29 dezembro 2016

Baralho de cartas «Le Florentin»

Baralho de cartas de 1955 com sinais de uso, num estojo de plástico. As ilustrações das cartas com figuras, de Paul-Émile Bécat, são de um erotismo delicioso. Há quem considere este um dos baralhos de cartas mais belos.
Junta-se a um baralho igual mas em estado novo, na minha colecção.














A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

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Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

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«Sexo animal» - Adão Iturrusgarai


28 dezembro 2016

Ahhh, a Ana Teresa!...


Enjoying Nature from Silver Monkey on Vimeo.

«respostas a perguntas inexistentes (358)» - bagaço amarelo

Uma vez convidaste-me para comer uma torrada em tua casa. Pode parecer vulgar, mas olhando para os meus mais de quarenta anos de vida não encontro outro convite igual. Estavas no terraço da tua casa e a Lua tinha mergulhado numa fina poça de água que crescera perto dos vasos com plantas.

- Gostas de torradas?
- Acho que sim... nunca pensei muito nisso.
- Queres tomar o pequeno-almoço comigo?
- Mas... são dez da noite.
- São. Terás que dormir cá e esperar pela manhã.

E então ergui os olhos e percebi que a Lua voltara para o céu.
Passaram-se alguns meses até voltarmos a comer torradas de manhã, num café encolhido numa das esquinas da cidade. Estavas a tentar explicar porque é que tinhas gostado de mim e eu, depois de te ouvir, percebi que não tinhas gostado assim tanto. Afinal de contas, também eu gostava de ti e não sabia nem me apetecia explicar porquê.
Nunca quis explicar os meus Amores. Nem os desAmores, já agora. Guardo-os numa gaveta muito especial da minha memória e só lá vou vê-los quando sei que isso não me vai deprimir. Duas formigas passeavam-se entre as migalhas que sobravam no prato e, por falar em formigas, os clientes já faziam fila na caixa. Queriam pagar e partir para mais um dia igual ao anterior e ao próximo. Acabaste por ir com eles.
Existem Amores que nunca o chegam a ser e, na verdade, são bons. São os Amores dos quais nos conseguimos despedir sem grande constrangimento. Num café, por exemplo, depois de comer torradas.
Todas as pessoas deviam viver um Amor desses de vez em quando, só para tornar a vida mais leve. Os outros Amores, aqueles dos quais nunca nos conseguimos despedir, não vão lá com torradas. Foi o que eu te disse, pelo menos.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Vender o corpo #1

Só me ensinou a perceber que o dinheiro que um homem ganha não interessa, mas sim o quanto ele gasta comigo.
Pagará a minha entrega?


Da cabeça da Pink para este blog

Postalinho das festinhas

"Festas de S. Gonçalo - Amarante e os típicos bolos de São Gonçalo"
Carlos Freire



27 dezembro 2016

Neurotic Wreck << Diz-me o que engolir >>


Neurotic Wreck - "Tell Me What To Swallow" from Marilyn Roxie on Vimeo.

Só cá para nós...


Cada momento de intimidade genuína é uma prova inequívoca e um reforço indesmentível da solidez de uma ligação.

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

«Projeto Mulheres» - Carol Rossetti - 70

O livro «Mulheres - retratos de respeito, amor-próprio, direitos e dignidade», de Carol Rossetti, está em venda em Portugal, editado pela Saída de Emergência.







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Les Crevandieu et Cie - «Chansons paillardes» (+ vol. 2 e vol. 3)

3 LPs de música obscena/ picante/ licenciosa/ devassa/ maliciosa/… francesa do grupo Les Crevandieu et Cie, com realização e arranjos de Gérard Doulssane e desenhos de Le Noury.
















