31 janeiro 2016
30 janeiro 2016
Charuto d'Abano
Patife
@FF_Patife no Twitter
«Consumação» - por Rui Felício
O casamento foi lindo! A felicidade dos noivos era evidente, O Pedro não tirava os olhos da noiva.
Era um belo rapaz, de olhos negros profundos, corpo atlético e elegante, cabelos negros de azeviche.
A noiva, Marta, era também uma belíssima mulher que aconchegava o corpo sinuoso ao Pedro como que ambos antevendo com impaciência o momento em que enfim sós dariam largas ao seu amor.
_________
Dois meses passados, a Marta confidenciou à mãe que ainda não tinha acontecido nada.
A mãe nem queria acreditar. Sabia que o Pedro sempre fora um rapaz muito caseiro, nunca tinha ido a discotecas, nunca tinha namorado com mais ninguém senão com a sua filha.
Mas, que diabo, ao fim de dois meses de casado ainda não ter feito amor com a mulher era demais!
Falou com o marido e este, igualmente incrédulo, mandou chamar o genro para terem uma conversa de homem para homem.
- Olha lá Pedro, tu não gostas da Marta?
- Eu amo-a mais que tudo na vida!
- E o que é que lhe tens feito durante estes dois meses de casados?
- Eu trato-a bem, chamo-lhe meu amor, ajudo-a a arrumar a casa...
- Está bem, está bem...mas objectivamente o que é que lhe tens feito a ela pessoalmente?
- Eu dou-lhe muitos beijos, compro-lhe chocolates, levo-a a passear, vamos jantar a restaurantes românticos, durmo abraçado a ela, encho-a de carinhos.. .
- E o resto, homem? E o resto?
- Qual resto? Não estou a perceber...
- Oh homem, o casamento não é só isso. O homem e a mulher têm de fazer outras coisas muito mais importantes. Tu já viste os cães na rua, como eles fazem?
- Os cães? Sim, acho que sei o que eles fazem...
- Então faz isso com a tua mulher Pedro! Que raio, faz como os cães, homem!
_________
Uma semana depois a mãe perguntou à Marta:
- Então, filha, como vão as coisas, agora, depois da conversa que o teu pai teve com o Pedro?
- Oh mãe, está tudo na mesma. Nada...
- Na mesma? Será possível?
A Marta, acrescentou:
- Bem, exactamente na mesma, não se pode dizer...
Ele agora põe-se por cima de mim, rosna-me e lambe-me toda antes de se virar para o lado e adormecer...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Era um belo rapaz, de olhos negros profundos, corpo atlético e elegante, cabelos negros de azeviche.
A noiva, Marta, era também uma belíssima mulher que aconchegava o corpo sinuoso ao Pedro como que ambos antevendo com impaciência o momento em que enfim sós dariam largas ao seu amor.
_________
Dois meses passados, a Marta confidenciou à mãe que ainda não tinha acontecido nada.
A mãe nem queria acreditar. Sabia que o Pedro sempre fora um rapaz muito caseiro, nunca tinha ido a discotecas, nunca tinha namorado com mais ninguém senão com a sua filha.
Mas, que diabo, ao fim de dois meses de casado ainda não ter feito amor com a mulher era demais!
«Cuidado com o cão» Casota de cão em barro pintado, com surpresa Caldas da Rainha Colecção de arte erótica «a funda São» |
- Olha lá Pedro, tu não gostas da Marta?
- Eu amo-a mais que tudo na vida!
- E o que é que lhe tens feito durante estes dois meses de casados?
- Eu trato-a bem, chamo-lhe meu amor, ajudo-a a arrumar a casa...
- Está bem, está bem...mas objectivamente o que é que lhe tens feito a ela pessoalmente?
- Eu dou-lhe muitos beijos, compro-lhe chocolates, levo-a a passear, vamos jantar a restaurantes românticos, durmo abraçado a ela, encho-a de carinhos.. .
- E o resto, homem? E o resto?
- Qual resto? Não estou a perceber...
