimidade com muitas e diferentes pessoas porque adora fazer experiências de sexo. Ela declarou à Cosmopolitan: «Só gostaria de saber como é estar com diferentes pessoas. Não me parece que uma mulher seja uma puta se gostar de sexo. Eu poderia ter um encontro de uma noite e sou o tipo de rapariga que de manhã olha e é do tipo 'tens mesmo que estar aqui?' Não preciso de mimos e coisas dessas porque sei o que isso é e não quero experimentar mais. Julgo que muitas mulheres tentam mais só para não se sentirem tão mal por quererem apenas sexo. Eu não tenho problemas em querer apenas sexo. Nunca tive. Mesmo quando era virgem e queria casar com o primeiro gajo com quem dormi, nunca me julguei por isso. Mas agora chega de andar por aí a namorar»."
Entesados... digo, interessados?
14 junho 2007
Homem vs Mulher
"A ideia moderna de que os homens têm uma maior inclinação sexual, enquanto as mulheres precisam de ser mais persuadidas e coagidas ao sexo, pode ser falsa. Um dos factores que contribuem para esta confusão é a grande diferença de idades em que as mulheres e os homens atingem o seu auge de desejo e capacidade sexual: dezanove nos homens, perto dos quarenta nas mulheres. A ideia de que as mulheres são intrinsecamente menos interessadas no prazer sexual também pode ser auto-satisfatória — é a noção de que absorvem noções societárias daquilo que deve ser o seu desejo sexual".
Em Margolis, Jonathan (2005, 2004) A história íntima do orgasmo, Lisboa, Bizâncio.
Eu andava para escrever sobre isto. Não consigo fazer melhor!
Deixo um desejo: que o facto de não ser comum vermos mulheres de 40 com rapazes que poderiam ser seus filhos... tenha que ver apenas com estarem demasiado ocupados em casa a consumirem-se reciprocamente! :-D
E, ainda, partilho uma alegria: vou ter mais satisfação do que a que tenho actualmente, dado que ainda "só" vou fazer 39 anos? IUPI!!!
Em Margolis, Jonathan (2005, 2004) A história íntima do orgasmo, Lisboa, Bizâncio.
Eu andava para escrever sobre isto. Não consigo fazer melhor!
Deixo um desejo: que o facto de não ser comum vermos mulheres de 40 com rapazes que poderiam ser seus filhos... tenha que ver apenas com estarem demasiado ocupados em casa a consumirem-se reciprocamente! :-D
E, ainda, partilho uma alegria: vou ter mais satisfação do que a que tenho actualmente, dado que ainda "só" vou fazer 39 anos? IUPI!!!
Depois queixam-se que os jovens... e tal...
"Ser-se jovem em Portugal e pedir ajuda de planeamento familiar arrisca a, mais de metade das vezes, ouvir um não da parte dos centros de saúde, hospitais e delegações do Instituto Português da Juventude (IPJ), segundo um estudo da Deco, associação de defesa do consumidor.
O estudo da Deco, sobre este serviço, a ser publicado na edição de Junho da Revista Teste Saúde, baseou-se em 85 visitas anónimas feitas por jovens entre os 15 e 20 anos, que procuraram uma consulta de planeamento familiar.
«Em 49 estabelecimentos, os utentes não passaram da recepção» afirma a Deco. Destes, 27 encaminharam os colaboradores da associação para o centro de saúde da sua área de residência, mesmo depois destes afirmarem que não queriam fazê-lo por falta de à-vontade para tratar do tema com conhecidos. Em dez casos não foram sequer apresentadas alternativas à recusa de atendimento e em 12 houve um encaminhamento para Centros de Atendimento a Jovens ou delegações do IPJ.
Das 36 consultas analisadas pela Deco, só quatro chumbaram por esquecimento de se falar do preservativo e da sua importância na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
Face aos resultados do estudo, que revelam que há um abismo entre o que diz a lei e a prática, a associação de consumidores considera indispensável que o Ministério da Saúde tome medidas para reduzir a taxa de maternidade adolescente e prevenir as doenças sexualmente transmissíveis."
Artigo do Correio da Manhã indicado pela Matahary
Assim não! O direito dos jovens à informação sobre sexualidade, sem tabus e hipocrisia, é decerto uma causa pela qual vale a pena lutar.
O estudo da Deco, sobre este serviço, a ser publicado na edição de Junho da Revista Teste Saúde, baseou-se em 85 visitas anónimas feitas por jovens entre os 15 e 20 anos, que procuraram uma consulta de planeamento familiar.
«Em 49 estabelecimentos, os utentes não passaram da recepção» afirma a Deco. Destes, 27 encaminharam os colaboradores da associação para o centro de saúde da sua área de residência, mesmo depois destes afirmarem que não queriam fazê-lo por falta de à-vontade para tratar do tema com conhecidos. Em dez casos não foram sequer apresentadas alternativas à recusa de atendimento e em 12 houve um encaminhamento para Centros de Atendimento a Jovens ou delegações do IPJ.
Das 36 consultas analisadas pela Deco, só quatro chumbaram por esquecimento de se falar do preservativo e da sua importância na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
Face aos resultados do estudo, que revelam que há um abismo entre o que diz a lei e a prática, a associação de consumidores considera indispensável que o Ministério da Saúde tome medidas para reduzir a taxa de maternidade adolescente e prevenir as doenças sexualmente transmissíveis."