A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

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26 dezembro 2016

Homens, fiquem abananados! (1/3)

«respostas a perguntas inexistentes (357)» - bagaço amarelo

Do que me lembro é de gostares de mim. De me dares a mão num cruzamento onde o cheiro de flores se confundia com o de gasolina queimada e me dizeres que, talvez por isso, uma borboleta branca tivesse optado pelo alcatrão em vez das plantas que rareavam as margens. Sempre gostei que gostasses de mim em sítios inóspitos. O teu conforto fazia-me rir do desconforto da cidade.
E eu segurava-te também a mão, não fosses tu querer fugir e deixar-me ali. Uma borboleta numa manhã de Dezembro só podia estar enganada, disse-te. Mais do que isso, só se estivesse a enganar o mundo enganando também o seu próprio tempo. Talvez não lhe apetecesse ceder aos pequenos caprichos da vida e fazer tudo aquilo para que a genética a programou: voar em círculos tortuosos e errantes até morrer.

- Cala-te.

E eu calei-me. Cedi à complexidade neurobiológica que me fazia estar ali, de sorriso estendido numa cidade encolhida, a sentir o suor da tua mão chover na palma da minha. Depois parámos numa montra e tu apontaste para um quadro da cidade, pintado por alguém cujo nome não se reconhecia na assinatura.

- É por isso que te Amo. Vejo uma coisa bonita e tenho com quem partilhar.

E partilhaste. E abracei-te. É do que me lembro.
O Amor nunca foi de fiar. Há uma altura em que nem sequer conseguimos perceber como é que aquilo que é mais simples se torna tão difícil, ou seja, duas pessoas que gostam uma da outra gostarem-se de facto.
Talvez a tristeza de um desAmor vá sendo só isso. Ter os passos mais curtos porque nunca nos apetece chegar onde estamos a ir. Uma pequena mota ruidosa fere de morte o silêncio da manhã e uma interminável fila de cacos de vidro espreita-me de cima do muro de uma das casas da rua. É Dezembro e acabei de ver uma borboleta branca a pousar num poste público de iluminação.
Lembrei-me de ti. É do que me lembro, aliás. De gostares de mim.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«The thin» - João

"Eu não quero ter frigorífico, troco-o por ti, quero ter-te a ti. Eu não quero máquina de lavar, lavo-me em ti, contigo, os dois debaixo da água, eu não quero um palácio, quero-te a ti, eu não quero um carro caro, quero andar a pé contigo, não quero os trópicos, estou bem contigo sentada num murete qualquer da cidade a falar-te baixinho, eu não quero muita coisa, quero só encostar a minha cabeça ao teu peito e ouvir o coração bater, e saberei então que batem os dois ao mesmo ritmo, o mesmo compasso. Nunca te esqueças do que outrora te disse. Nunca te esqueças, porque to proíbo. Irei atrás de ti se te esqueceres, cravar-te-ei a pele se te esqueceres, gritar-te-ei ao ouvido se te esqueceres. Nunca te esqueças, não to autorizo, mesmo que te diga que esqueças, minto-te, minto-me, mesmo que te bata, sinto carícia, dou carícia, mesmo que te vire a cara, morro de desejo por ti. Se me esqueceres, definho, destruo-me. Ninguém me dá mais que tu. Eu não quero mais que isso. Não quero menos que isso. Quero-te a ti. Through thick and thin, e agora, estou segura, é o thin, em que não sinto nada, digo que não sinto nada, vivo como se não sentisse nada, mas sinto tanto, tanto, que o thin é um translúcido que me cobre e mascara. Como sempre fiz."
João
Geografia das Curvas

Portaste-te mal durante o ano?

Crica para veres toda a história
Época da época para todos


1 página

24 dezembro 2016

PornHub - «Noite solitária»

Jingle bells


Ora vamos lá sair à rua para encontrar uma solitária e dar-lhe a noite da consolada. Até lhe meto um presente no pachachinho.

Patife
@FF_Patife no Twitter

«Voyeur» by Ann Summers

Espartilho basco Ann Summers com padrão «Voyeur», de homens e mulheres em posturas sexuais.
Uma delícia no guarda-roupa íntimo... da minha colecção.