- Oh homem, o casamento não é só isso. O homem e a mulher têm de fazer outras coisas muito mais importantes. Tu já viste os cães na rua, como eles fazem?
- Os cães? Sim, acho que sei o que eles fazem...
- Então faz isso com a tua mulher Pedro! Que raio, faz como os cães, homem!
_________
Uma semana depois a mãe perguntou à Marta:
- Então, filha, como vão as coisas, agora, depois da conversa que o teu pai teve com o Pedro?
- Oh mãe, está tudo na mesma. Nada...
- Na mesma? Será possível?
A Marta, acrescentou:
- Bem, exactamente na mesma, não se pode dizer...
Ele agora põe-se por cima de mim, rosna-me e lambe-me toda antes de se virar para o lado e adormecer...
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
29 janeiro 2016
«respostas a perguntas inexistentes (323)» - bagaço amarelo
O problema do tempo que passa é que não é decidido. Prefere fazer as coisas sorrateiramente para que ninguém dê por elas. Se pegasse num grande Amor e o destruísse de vez, era uma coisa. Agora assim, a morder pela calada, é outra. O que ele faz é traiçoeiro: atrai o Amor para a sombra tão lentamente que podemos passar anos sem perceber o que nos aconteceu.
Um dia, como noutro dia qualquer, abrimos a porta de casa rodando duas vezes a chave, damos doze passos até ao sofá da sala onde esperamos um abraço daqueles que compensa os dias maus que acontecem, mas o que recebemos é uma hesitação.
Acontece a todos, até porque o tempo passa também por todos. O que não acontece a todos é conseguir andar com o relógio para trás. Pegar nesse tempo que passou e Amá-lo como único que foi, virando-lhe a ampulheta como se vira um lençol.
Para quem não consegue, o tempo que passa será o melhor remédio. Para quem consegue também.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
«Opá!» - Ruim
"Opá, adoro como ele deixa sempre a tampa da sanita para cima. É tão ele. Tão expressão máxima de liberdade do rabo. Gosto muito dele".
"Opá, adoro como ele é tão apaixonado pelos hobbies dele. Era capaz de ficar horas a vê-lo a jogar PS4 com os amigos. Gosto muito dele e dos amigos todos, até de um que está sempre a dizer para irem todos a Santarém. Adoro homens que gostem de viajar em grupo para sítios."
"Opá, adoro como ele come com as mãozinhas. É tão exótico e cenas. Adoro, adoro, adoro! Aliás, por mim mandávamos já os talheres todos pela janela e comíamos que nem javardos a vida toda."
"Opá, a maneira como ele bebe cerveja que nem um camelo da ISIS bebe água é tão apaixonante. Adoro um homem apaixonado pelo que ama."
"Opá, adoro como ele tem tantas migas e mais migas e todas giraaaaaas e boas. Adoro. É sempre FANTÁSTICO ver um homem que se dá tão bem com tantas mulheres!"
"Opá adoro como ele ressona que nem uma vara de porcos com sinusite. É tão homem, tão testosterona de cenas. Ai pá, por mim punha como toque de telemóvel e tudo!"
"Opá, adoro que quando há um arrufo, ele meta os phones para não querer escalar aquilo ainda mais. É tão bom ser ignorada e isso não mexe nada com o meu sistema nervoso."
"Opá, adoro que ele nunca me atenda o telemóvel porque "não tinha som" e quando o faz é sempre a despachar, porque tadinho tem sítios a ir, cenas a fazer e isso é apaixonante e tão mas tão testosterona de cenas independente"
Opá... ao inicio tudo é muito giro! Até os defeitos! Certo?
Suas Brancas de Neve repaginadas!
Ruim
no facebook
"Opá, adoro como ele é tão apaixonado pelos hobbies dele. Era capaz de ficar horas a vê-lo a jogar PS4 com os amigos. Gosto muito dele e dos amigos todos, até de um que está sempre a dizer para irem todos a Santarém. Adoro homens que gostem de viajar em grupo para sítios."
