28 novembro 2006

Como é que te chamas meu menino? Amééééééééérico!


Beja, 6 de Fevereyro (de 1740)

Em huma herdade do termo desta Cidade naceu de huma Cabra hum celebre monstro, com rosto de homem ainda q. cheyo de pello, maos, e pez de macaco, orelhas de bode, barriga liza, como de menino, rabo curto, mas de tal modo feyto, que se nam poude em pé; a Cabra, que o pariu o estranhou tanto, que nam lhe querendo dar de mamar, fogia delle, saltando por outeyros, e Valles a berrar: como faltou o alimento ao monstro, pereceu, e em menos de meyo dia morreu. Tanto que a justiça teve noticia, soube tambem o pastor prevenir-se della fogindo; tirou-se desvaça, e se suppoz, que o pastor havia sido pay do monstro, vivendo amigado com a Cabra, como sucede nesta Provincia a muytos pastores que sam mais brutos na concupiscencia do que os mesmos animais, que guardam.

MATOSO, Luís Montez, 1701-1750
Ano noticioso e histórico / Luiz Montez Matozo. - Lisboa : Biblioteca Nacional, 1934 - Facsimile de: Anno noticioso e historico, de 1740. – Tomo 1 – Pág. 47.

Disponível na Internet em:
http://purl.pt/304

Mudanças


Coloridas


Outras Coisas

27 novembro 2006

CISTERNA da Gotinha


Quem é que gosta de gatinhas?!

Penelope Cruz no calendário da Pirelli.


Pornografia para...
pandas.

Think you're sexy?! -
sugestão da LolaViola

As antigas
embalagens de preservativos eram bem discretas. E se as formos comparar com as actuais embalagens japonesas dá vontade de rir.

Os erros do Amor, por mostrengo Adamastor


Cinquenta e um?! Parecem-me poucos...

Morreu Mário Cesariny

imagem amavelmente surrupiada ao blog Catedral
Informa o :
"Mário Cesariny de Vasconcelos, nascido em Lisboa, em 1923, deixou-nos ontem, dia 26 de Novembro e partiu para o mundo surrealista onde viveu desde os seus vinte anos. Poeta e pintor, deixou-nos coisas lindas de ler e de ver.T enho a felicidade de ter dele «O Tarot», que alinda uma divisão da casa. Para o nosso espírito, fica um excerto de «You are welcome to Elsinore»:

E há palavras e nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo
nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmos só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever de falar.

Mário Cesariny"


Poema completo aqui. Mais poemas de Mário Cesariny aqui.

A LolaViola relembra - e muitíssimo bem - o poema de José Carlos Ary dos Santos «Em louvor e simplificação de Mário Cesariny de Vasconcelos»:

"Por quê Mário?
Por quê Cesariny?
Por quê - ó meu Deus de Vasconcelos?
Não sabes que um polícia de costumes é o agente interino
da moral dos vitelos?

Alarga Mário a larga pássara do canto
e verás que à ilharga da imagem
o deus da vadiagem
fará de ti um santo.

Meu santo minha santa
Filomena tirada dos altares
quando a alma dos outros é pequena
melhor é ir a ares.

Areja Mário a pluma que sobeja
ao teu surrealismo
antes o ar de Londres que o de Beja
antes a bruma do que o sinapismo

Fornica meu poeta
sem a arnica
dos padrecas da terra.
Antes em Telavive que o tal estar
aqui
de cu pró ar
a ver quem nos enterra.

A fundo Mário se quiseres
baratinar os chuis.
Nem vinho já sabemos nem mulheres
mas os colhões de teres
os três olhos azuis.