A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

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Conso(l)ada



23 dezembro 2016

Eva portuguesa - «Analfabeto»

Nossa Senhora dos Analfabetos, dai-lhes sabedoria suficiente para reconhecerem as suas limitações! Meu Deus! É muita burrice, arrogância e estupidez juntas! 
Eu conto: recebo um toque de um número (pois, porque mais uma vez tive que bloquear os privados). Começamos logo aí... dá vontade de dizer: toques dão as putas! Ahahahahah. Dou um toque de volta. Recebo uma mensagem desse mesmo número, escrita com tantos erros que até tive dificuldade em perceber que era português. Textualmente, deixo-vos aqui a «prenda»: ~
"So kasadu mas mutu gira . poço te lomber a kona pur 10erus. Vás adurar." 
Eh, pá, quase que fiquei tentada... mas fiquei na dúvida se os 10 € era ele que pagava ou se estava a pedir... Ahahahahah Demais! :-) :-) :-)

Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Postalinho do Coito

"Cartazes que estavam na estrada nacional Cartaxo - Rio Maior"
Pedro Miguel C. V.

#bimbynãoconta - Ruim








Que falta de noção oferecerem electrodomésticos a uma mulher como prenda de anos. Faz sentido dar um electrodoméstico a outro?
Tenham respeito.


Ruim
no facebook

Prazeres de Natal - Angeli


Apollonia Saint Clair, 2016


22 dezembro 2016

Boas Festas


Moxi - Happy Holidays from steve prue on Vimeo.

«O que você pensa ou crê é problema seu! Aqui é só prazer e amor!» - Cláudia de Marchi