"Opá, adoro como ele come com as mãozinhas. É tão exótico e cenas. Adoro, adoro, adoro! Aliás, por mim mandávamos já os talheres todos pela janela e comíamos que nem javardos a vida toda."
"Opá, a maneira como ele bebe cerveja que nem um camelo da ISIS bebe água é tão apaixonante. Adoro um homem apaixonado pelo que ama."
"Opá, adoro como ele tem tantas migas e mais migas e todas giraaaaaas e boas. Adoro. É sempre FANTÁSTICO ver um homem que se dá tão bem com tantas mulheres!"
"Opá adoro como ele ressona que nem uma vara de porcos com sinusite. É tão homem, tão testosterona de cenas. Ai pá, por mim punha como toque de telemóvel e tudo!"
"Opá, adoro que quando há um arrufo, ele meta os phones para não querer escalar aquilo ainda mais. É tão bom ser ignorada e isso não mexe nada com o meu sistema nervoso."
"Opá, adoro que ele nunca me atenda o telemóvel porque "não tinha som" e quando o faz é sempre a despachar, porque tadinho tem sítios a ir, cenas a fazer e isso é apaixonante e tão mas tão testosterona de cenas independente"
Opá... ao inicio tudo é muito giro! Até os defeitos! Certo?
Suas Brancas de Neve repaginadas!
Ruim
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28 janeiro 2016
Eva portuguesa - «O preço das palavras»
Estarão as palavras assim tão caras que tenham perdido o valor?...
Boa tarde, obrigado e por favor estão fora do vocabulário de grande parte dos que me ligam. Pergunto-me: estarão assim com um preço tão inacessível que não se podem usar com quem se pretende que até nos faça sentir bem?... Ou será que na mente de quem não os utiliza, têm demasiado valor para serem desperdiçados com quem se pretende passar momentos íntimos?...
Terão palavras de boa educação e carácter aumentado assim tanto de preço?... Ou perderam o valor?...
Falar com pessoas que não dão preço às palavras, mas sim valor, é outro nível...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Boa tarde, obrigado e por favor estão fora do vocabulário de grande parte dos que me ligam. Pergunto-me: estarão assim com um preço tão inacessível que não se podem usar com quem se pretende que até nos faça sentir bem?... Ou será que na mente de quem não os utiliza, têm demasiado valor para serem desperdiçados com quem se pretende passar momentos íntimos?...
Terão palavras de boa educação e carácter aumentado assim tanto de preço?... Ou perderam o valor?...
Falar com pessoas que não dão preço às palavras, mas sim valor, é outro nível...
Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado
Movimentações
Alguns dos bonecos de corda da minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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27 janeiro 2016
«pensamentos catatónicos (330)» - bagaço amarelo
O que o tempo das paixões espontâneas nos ensina, é a relativizar o que é bom e o que é mau. Nem o bom é tão bom assim, nem o mau é tão mau assim. Pelo menos quando falamos de Amor, claro. O truque passa por relativizarmos apenas quando estamos mal e sermos propositadamente ingénuos quando estamos bem.
Quando atingimos uma idade que eu não sei muito bem qual é, apaixonarmo-nos começa a ser cada vez mais difícil, até chegarmos à fase da vida em que nos custa acreditar que aconteceu. É quando nos vemos aos espelho e mesmo assim duvidamos que o nosso coração deixou de nos pertencer. A relativização do bom acaba, porque o que se passa é mesmo bom. É o absolutismo do Amor em detrimento da Relatividade.
Por outro lado, desapaixonarmo-nos também começa a ser cada vez mais difícil. Se gostarmos de alguém a sério se tornou quase um milagre, deixarmos de gostar desse alguém é um milagre maior. E eu, que ateu me confesso, não acredito em milagres.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
26 janeiro 2016
Cérebro, para que te quero?...
"Ouvir música é uma das poucas atividades que utiliza todo o cérebro humano."
Há uma outra que mobiliza o meu e ainda recruta apoio no terreno.
