12 dezembro 2005

"E pur si muove"

Joanna N.

E contudo... O corpo move-se
Apesar do cansaço
Alagado em suor
O desejo reaceso
Que julgavas saciado
A vontade e o querer
Que julgavas satisfeitos.
Despertam os sentidos
Que julgavas adormecidos
Quando na tua a minha boca diz:
- Quero mais e mais de ti.

Foto: Joanna N.

O Ferralho ode a Encandescente (com todo o respeito):

E, depois... reinventas-te para mim
Neste nosso mesmo abraço
Nos gestos que espero e reconheço
Em palavras já usadas
Que desejo que repitas
E quero a exacta maneira de me quereres
Anseio as tuas mãos sábias do meu corpo
E as formas todas de me percorrerem
E todos os sabores que lá puseres
Agora, mesmo agora
Depois de me teres

A propósito, já compraram o primeiro livro de poemas da Encandescente? Está à venda nas livrarias, mas para quem precisar eu posso enviar à cobrança. Aqui está ele na montra de uma livraria (no caso, a Apolo 70, em Lisboa):

Música da planície alentejana

Vamos lá saindo
por esses campos fora
que a manhã vem vindo
dos lados da aurora.


Esta música tem várias interpretações e há quem diga "dos lábios da aurora" mas como não conheço a senhora não sei a que lábios se referem.

Chamada erótica

Uma executiva de topo de um instituto público, recém nomeada, faz a sua primeira viagem em trabalho fora de Lisboa.
À noite, sentiu-se sozinha e com uma sensação de liberdade que nunca tinha sentido antes.
Decidiu telefonar para uma «empresa de acompanhantes» que estava publicitada no quarto do hotel.
Localizou, sem dificuldade, uma que oferecia serviço masculino. Com o folheto nas mãos, molhadas de suor pela expectativa, discou o número indicado.
- Boa noite! - atendeu uma voz masculina marcadamente sensual.
- Boa noite. Eu preciso de uma massagem... Não, espera! Na realidade o que eu quero é sexo! Uma grande e duradoura sessão de sexo, mas tem de ser agora!... Estou a falar a sério! Quero que dure a noite inteira! Estou disposta a fazer de tudo, participar em todas as fantasias que vocês inventarem. Traz tudo o que tiveres de acessórios, algemas, chicotes, dildos, pomadas... quero ficar a noite inteira a fazer de tudo! Vamos começar por espalhar mel pelo corpo um do outro. Depois vamos lamber-nos mutuamente... ou tens alguma ideia mais quente? O que achas?...
- Bem, na verdade parece-me fantástico... mas... para chamadas externas a senhora precisa discar o zero primeiro...

(enviado por R. Andrez e traduzido do brasilês por São Rosas)

Amor... didela* - diálogo de surdos-mudos entre Charlie e Corpos e Almas

A Corpos e Almas ofereceu-nos um pouco de espírito natalício:

O Charlie odeu-a:
Obrigado Corpos e Almas
Como tu me entendes
A falta que sinto dum Natal à maneira.
Onde os flocos ardentes
de neve quente
Cobrem de calor
a alma da gente
Num corpo perdido
Em mulher bebedeira

A Corpos e Almas deu uma tampa natalícia:
Ó Charlie
a falta que eu sinto
de um calor à maneira
mas perto de ti
só se acenderes a lareira

*reconheçam que está um título bem esgalhado

"Postugal"

Para todos os que ainda acham que as mulheres portuguesas são velhas gordas e com bigode...

Lindas Tugas

11 dezembro 2005

Morder-te...


Resquícios de Vida

Fantasia desodorizante

A Axe (Lynx no Reino Unido) criou numa campanha publicitária a LynxJet Airline, com hospedeiras muito simpáticas, brincalhonas e solícitas. Tanto, que gerou já polémica. Vê aqui o anúncio para televisão. E aqui tens imagens para descarregar.
Queres aderir ao LynxJet Mile High Club? As hospedeiras dão-te as boas vindas...

