26 julho 2009

Pela beleza real




O fotógrafo alemão Peter Lindbergh decidiu defender a beleza real e criou um movimento contra os excessos na manipulação de imagens.
As imagens criadas com recurso ao PhotoShop são tão inatingíveis e abusivas que são esses mesmos profissionais os que agora defendem o regresso à beleza natural ou com intervenções discretas que não deixem as modelos parecidas com "verdadeiros objectos de marte", como disse Peter Lindbergh.
O fotógrafo fez em Maio uma série de capas para a revista Elle francesa, retratando mulheres sem maquilhagem ou retoques digitais, entre as quais as actrizes Monica Bellucci, Sophie Marceau e a modelo checa Eva Herzigova.

Fonte: jornal i

Como refere a Sophie Marceau: "Quando retocam uma das minhas fotos, não me consigo encontrar"

crica para visitares a página John & John de d!o

Ela já encontrou o seu ponto G

24 julho 2009

27 de Outubro de 1902

Hesitante, Teodorica Balankova aproximou-se da porta entreaberta. Por um momento pareceu que ia recuar mas, num assomo de coragem, pôs a mão no puxador e num só gesto, repentino, empurrou a porta e entrou no quarto obscurecido, cheirando a pecado e devassidão.
A luz vinda do exterior da porta aberta por Teodorica Balankova deixava entrever o contorno de dois corpos desnudados, entrelaçados em repouso.
Em silêncio, Teodorica encostou a porta e, subrepticiamente, aproximou-se da cama, onde Alexandrina Fiodorova e José Eduardo dormiam. "A sorrir", constatou Teodorica irada, enquanto apreciava o quadro sensual que os corpos jovens e sãos proporcionavam.
Sobressaltada pelo estalar da madeira na sala ao lado, Teodorica procurou, por precaução, a penumbra para se ocultar e estacou sem respirar, certificando-se que ninguém se aproximava ou que os amantes não acordavam. Ante a paz cálida e o silêncio penumbroso que a casa e o quarto mantinham, a empreendedora Teodorica cerrou os lábios num sorriso cortante e iniciou a execução do seu maléfico plano.
A coberto da sombra, confiando na ausência de testemunhas e no óleo que usara na roldana, Teodorica começou a puxar suave mas resolutamente a corda que levantava o peso de 16 toneladas que se havia de colocar sobre os corpos nus de Alexandrina Fiodorova e José Eduardo.
"A morte será rápida e indolor" pensou Teodorica, vendo o peso subir inexoravelmente. "É pena" lamentou. "Preferia uma morte lenta e dolorossissima", Teodorica hesitou nesta palavra e apontou mentalmente que deveria estudar mais afincadamente a língua mãe.
Tensa, Teodorica Balankova escutava o rumorejar contínuo e lamentoso da corda e da roldana e procurava, nos seus gestos contidos e muito ensaiados, a calma para levar o seu plano até ao fim. Entreabriu os lábios, numa espécie de sorriso desdentado, quando a corda deixou de lhe obedecer e os seus olhos brilharam diabolicamente ao constatar que o peso de 16 toneladas se encontrava na posição prevista e tão ansiada.
Alheios a tudo, os amantes permaneciam placidamente adormecidos e Alexandrina Fiodorova enroscou-se mais em José Eduardo, permitindo a Teodorica a invejosa contemplação das suas nádegas firmes e rosadas.
"Alexandrina Fiodorova tem um belo cu" constatou Teodorica, que era psicopata mas não era cega e, rindo em silêncio, concluiu com prazer: "Mas isso agora não lhe vai valer de nada!"
Na verdade, como bem sabia a infeliz e despeitada Teodorica, Alexandrina Fiodorova, rica em carnes e refegos, era dona de um dos mais belos e cobiçados corpos de São Petersburgo e, vista dali, Teodorica percebia bem porquê . "A puta é boa" sentenciou sem ironia. Mas, no seu intímo, no mais profundo do seu ser, no âmago da sua alma, Teodorica comprazia-se por saber que José Eduardo nunca amara a menina Fiodorova, amava-a a si, Teodorica Balankova!
Com a corda na mão, certa de que a vida dos amantes estava, literalmente, por um fio, Teodorica, que era psicopata mas não era megalómana, permitiu-se num assomo de assassina bonomia rectificar a sua ideia e, sem mágoa, reconheceu que, na realidade, não só o português não a conhecia, como se porventura os seus destinos se cruzassem, o melhor que lhe podia acontecer era que José Eduardo se condoesse de si e lhe desse uma de esguelha na caleche que o transportava aos banhos às segundas-feiras depois das quatro da tarde.
Interrompendo as conjecturas delirantes de Teodorica Balankova, Alexandrina Fiodorava, sem abrir os olhos, rebolou de costas para cima de José Eduardo que, na sua lassidão de amante saciado permaneceu de rosto impassível mas demonstrou verdadeira alegria e pujança ante os avanços da russa rebolona. Sorrindo candidamente, Alexandrina Fiodorova movia o seu avantajado mas sensual corpo para que José Eduardo entrasse em si. Teodorica, de corda na mão, tudo via sem nada compreender. Via os inconscientes, quase transcendentes, movimentos síncronos dos amantes e observava com toda a atenção a cega mas aparentemente decidida jornada do enorme órgão reprodutor de José Eduardo para as enormes nádegas de Alexandrina e, espantada, tentava perceber onde a menina Fiodorova o arrecadava, pois, a posição em que esta se colocara não permitia que José Eduardo a estivesse a penetrar onde a santa mãe igreja ordena. Escandalizada, Teodorica Balankova tudo percebeu, afinal conhecia a anatomia humana e, inadvertidamente, deixou escapar um sonoro "OH!!"
Alexandrina Fiodorova e José Eduardo olharam-na perplexos.
Teodorica esboçou um sorriso, largou a corda e gritou:
"Morram, sodomitas! O dia do vosso julgamento chegou!"
E encolheu-se e fechou os olhos, esperando o estrondo, o quente espirro de sangue, de fluídos corporais e de alguns ossos mas, surpreendentemente, nada aconteceu, ou melhor, nada aconteceu ao peso que se manteve miraculosamente suspenso sobre as cabeças dos amantes, pois, José Eduardo, ainda com ele entalado, gritou um impropério em português, que as duas mulheres russas não compreenderam e que, agora, para o caso, pouco ou nada adianta, e tomado de uma fúria irreprimivel e brutal ergueu-se sobre as nádegas de Alexandrina de braços estendidos e mãos assassinas tentando alcançar a carótida de Teodorica Balankova.
Alexandrina Fiodorova gemeu.
Teodorica deu um passo atrás.
José Eduardo insistiu, esticando-se.
Alexandrina Fiodorova tornou a gemer.
Teodorica permaneceu fora do alcance das mãos do homem, sorrindo desafiadora.
José Eduardo e Alexandrina Fiodorova, com um duplo grito primordial de dor, estatelaram-se no chão encerado. O sangue jorrou do ânus de Alexandrina que gritava como uma louca, enquanto José Eduardo apenas murmurava num último estertor "Partiu-se, meu Deus, partiu-se".
Teodorica, vendo que de forma ínvia o seu plano acabara por resultar melhor do que o esperado, não se conteve e riu à gargalhada acabando por imprudentemente deixar-se cair sobre a cama.