Sharkinho
@sharkinho no Twitter
Há uma outra que mobiliza o meu e ainda recruta apoio no terreno.
Sharkinho
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Agasalho
Dois agasalhos em lã, para os dias mais frios.
O aconchego da colecção de arte erótica «a funda São».
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
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25 janeiro 2016
«é tudo uma questão de toque» - João
"Tiveram uma separação difícil. Para ambos, entenda-se. É natural que depois de quase vinte anos a partilhar a vida com outra pessoa não se saiba aproveitar a liberdade de estar só. Estar só é bom, mas requer treino, experiência e aprendizagem. Talvez por isso mesmo, alguns meses depois ainda telefonassem um ao outro regularmente, mais para ouvir do que para falar. A voz do outro fazia-lhes falta.
Combinaram tomar café um Domingo, depois do almoço, mas acabaram na cama dele numa tarde de sexo de que já não se lembravam de ter. Sem os mecanismos de quem dorme lado a lado todos os dias e com a improvisação e energia de quem acabou de se apaixonar. Mesmo assim não repetiram a experiência. Sabiam que o caminho não podia ser o de regresso. E assim chegaram finalmente ao silêncio entre ambos.
Passado alguns meses ela apaixonou-se e tornou a casar. Pelo menos foi o que ele ouviu dizer. Nessa tarde chorou um bocado, sem ninguém ver, e depois convidou uma garrafa de uísque para passar a noite. A ressaca fez-lhe bem. Foi com dois comprimidos para as dores de cabeça e uma garrafa de água com gás num café dos subúrbios que teve olhos pela primeira vez para outra mulher. Não que se tenha apaixonado, mas pelo menos interessou-se. Sorriu.
Ela era morena, pele muito branca e um sinal no queixo. Não seguia nenhum padrão especial de beleza, mas parecia ter em excesso aquilo que lhe faltava a ele: a vida resolvida. Além disso era simpática sem ser dada e era decidida sem ser arrogante. Enfim, um luxo. Tinha comprado uma garrafa de Sumol de Laranja de litro e meio, quatro pães da avó e tomado café ao balcão. Nunca mais a viu, mas o momento foi interessante. Tão interessante como uma data de nascimento.
Depois de nascer vieram as dores de crescimento. Noites de sexo falhado e dias de Amor empatado. Era quase sempre uma questão de pele. Ao primeiro toque numa mulher percebia a diferença e uma tonelada de memória caía-lhe em cima. O que ele mais ansiava era pelo momento a seguir ao sexo, aquele em que se olha para o tecto e se descobre realmente o outro, já depois de lhe ter conhecido o corpo.
À partida, seria num desses momentos que ele se apaixonaria de novo, não fosse o Amor ser sempre o contrário do que pensamos que vai ser. Comprou um bilhete de autocarro sem querer ir a lado nenhum, apenas para dar uma volta à cidade sem ter que se esforçar. As luzes dos candeeiros públicos misturavam-se com a negritude do fim de tarde numa estranha aguarela abstracta. Uma mulher sentou-se ao lado dele e adormeceu em poucos minutos. Encostou-se ao seu corpo como se fosse uma cria de pássaro num ninho e deu-lhe uma mão. Ele deixou-se ir até ao fim, respirando suavemente para não a acordar.
É tudo uma questão de toque, pensou."
João
Geografia das Curvas
Combinaram tomar café um Domingo, depois do almoço, mas acabaram na cama dele numa tarde de sexo de que já não se lembravam de ter. Sem os mecanismos de quem dorme lado a lado todos os dias e com a improvisação e energia de quem acabou de se apaixonar. Mesmo assim não repetiram a experiência. Sabiam que o caminho não podia ser o de regresso. E assim chegaram finalmente ao silêncio entre ambos.