"Eu não estou lhe julgando, mas...". "Longe de mim querer mudar suas ideias, mas você não acha que...". "Eu tenho um caso com uma amiga da minha esposa e não sou feliz no casamento, mas você não acha que poderia...". É incrível como a negação, mecanismo de defesa do ego, é óbvia! A pessoa adora dizer que não está fazendo o que obviamente ela está fazendo e jura que negando convence o seu interlocutor (convenceria se ele fosse burro e inculto)! E quanto a arrogância moral e intelectual implícita na necessidade de "pregar", como se eu ou qualquer pessoa no mundo, necessitasse ser "salva"? Custa entender que as suas crenças e convicções são suas e não minhas ou de outros?
Eu tenho 34 anos, não 29 (como consta no site de acompanhantes). Mas sim, quase ninguém me dá mais de 26. Sou filha única de pais maravilhosos, sempre tive muito, muito amor, respeito e diálogo na minha família! Nunca deixei de ter o que eu queria. Até os meus 19 anos eu era a única neta e sobrinha na família materna. Tenho 3 tias que são extensões da minha melhor amiga e parceira (como incentivadora e "contadora", vez que é ex professora de Matemática) no meu atual negócio, minha mamãe. Aos 8 anos eu li Shopenhauer, graças a ela. Nunca consegui ser uma pessoa que acredita, pois eu sempre quis saber, portanto nada podia ser mais entediante do que aulas de ensino religioso na minha infância. Tenho 11 anos na carreira de advogada, formei-me em janeiro de 2005 e passei no meu primeiro exame da OAB a seguir. Fiz especialização em Direito Constitucional pela FESMP/RS e outra que não conclui em Direito Tributário. Fui casada no civil. Na medida em que fui crescendo e me tornando mulher, dispensei a necessidade de parir. Eu não quis ter filhos e não sou o tipo de pessoa com paciência para ser casada. Por que? Porque eu gosto da alegria, do entusiasmo e da paixão e não da rotina de uma relação que cedo ou tarde resiste ao tempo graças ao comodismo. Eu não sei "suportar", eu sei me amar, sei amar e gosto da intensidade. Não preciso "ter" alguém. Eu tenho a mim e o amor de quem me importa além de uma imbatível estima por mim mesma. Trabalhei muito e de forma muitíssimo honesta, afinal sou demasiado correta. Tenho princípios morais e ética. Lecionei 1 ano e meio cerca de 8 matérias na faculdade de Direito em Sorriso/MT e eu adorava o que fazia, vez que, para mim, o mais belo do Direito é a academia. Enfim, você acha que eu preciso de conselhos para algo? Você acha que uma mulher inteligente que tomou a decisão, no auge da maturidade psíquica e sexual, de se tornar escort de luxo precisa ser "salva"? Por que você se acha tão bom, tão correto? O que lhe dá o direito de achar suas opiniões tão "imperdíveis"? Por que a sua religião cristã diz isso e aquilo? Mas, amigo, você é feliz? Você é realmente bem resolvido consigo mesmo? Conheço muitas pessoas e vejo seguidamente que indivíduos bem resolvidos são os que menos opinam ou julgam os outros. Eles gozam a vida e seus momentos com entrega e respeitam a alegria, a individualidade e as escolhas alheias. Existem psicoterapeutas, psicólogos, psiquiatras, por que não buscar o autoconhecimento para ser feliz e resolver seus recalques ao invés de projetar no outro a necessidade de "salvação" da qual, na verdade, é você quem precisa? Ouvi de um indivíduo que eu jamais gostaria de ter como cliente: "Você gosta de sexo, mas com qualquer um?". Eu gosto de sexo. Eu gosto de pênis e isso todo o homem tem. E eu gosto de uma forma raríssima: gosto com "G" maiúsculo! (Só vendo pra saber). "Qualquer um"? Não, eu escolho e só faço sexo com homens inteligentes e educados. Tenho desprezo pelos que usam palavras vulgares e me incomodam pedindo fotos ginecológicas. Eu não faço "tudo para agradar" aos homens, faço tudo o que eu gosto, se agradar a sorte é deles! Eu não preciso ver beleza no meu cliente, me bastam beijos e carinhos. Então, eu gosto e gozo. O que há de errado em fazer o que se gosta? Ah, o cristianismo condena, você condena, porque tem os seus conceitos e mimimi? Problema seu, não meu. A minha religião é o amor e o prazer. Não preciso de um livro incoerente e escrito a milênios para ser boa. Não preciso de um pastor, padre ou "conversão" para ser decente, digna e correta. Contento-me em não fazer ao outro o que não quero que ele me faça. "Ah, mas você transa com homens casados", quem me procura são eles, não eu. Eles são casados, eu não (benzadeus!)! Contento-me em não julgar quem chega a mim. Contento-me em respeitar a existência alheia. E, sobretudo, sou feliz assim e tenho ojeriza de gente que se culpa, se martiriza e que não é feliz, apenas segue um credo ou uma doutrina de forma a se tornar uma pessoa terrivelmente chata, inconveniente e broxante, por mais que a aparência não seja tão desagradável. Sendo cortesã tenho homens se entregando para mim e eu me entrego pra eles. Pelo dinheiro? Não, porque eu adoro! Fosse só pelo dinheiro eu não seria tão boa. Seria como inúmeras acompanhantes que não beijam, não aceitam que o parceiro lhes faça sexo oral (até agora só não recebi de um cliente), precisam de gel pra sexo anal e, ainda, cronometram o tempo com absurda frieza. Sem contar que o diálogo é zero, que se escondem da sociedade com vergonha e tem as suas fotos imersas em Photoshop. Eu não tenho a mínima vergonha, a decisão foi minha, a alegria e o prazer também são meus! Se o fato de eu estar realizada sendo cortesã lhe incomoda, por favor, procure um terapeuta, você tem sérios problemas psíquicos e morais. Você é miseravelmente infeliz. Só lamento.