Antigamente havia bons filmes


A vida no convento não pode ser só rezar

O DiciOrdinário também já está na BookHouse



Entretanto, no Twitter, há quem mostre a sua felicidade, como o Rui Simões.
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23 julho 2009

Agora cantem todos: «Apit'ó comboio!...»



"Ao confundir a teoria de Freud sobre a ligação entre o pentear-se com a escova do cabelo e a masturbação, a Maria descobre que a ignorância é uma maravilha."

Prenda especial para o Charlie

Eva «Tundi» Horvath dança (chamemos-lhe assim) ao som de «Psyché Rock», de Pierre Henry. Guarda objectos que possam cair com abanões!


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Como diz a Paula Raposo, "Não duvido que exista quem goste!"
É o caso do OrCa, que ode tudo o que mexe:

"enorme - brutal - ingente
mamalhão latifundiário
mamas assim nem são gente
são bossas de dromedário

gostava de a ver no metro
Lisboa em hora de ponta
vá de frente ou vade retro
onde encaixar tal afronta

aquilo não é um peito
é coisa mais sideral
mete-nos susto e respeito
p'ra lá do fenomenal

imagino a agonia
se por baixo eu me pusera
morrendo de asfixia
esmagado por tal fera

são alemães os melões
estes mercedes mamários
darão bem p'ràs provisões
de mais de mil usuários

e nem parece que sejam
algo assim siliconado
estão ali p'ra que vejam
o que é ser sobredotado..."


O Charlie faz-se esquisito (acha que as mamas estão verdes, não prestam, só os cães as podem tragar):

"Ai este Orca que com a São
me enchem o cais de vel' em prumo
digo-lhes entanto que não chegais
aos navios da Gota, esses sim um sumo.

Que se a fruta se quer alta
mas à mão dum breve esticar
Quando cai assim é certo que mata
Esta sede que desejo farta
Mas só ao ponto do meu saciar."

O OrCa nunca se satisfaz só com uma ode:

"ai que sacia, sacia
e se queres experimentá-lo
com três chupões ela avia
quem ousar ir lá cantá-lo

aos quatro é inundação
espirra que é um gosto
é mesmo bom tê-la à mão
em caso de fogo posto"

O Charlie bem tenta desvalorizar a mercadoria (ou melhor, o par de mercadorias) mas parece que está hipnotusado:

"ai que sacia, isso sacia!
É palavra Douta e Orca
Mas não quero experimentá-lo
deixo-a de gosto à tua porta
E aos três chupões que avia
quem ousar ir lá cantá-lo
Digo-te: antes melancia
Que perder por lá a minhoca."

Abençoadas tetas que até o Santoninho as ode!

"Nem bossas de dromedário
que apontam para o céu...
e, mesmo cobertas c'um véu,
são mamas de campanário!

Ingentes... in tu mescentes
Prenhes de líquido orgânico,
De um ordenhar mecânico...
precisa que lhe acrescentes!

Eléctrico, a pilhas ou a gás,
em organdi, máscara, na tromba...
E co'a docura de uma pomba,
Sacar-lhe o vírus... e zás!

Depois, uma branlette à espanhola
Que, aquilo, só para isso serve...
E então, fenece-nos a verve...
E dá-nos um tesããoo na tola!"