Passado alguns meses ela apaixonou-se e tornou a casar. Pelo menos foi o que ele ouviu dizer. Nessa tarde chorou um bocado, sem ninguém ver, e depois convidou uma garrafa de uísque para passar a noite. A ressaca fez-lhe bem. Foi com dois comprimidos para as dores de cabeça e uma garrafa de água com gás num café dos subúrbios que teve olhos pela primeira vez para outra mulher. Não que se tenha apaixonado, mas pelo menos interessou-se. Sorriu.
Ela era morena, pele muito branca e um sinal no queixo. Não seguia nenhum padrão especial de beleza, mas parecia ter em excesso aquilo que lhe faltava a ele: a vida resolvida. Além disso era simpática sem ser dada e era decidida sem ser arrogante. Enfim, um luxo. Tinha comprado uma garrafa de Sumol de Laranja de litro e meio, quatro pães da avó e tomado café ao balcão. Nunca mais a viu, mas o momento foi interessante. Tão interessante como uma data de nascimento.
Depois de nascer vieram as dores de crescimento. Noites de sexo falhado e dias de Amor empatado. Era quase sempre uma questão de pele. Ao primeiro toque numa mulher percebia a diferença e uma tonelada de memória caía-lhe em cima. O que ele mais ansiava era pelo momento a seguir ao sexo, aquele em que se olha para o tecto e se descobre realmente o outro, já depois de lhe ter conhecido o corpo.
À partida, seria num desses momentos que ele se apaixonaria de novo, não fosse o Amor ser sempre o contrário do que pensamos que vai ser. Comprou um bilhete de autocarro sem querer ir a lado nenhum, apenas para dar uma volta à cidade sem ter que se esforçar. As luzes dos candeeiros públicos misturavam-se com a negritude do fim de tarde numa estranha aguarela abstracta. Uma mulher sentou-se ao lado dele e adormeceu em poucos minutos. Encostou-se ao seu corpo como se fosse uma cria de pássaro num ninho e deu-lhe uma mão. Ele deixou-se ir até ao fim, respirando suavemente para não a acordar.
É tudo uma questão de toque, pensou."
João
Geografia das Curvas
Postalinho de Miranda do Douro - 3
"O 69 mirandês, revisitado depois de um passeio da malta do blog «a funda São» em 2006."
Paulo M.
O OrCa não pode ver destas coisas que ode logo:
Dir-se-ia que
numa pedra descabida
em frontaria entalada
um cu se apresenta à vida
e alguém lhe faz a mamada
choro talvez de granito
por fé de alguém que o reclama
e assim ali fica o grito
que quem não chora não mama
E a Mamãe não pode ver oder porque ode logo também:
Se isso é um 69, imagine um noves fora!
Parece que entalou a fêmea,
Com o peso da bunda a sufoca.
Certo que não dará um ai, ai, ai
Dessa boca som não sai.
O que abunda não prejudica
Mas com essa bunda
Afirmo e registro:
Gozar não vai.
Paulo M.
O OrCa não pode ver destas coisas que ode logo:
numa pedra descabida
em frontaria entalada
um cu se apresenta à vida
e alguém lhe faz a mamada
choro talvez de granito
por fé de alguém que o reclama
e assim ali fica o grito
que quem não chora não mama
E a Mamãe não pode ver oder porque ode logo também:
Parece que entalou a fêmea,
Com o peso da bunda a sufoca.
Certo que não dará um ai, ai, ai
Dessa boca som não sai.
O que abunda não prejudica
Mas com essa bunda
Afirmo e registro:
Gozar não vai.
«Naquela sexta» - Rubros Versos
Tiago Silva
Conheci os trabalhos do Tiago Silva, nosso novo parceiro da FundiSão, neste artigo do blog Sweetlicious.
Que bem te venhas, Tiago! Abraços a atravessarem o Atlântico!
24 janeiro 2016
«respostas a perguntas inexistentes (322)» - bagaço amarelo
Não abandono as mulheres por quem me apaixonei um dia. Aqui e ali, quando estou sozinho, ainda lhes dou a mão, as abraço ou beijo prolongadamente. É tudo exactamente como já foi um dia. A única diferença é que elas já não estão lá.