José Carlos Ary dos Santos"

Rescaldo do 6º Encontra-a-Funda

Houve quem fosse ao 6º Encontra-a-Funda e não se apercebesse, na peça de teatro «Auto Na Tal», que as cabrinhas que os pastores... apascentavam, tinham umas florzinhas bem giras e perfumadas. Aqui estão elas, para que apreciem este par de obras de arte, criação da Margarida das Margaridas e que estão já na minha colecção, ao lado do chourição do preto Ribeiro e das vestes do deus Priapo (do 5º Encontra-a-Funda):

Ai flores, ai flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo? Ai Deus, e u é?
Entretanto, nos regressos do Encontro houve quem me escrevesse umas palavrinhas:

"Venho agradecer a magnífica noite que me proporcionaram e esperar que o próximo encontro seja breve. És uma anfitriã de truz. E muito mais interessante do que eu poderia alguma vez imaginar. Divertida, extrovertida, simpática, bem educada... olha, gostei!
Fresquinha"
Foi uma noite quentinha, Fresquinha

"Obrigado pelo convite!
Cheguei bem a casa, espero que também tenham chegado bem...
Como sempre foi óptimo este 6º Encontro-a-Funda! Boa bebida, boa comida, boa companhia, boas canções, bom teatro, boa estadia, bom passeio, bons golfinhos, bom almoço, boa viagem!
A São é mesmo boa a organizar estes encontros! :-)
Grande abre aço!!
JF"

O mérito foi todo do Pedro Laranjeira. Obrigada mais uma vez, Pedro.

"Amigas, Amigos e afins d'a funda São
Obrigada pela vossa calorosa recepção! Fizemos boa viagem de regresso - mas...
Eu e a A. somos mulheres da Ciência, portanto adeptas do Método Experimental, e só chegámos às respectivas casas às 6 da manhã porque fomos experimentando pelo caminho o equipamento que amavelmente nos ofereceram! Lá a A. não sei (ela não atende o telefone nem o telemóvel, deve continuar muuuuuito «ocupada»...), mas eu tenho de me ir embora que ainda tenho 327 experiências a fazer - ai, ui, que bom!
Boa disposição e beijocas para todos
B."

Para a próxima tenho que pedir à Erosfarma uma palete de pilhas.

"Estávamos os três a divagar:
O Senhor Pedro Laranjeira
E também o Senhor Bartolomeu...
De como havíamos de poetar
Sem ter tamanha canseira
(Ah! e também lá estava eu...)

Inquirimos, e com ardor insistimos
Que teríamos de ter uma musa
Para tantos poemas e prosas.
Aceitamos, mas ainda resistimos
Que tinha de ser, sem escusa
São Rosas, senhores, São Rosas!

"

Tu és a sombra da Sombra - Zé

"Tu és a sombra da Sombra
Sol forte que me incendeia.
Tu és a mão que assombra
E vai tecendo a teia...
Tu na sombra fazes sombra
Aos encantos virginais,
Tu és a mão que assombra
E me fazes dar os ais...
A tua sombra que assombra
O púbis mais delicado,
Com a mão tu fazes sombra
Nesse recôndito guardado.
Sai da Sombra e deixa a luz
Penetrar no fundo escuro,
E deixa a mão, onde eu a pus
Que assim me sinto seguro...

Novembro, 25, 2006

"

"Eis a minha parca homenagem ao homem-poeta «Zé-povinho» que, por ser grande, possui do mundo das sombras o conhecimento vasto.

naquela sombra que esconde
da luz, o local de perdiSão
procuro o sossego que ronde
na sombra da excitaSão

desse, não se lhe vê a sombra
porque escondido está
na sombra que assombra
aquilo que da sombra resta

mas, procurando bem na sombra
tacteando bem na fresta
encontro uma alta lomba
que é onde começa a festa

se atentar bem na sombra,
tomado de loucura insana
sinto que é essa sombra
para minhas dores a tisana

neste re médio me largo
e entrego os sentidos
esquecendo o mundo amargo
perdido nos teus gemidos
Bartolomeu"

Optical Rectal




O aparelho já vem com lanterna...
Reparem no ar envergonhado da menina.

Planta africana descoberta na região do Cunene em Angola (não sei, digo eu...)