Poetas da nossa (en)terra - por Mano 69

Mal cazado

Tanto louco a lamentar-se
Por não ter Felicidade!
Da minha levem metade,
E verão que hão de fartar-se!

Se me visse livre d´ella,
Cantava cem ladainhas!
Não lhe dar o mal das vinhas,
Ou das batatas a mella!...

Farta da cabeça aos pés,
Era a dicta d´um nabbabo!
E mais bruta do que o diabo,
Chegava bem... para dez!

in ALMEIDA, A. Alves de (1902) Proza Rimada ou Rimas Populares: Brancas e vermelhas
Louzan: Typ. De J. Ribeiro dos Santos. Pág. 160

Elucidário:
Ladainha - oração
Mal da vinhas - míldio (fungo)
Mela das batatas - doença que impede de crescer.
Nababo - homem nobre e rico na Índia.

Mano 69

«Também quero ver o desfile»


(modelado - salvo seja - por J. Longo)

10 dezembro 2005

A Gotinha Pergunta...

O que é que as Meninas vão pedir ao Pai Natal?!


(via sxxxy)

Amanhã é Domingo

Domingo.
Dia de Família.
Dia de ir às compras em centros comerciais.
Dia de sufocar no meio da multidão.
Dia de filas intermináveis para estacionar nos parques subterrâneos.
Dias de partilhar elevadores com mais de 30 pessoas mal encaradas.
Dias de ir ao cinema e aturar o cheiro das pipocas e os risos idiotas dos adolescentes.

Dias de desejar ser diferente…
Domingo. Dia absurdo…. Ou não.

Ainda há outros cenários.


Fotografia de David Mendelsohn

Mais um quadro a óleo na minha colecção

Megalítico

Não me esqueço deste verão, Sãozinha. Avancei para o megalítico Alentejo no intuito de refrescar entre os duches ao ar livre e os três palcos repletos de Oásis, Humanos, Da Weasel, Ben Harper ou Korn.

Foi fácil conseguir comunicar com um dos indígenas de longos cabelos pretos de azeviche, t-shirt enrolada em chapéu e as inevitáveis jeans, chegadinho directamente de Braga. Ainda se encontram umas sombras na planície de S. Teotónio sob as árvores que restam e ele colou-me bem a uma, para descer ao fresquinho da minha mini-saia rosa e se dedicar à pintura rupestre feita a dedos e tingidelas de língua. Ergui-lhe os cabelos até a minha boca debicar a dele e numa dança tribal de corpos encostados rodei para ele as nádegas enquanto esticava os braços em linha recta para me apoiar na casca da árvore. As suas mãos baixaram-me a cintura até 3 palmos do chão para permitir o acasalamento de cócoras à homo erectus visualizando as entradas e saídas do seu orgulho macho. Torci a cara para lhe absorver a língua e forçar meia volta que o sentasse para, de olhos nos olhos, lhe captar os esgares que os meus músculos sugadores lhe imprimiam cadenciadamente. Descaí a cabeça, a aninhá-la no seu ombro, para daí partir para a definição milimétrica, com a língua feita régua, da distância do seu pescoço até àquele ponto que faz a fronteira dos testículos para as nádegas e depois de devidamente preservado em saliva, recolhi o seu menir no interior de mim, joelhos no chão e seios saltitantes na frente do seu nariz, tal como as primeiras fêmeas sapiens na procura de aumentar os pontos de contacto da pele. Alguns minutos depois, com a noção de tempo que é possivel ter nessas alturas, ele tomou a posição dos portugueses ao chegarem ao Brasil e estendido sobre mim, no abraço das minhas pernas no seu dorso, foi navegando nos meus sons guturais, até a espuma das ondas indicar que arribáramos a bom porto.

Agora sabes, São, tenho é de arranjar uma maneira para não me voltar a esquecer das joelheiras sempre que resolver fazer trabalho de campo.