É inútil tentar esquecer um Amor. Os Amores não ficam registados apenas no cérebro, mas sim em todo o corpo. Alguns até se gravam na paisagem que nunca vimos, num cheiro, numa cor ou numa música. Quando estamos sozinhos eles observam-nos. É por isso que nunca me sinto só.
A M não sabe, mas ainda hoje fez uma viagem comigo de carro. Nada de especial, foram apenas os trinta e cinco quilómetros que separam o meu trabalho da minha casa. Conversámos o caminho todo e quando estacionei ela pediu para encostar a cabeça ao meu ombro. Ficámos ali um bocado, em silêncio, a ver o Sol nascer por trás do esqueleto dum edifício que morreu prematuramente. Nunca ninguém chegou a habitá-lo.
- Se estivéssemos os dois juntos, achas que ainda gostavas de mim?
- Gosto de ti, mesmo sem estarmos juntos... - respondi.
O nosso Amor foi como o prédio à nossa frente. Começámos a construção mas nunca o chegámos a habitar. Foi o que eu lhe disse e ela riu-se. Chamou-me docemente palerma e eu apertei o abraço, como se a quisesse segurar para sempre.
Sempre que uma mulher me chama docemente palerma, considero-o um elogio. Aos palermas a sério, as mulheres nem sequer chamam nada. E a M, que foi um Amor que não o chegou a ser, chamou-mo tantas vezes que perdi a conta. O Amor com ela foi uma tentativa, vá. E do que me lembro é dela a tentar.
E eu, palerma, sem o perceber. O que lhe devo foi o que aprendi.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
É inútil tentar esquecer um Amor. Os Amores não ficam registados apenas no cérebro, mas sim em todo o corpo. Alguns até se gravam na paisagem que nunca vimos, num cheiro, numa cor ou numa música. Quando estamos sozinhos eles observam-nos. É por isso que nunca me sinto só.
A M não sabe, mas ainda hoje fez uma viagem comigo de carro. Nada de especial, foram apenas os trinta e cinco quilómetros que separam o meu trabalho da minha casa. Conversámos o caminho todo e quando estacionei ela pediu para encostar a cabeça ao meu ombro. Ficámos ali um bocado, em silêncio, a ver o Sol nascer por trás do esqueleto dum edifício que morreu prematuramente. Nunca ninguém chegou a habitá-lo.
- Se estivéssemos os dois juntos, achas que ainda gostavas de mim?
- Gosto de ti, mesmo sem estarmos juntos... - respondi.
O nosso Amor foi como o prédio à nossa frente. Começámos a construção mas nunca o chegámos a habitar. Foi o que eu lhe disse e ela riu-se. Chamou-me docemente palerma e eu apertei o abraço, como se a quisesse segurar para sempre.
Sempre que uma mulher me chama docemente palerma, considero-o um elogio. Aos palermas a sério, as mulheres nem sequer chamam nada. E a M, que foi um Amor que não o chegou a ser, chamou-mo tantas vezes que perdi a conta. O Amor com ela foi uma tentativa, vá. E do que me lembro é dela a tentar.
E eu, palerma, sem o perceber. O que lhe devo foi o que aprendi.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
23 janeiro 2016
Luís Gaspar lê «Visão» de Caetano da Costa Alegre
(Pintura de Norberto Geraldes) |
Vi-te passar, longe de mim, distante,
Como uma estátua de ébano ambulante;
Ias de luto, doce toutinegra,
E o teu aspecto pesaroso e triste
Prendeu minha alma, sedutora negra;
Depois, cativa de invisível laço,
(O teu encanto, a que ninguém resiste)
Foi-te seguindo o pequenino passo
Até que o vulto gracioso e lindo
Desapareceu longe de mim, distante,
Como uma estátua de ébano ambulante.