"Em Paxaxene não se dava aquela espécie de árvore?
Tive uma arve no mê quintal que dáva enrvílheas, erem verdes, e quandabertas tinham o jête duma paxaxa mas com montes de grêles lá dentre, todes em feleirinha, cuma se fora a bicha prós lavabes.
Quande ê fui numa escreSão á Nemzaré ca minha Minquelina, a camenete parou numa bomba de gaselina e foremes todes aos lavabes, a minha Minquelina tava tã apertadinha, tã apertadinha, quinquanto estáva na bicha á espera, ia-se mejande toda, se não fora a vezinha Aménlia ter-lhe dado a vês, tenha-se mesmo desorinado toda. Tambem não abia grande male, quando xegassemos á Nemzaré ia ao banho ficava lavadinha.
Por falar em bicha... numca mais se boltou a ber aqui aquele senhore o Nelo, candava cum xavalito que só cria chiclates. será que lhe saiu o aeromelhões?

Bartolomeu"

26 novembro 2006

habemus Pai Natal

Terminou ontem o casting para o Pai Natal d’a funda São.
O vencedor destacou-se dos demais devido a uma pequena singularidade.
Atenção pois ao mês que vem… e deixo um conselho… não adquiram para já os postais típicos da época que se avizinha.

raim's blog

O Bartolomeu pede o livro de reclama Sões (plural de São):
"Eu... a bem dezere, até que podia ter cido celesionado, pôs podia, intão veijam beim. Á dias andaba no sepremarcado ás cômperas, fui andado ás boltas plos querredores do sepremarcado a tirar as latas das prataleiras e aquando chiguei á cacha pra pagar, começáramos a oubir uns grites la nos fundes do sepremarcado e as empargadas todas a fegirem e aos grites a deserem candava la uma cobra muta grande, froem logue 2 sigranças a querrer e todágente a oilhar pra verem a cobra, e passades uns 5 menutes, lá voltarem os homes ca cobra ao ombro e adezerem cafinal já estava morta, só cando olhei pra cobra é que malembrei que me tinha esquecido da enrelar á bolta da centura"

Liga-me!

O moço estava abatido e eu empenhei-me no papel de tia de ouvidos atentos para acolher a descrição da morena de cabelos compridos com olhos rasgados e luminosos, ou para abreviar argumentos, bué de bem feita, boa mesmo. Chamava-se Rita.

E ele que se afirmava um homem de voipes, um neologismo para mim que sou mais da geração dos vaipes, insistiu em ligar-lhe inúmeras vezes. A chatice é que ela nunca atendia o telefone, indo sempre dar de orelhas com gente que não fazia a mínima ideia de quem ela era, crendo mesmo o rapaz que ela lhe havia dado um número trocado propositadamente, que é uma coisa que amolga o ego a qualquer um.

Ainda alvitrei que fosse directamente a casa dela, coisa impossível de praticar já que ele desconhecia a morada dela ou até os sítios que ela costumava frequentar. Sem querer ser metediça ou invadir a intimidade do querido sobrinho perguntei como tinha conhecido essa rapariga que lhe espevitava o desejo e as agruras da falta de correspondência. Ele avançou logo com a televisão, clarificando prontamente que nada tinha a ver com as boazonas dos Morangos com Açúcar e sacou da sua carteira uma folha A4, dobradinha, que havia impresso da net e estendeu-me a explicação do mistério.

Máquinas de venda japonesas



25 novembro 2006

Ejacularum humanum est

(15.ª teSão - série "onanista")

O cio que só mente quando pensa... oCiOso Pensamento!
Petrificado desejo para míopes que um qualquer Onanistélico resolveu revelar. Masturbéliquices...


Palavras para quê? Perpétua resposta ao infinito desejo. Basta-me assim o ensejo quando quiser tê-lo. Fustigado pelo tempo... resiste, contudo, com tudo (como aliás se constata) apesar da feroz concorrência siliconada. Com nada? É que não!


Qualquer coisa como desde sempre. Como deste, não se desgasta. Sacio-me com a rugosidade que me deixa pedrada. E a fogosidade do meu linguarajar alivia-me as aftas...
(era escusada esta parte, eu sei)