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

«Passar os limites» - por Rui Felício

«Borracha com desenho de mulher»
José Guimarães
Colecção de arte erótica «a funda São»
Primeiro a boca, os dedos, depois os pés, as mãos, as pernas, os braços, o pescoço,o peito...
Helena deixou escorrer pelo corpo, o amor que experimentava pela primeira vez.
Imaginou-se envolta pelo mar, comparou os arrepios aos salpicos das ondas, os odores ao cheiro a maresia, a incompreensão das sensações à imensidão do oceano...
Até que, num súbito desejo, mergulhou! Morreu afogada pouco depois. A Helena não sabia nadar...
Rui Felicio

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Os abstinentes



HenriCartoon

«Orgasmo taxado» - Adão Iturrusgarai


21 dezembro 2016

Assédio nas ruas comentado pelos filhos das mulheres assediadas

«respostas a perguntas inexistentes (356)» - bagaço amarelo

Dos Amores às Escondidas

Se calhar todos nós Amamos às escondidas, como eu. Se for verdade, já todos vivemos algumas centenas de Amores diferentes, ou até milhares, mesmo que só tenhamos tido um Amor Mesmo na vida.
Os Amores às escondidas podem ou não ser recíprocos. Nunca sabemos, precisamente porque são escondidos. Quando, por acaso, passamos a saber que somos correspondidos, então deixa de ser um Amor às escondidas para passar a ser um Amor Mesmo.
Apaixono-me muitas vezes durante cinco minutos pela empregada do café, pela do quiosque onde compro o jornal, pela que se cruza comigo quando vou pôr o lixo lá fora ou pela que me atende na farmácia. Elas não sabem, claro. Nunca lhes disse. Afinal de contas, quando não as estou a ver não me sinto apaixonado. É apenas quando estão perto de mim, o que dá ao Amor uma explicação: a presença.
Há muitos Amores que nascem de Amores às escondidas. Já me aconteceu. O problema do Amor Mesmo é que a explicação desaparece. A presença deixa de ser um motivo para Amar e passamos a Amar sempre, mesmo quando estamos sozinhos em casa, apenas porque sim.
É por isso que quando um Amor Mesmo de alguém está a correr menos bem, não vale a pena aconselhá-lo a deixar de Amar. Se não há motivo nenhum para Amar Mesmo, também não há nenhum para deixar de o fazer. Os Amores Mesmo nunca morrem duma só vez, como os Amores às escondidas. Com o tempo, vão-se fortalecendo ou enfraquecendo. Quando um Amor Mesmo se fortaleceu muito, demora bastante para desaparecer.
Ainda assim, há um conselho que se calhar todos podem seguir quando o seu Amor Mesmo parece doente. Vivam muitos Amores às escondidas. Eu hoje, por exemplo, tenho seis encontros marcados com Amores desses. Eles é que não sabem. Nem vão saber.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Rasgada

Corremos pelas nossas memórias ou saltamos por cima das mesmas e aproveitamos o que estamos a viver? Parece uma máxima mas não é, demasiadas circunstâncias da vida permitem-nos falar assim.
Saltas comigo?  Estamos acima das nuvens, acima dos pensamentos lógicos e eu estou no meu palco enquanto tu me absorves de uma forma quase gulosa mas tem calmam que cada momento tem o seu sabor: a carne quente, rasgas-me a carne, partes-me o desejo ao meio e entras por mim adentro sabendo que eu o quero.
Como te atreves tu a entrar no meu palco? Os deuses irão cobrar-te tal tratamento de deusa cor-de-rosa, vou dizer-lhes que foi à altura.

De ti, minha miragem no meio do deserto, quero apenas isto: simplicidade na agressividade, suor na calma e força nas tuas fraquezas expostas. A carne nunca é fraca, apenas pode ser rasgada.

Já me rasgaram.

Postalinho da vela-supositório

"Numa festa de Natal, por que motivo a decoração da minha mesa era esta?!"
São Rosas