Caetano da Costa Alegre
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa
«Dia de temporal» - por Rui Felício
Mulher de cabelos ao vento e peito nu Frasco em barro vermelho Portugal, 1985 Colecção de arte erótica «a funda São» |
A Carla ouvia-o assobiar, num frémito medonho. Olhava pela janela e via as árvores dobrarem-se como vimes. O ramo de uma partiu-se e voou pela estrada fora. As chapas de zinco de um telheiro do quintal abanavam, batiam, ameaçavam soltar-se.
O marido era um paz de alma. Sentado a ver televisão, ficava indiferente ao temporal.
Aliás, há já uns anos que tudo parecia ter acabado para ele.
Vinte anos mais velho que a Carla perdera o fulgor da vida enquanto ela estava longe ainda de se acomodar, de arrefecer o calor que lhe queimava o corpo e os sentidos. Mas o Pedro, agora com 65 anos, há muito que deixara de a procurar, de lhe saciar o desejo, de a amar...
Ela bem tentava despertar-lhe a libido, com caricias, com beijos, com sussurros eróticos.
Mas nada! O Pedro tinha-se transformado numa pedra inerte.
Um estrondo contra a parede do quintal assustou-a. Uma das chapas de zinco soltou-se e batia fragorosamente contra a parede.
A Carla foi lá fora para tentar prender a chapa.
O vento uivando, levantou-lhe a saia até à cabeça.
Aquele vendaval levantava tudo!, pensou ela de si para si.
Foi então que lhe ocorreu uma ideia luminosa.
Gritou para dentro de casa:
- Pedro! Anda cá fora apanhar este ventinho.
Nem imaginas! Olha que levanta tudo!
Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido
Acumular pontos
Ah... bela pinada que acabei de dar. A julgar pela lassidão daquelas bordas certamente que lhe carimbei o cartão de fodilhona frequente.
Patife
@FF_Patife no Twitter
22 janeiro 2016
«conversa 2145» - bagaço amarelo
Eu - Pois...
Ela - Agora estamos por nossa conta. Vou abrir uma garrafa de vinho...
Eu - Okay!
Ela - Preferes Alentejo ou Bairrada?
Eu - Qualquer coisa...
Ela - Este é o momento em que bebemos um copo e, se tu não fosses tu, eu tentava levar-te para a cama.
Eu - Tentavas levar-me para a cama se eu não fosse eu?
Ela - Sim. Ando mesmo a precisar disso.
Eu - Qual é o problema de eu ser eu?
Ela - És meu amigo há vários anos...
Eu - Ah!
Ela - Já passou o prazo, percebes?!
Eu - Mais ou menos. Diz-me uma coisa: e se eu deixar de ser teu amigo, há alguma hipótese?
Ela - Não. Tarde demais.
Eu - Pronto! Era só para saber...
Ela - Não te preocupes, tenho aí mais vinho...
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
«Hortelãs» - Ruim
Então quer dizer que eu posso levar murros e murrinhos "a brincar"...
Posso levar mordidas e mordidelas "a brincar"...
Chapadas e chapadinhas, caldos e caldinhos e mais demonstrações de "afecto"...
A la la la que é tudo a brincar!
Mas quando um gajo puxa da culatra atrás e responde na mesma moeda seja com um encosto amoroso no braço ou uma dentada, ai que me aleijaste e és maluco e não sabes a força que tens socorro liguem para a APAV!
Estranho, nunca me queixei de beijinhos a não ser da minha avó que me lambia a cara toda com aquela boca velha de chupar limões.
Tenham juízo mais as vossas brincadeiras de merda. Nós não temos culpa de vocês serem feitas de hortelã.
Ruim
no facebook
Posso levar mordidas e mordidelas "a brincar"...
Chapadas e chapadinhas, caldos e caldinhos e mais demonstrações de "afecto"...
A la la la que é tudo a brincar!
Mas quando um gajo puxa da culatra atrás e responde na mesma moeda seja com um encosto amoroso no braço ou uma dentada, ai que me aleijaste e és maluco e não sabes a força que tens socorro liguem para a APAV!
Estranho, nunca me queixei de beijinhos a não ser da minha avó que me lambia a cara toda com aquela boca velha de chupar limões.