Artigo do Correio da Manhã indicado pela Matahary
Assim não! O direito dos jovens à informação sobre sexualidade, sem tabus e hipocrisia, é decerto uma causa pela qual vale a pena lutar.
Dktorzi - sempre a produzir novos trabalhos
Lembram-se de termos falado aqui do Dktorzi, nosso compatriota que estava a pensar mudar-se para a Alemanha "à procura de uma vida melhor"?
Tem-me enviado alguns exemplos dos trabalhos que tem vindo a fazer à comissão.
Eis um dos mais recentes:
Gata tigrada, personagem do livro Katmandu
de Shanda Fantasy Art Comics, anthro que passou um bom bocado na companhia de uns rapazinhos mais energéticos e está de momento a descansar, banhada nos prazeres deles
Entretanto, enviou-me o primeiro esboço de um novo trabalho com a Nekomata:
Nekomata - esboço
Tem-me enviado alguns exemplos dos trabalhos que tem vindo a fazer à comissão.
Eis um dos mais recentes:
Gata tigrada, personagem do livro Katmandu
de Shanda Fantasy Art Comics, anthro que passou um bom bocado na companhia de uns rapazinhos mais energéticos e está de momento a descansar, banhada nos prazeres deles
Entretanto, enviou-me o primeiro esboço de um novo trabalho com a Nekomata:
Nekomata - esboço
13 junho 2007
O mito das batatas fritas
Ela nem queria acreditar que eu ia trocar o bife suculento e com batatas fritas da Portugália por uma açorda de gambas. Desde a faculdade que não convivíamos assiduamente e nesses tempos de cantina era certo o empadão no dia a seguir ao da carne assada, tal e qual como os pastéis de bacalhau depois do dito com grão.
Ela casara apesar de se lamentar de pagar mais impostos por isso mas gabava a festa com direito a igreja florida e tudo o mais numa quinta própria para este tipo de mercado e falava empolgada do casalinho que já tinha.
Claro que queria saber de mim e lá tive de puxar do telemóvel para lhe mostrar uma fotografia que ela comentou aliviada que até que enfim eu escolhera uns ombros largos, uma cara simétrica e uma atraente altura ou mais simplesmente, um gajo mesmo apetitoso que sempre a arrepiara a minha atracção por fuinhas ou gordos com o denominador comum de serem palavrosos e irónicos. Contra-argumentei que não escolhera um garanhão e que só reparava nos dentes quando ele se ria e até extravasei que se lixasse o seu património genético nessa matéria embora com dificuldade ela me acreditasse perante a visão de um exemplar consensualmente aceite como bonito. Esclareci que o admirava como agente cobridor pelos compassos tão acertados aos meus como dançarinos profissionais mas não tencionava ser mãe dos seus filhos o que despertou nela a necessidade imediata de me repetir a prédica da mulher incompleta sem essa experiência como se o destino fosse um conjunto de normas para cumprir .
Foi neste passo que me lembrei da matemática e fazendo ali umas contas na toalha de papel avaliei que subtraído o tempo de cópula e de sono sobrava muito mais tempo que sem palavras e empatia de ideias engendravam uma relação tão monótona como um micro-ondas em que o prato gira e torna a girar apenas porque para isso foi programado.
Ela casara apesar de se lamentar de pagar mais impostos por isso mas gabava a festa com direito a igreja florida e tudo o mais numa quinta própria para este tipo de mercado e falava empolgada do casalinho que já tinha.
Claro que queria saber de mim e lá tive de puxar do telemóvel para lhe mostrar uma fotografia que ela comentou aliviada que até que enfim eu escolhera uns ombros largos, uma cara simétrica e uma atraente altura ou mais simplesmente, um gajo mesmo apetitoso que sempre a arrepiara a minha atracção por fuinhas ou gordos com o denominador comum de serem palavrosos e irónicos. Contra-argumentei que não escolhera um garanhão e que só reparava nos dentes quando ele se ria e até extravasei que se lixasse o seu património genético nessa matéria embora com dificuldade ela me acreditasse perante a visão de um exemplar consensualmente aceite como bonito. Esclareci que o admirava como agente cobridor pelos compassos tão acertados aos meus como dançarinos profissionais mas não tencionava ser mãe dos seus filhos o que despertou nela a necessidade imediata de me repetir a prédica da mulher incompleta sem essa experiência como se o destino fosse um conjunto de normas para cumprir .
Foi neste passo que me lembrei da matemática e fazendo ali umas contas na toalha de papel avaliei que subtraído o tempo de cópula e de sono sobrava muito mais tempo que sem palavras e empatia de ideias engendravam uma relação tão monótona como um micro-ondas em que o prato gira e torna a girar apenas porque para isso foi programado.
Maria Árvore
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E o Alcaide... ode:
Aqui jaz qualquer homem feio ou belo,
com ideias demais, ou sem ideias,
de cuecas, pijama ou só de meias,
macio, penteado ou sem cabelo...
Foi sumido e chupado qual camelo,
sem sangue que lhe corra já nas veias,
num mundo tão confuso e já com teias,
que o prendam ao infinito e lá... nem vê-lo!
Epitáfio não tem... desconhecido
foi enterrado na guerra entre dois sexos
descrito num «continho» e bem zurzido!
E seja bom de boca ou nos amplexos
como fruta madura ou já colhido
Lá vai cair da árvore dos complexos..."
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