Tenham juízo mais as vossas brincadeiras de merda. Nós não temos culpa de vocês serem feitas de hortelã.
Ruim
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21 janeiro 2016
Mulher a mostrar a cueca
Pequena estatueta em barro pintado, com mulher dos anos 40 ou 50 a levantar a saia atrás.
Um miminho da minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Um miminho da minha colecção.
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20 janeiro 2016
«os amigos e os outros» - bagaço amarelo
Tenho saudades dum amigo meu que, quando estava comigo, me matava as saudades que eu tinha dos outros. Os melhores amigos são assim, começam por não querer as nossas saudades só para eles. É por isso que é fácil ser amigo deles.
Nos dias como o de hoje, eu telefonava-lhe e falava do tempo, de futebol e dos lábios da Scarlet Johansson. Depois marcávamos um copo num café qualquer para falarmos de nós. Ele conheceu todas as mulheres por quem me apaixonei, mesmo aquelas que eu próprio não cheguei a conhecer muito bem. Eu, diz-me a presunção, terei com certeza conhecido as dele.
No dia a seguir a ter conhecido a minha actual companheira liguei-lhe. Estava a chover torrencialmente, o Porto estava à frente da liga nacional de futebol e a Scarlet Johanson tinha contracenado com os lábios da Rebecca Hall em Vicky Cristina Barcelona. Depois marcámos no Convívio às dez da noite.
Eu cheguei primeiro. Quando ele entrou, levantei-me e demos um abraço.
- Então, estás bem?
- Estou fodido! - respondi.
- O que é que se passa?
- Acho que estou apaixonado...
Ele riu-se. Virou-se para o empregado, nosso velho conhecido, e pediu dois uísques.
- Sem gelo, que este homem precisa de esquecer a vida... - brincou.
Brindámos.
- Como é que isso aconteceu?
Abanei os ombros.
- Acho que ia na vida, como se vai na rua às vezes, tropecei nela e caí. Quando me levantei já não era o mesmo. É sempre assim que nos apaixonamos, não é? A cair e a levantar.
Há sempre um amigo para saber mais da nossa vida do que sabem os outros. Sendo tecnicamente o mesmo, a um amigo dizemos que estamos apaixonados. A um outro dizemos, quando muito, que começámos uma relação. É por isso que um amigo nos mata as saudades que temos dos outros.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
Nos dias como o de hoje, eu telefonava-lhe e falava do tempo, de futebol e dos lábios da Scarlet Johansson. Depois marcávamos um copo num café qualquer para falarmos de nós. Ele conheceu todas as mulheres por quem me apaixonei, mesmo aquelas que eu próprio não cheguei a conhecer muito bem. Eu, diz-me a presunção, terei com certeza conhecido as dele.
No dia a seguir a ter conhecido a minha actual companheira liguei-lhe. Estava a chover torrencialmente, o Porto estava à frente da liga nacional de futebol e a Scarlet Johanson tinha contracenado com os lábios da Rebecca Hall em Vicky Cristina Barcelona. Depois marcámos no Convívio às dez da noite.
Eu cheguei primeiro. Quando ele entrou, levantei-me e demos um abraço.
- Então, estás bem?
- Estou fodido! - respondi.
- O que é que se passa?
- Acho que estou apaixonado...
Ele riu-se. Virou-se para o empregado, nosso velho conhecido, e pediu dois uísques.
- Sem gelo, que este homem precisa de esquecer a vida... - brincou.
Brindámos.
- Como é que isso aconteceu?
Abanei os ombros.
- Acho que ia na vida, como se vai na rua às vezes, tropecei nela e caí. Quando me levantei já não era o mesmo. É sempre assim que nos apaixonamos, não é? A cair e a levantar.
Há sempre um amigo para saber mais da nossa vida do que sabem os outros. Sendo tecnicamente o mesmo, a um amigo dizemos que estamos apaixonados. A um outro dizemos, quando muito, que começámos uma relação. É por isso que um amigo nos mata as saudades que temos dos outros.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
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