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Como diz a Paula Raposo, "Não duvido que exista quem goste!"
É o caso do OrCa, que ode tudo o que mexe:
mamalhão latifundiário
mamas assim nem são gente
são bossas de dromedário
gostava de a ver no metro
Lisboa em hora de ponta
vá de frente ou vade retro
onde encaixar tal afronta
aquilo não é um peito
é coisa mais sideral
mete-nos susto e respeito
p'ra lá do fenomenal
imagino a agonia
se por baixo eu me pusera
morrendo de asfixia
esmagado por tal fera
são alemães os melões
estes mercedes mamários
darão bem p'ràs provisões
de mais de mil usuários
e nem parece que sejam
algo assim siliconado
estão ali p'ra que vejam
o que é ser sobredotado..."
O Charlie faz-se esquisito (acha que as mamas estão verdes, não prestam, só os cães as podem tragar):
me enchem o cais de vel' em prumo
digo-lhes entanto que não chegais
aos navios da Gota, esses sim um sumo.
Que se a fruta se quer alta
mas à mão dum breve esticar
Quando cai assim é certo que mata
Esta sede que desejo farta
Mas só ao ponto do meu saciar."
O OrCa nunca se satisfaz só com uma ode:
e se queres experimentá-lo
com três chupões ela avia
quem ousar ir lá cantá-lo
aos quatro é inundação
espirra que é um gosto
é mesmo bom tê-la à mão
em caso de fogo posto"
O Charlie bem tenta desvalorizar a mercadoria (ou melhor, o par de mercadorias) mas parece que está hipnotusado:
É palavra Douta e Orca
Mas não quero experimentá-lo
deixo-a de gosto à tua porta
E aos três chupões que avia
quem ousar ir lá cantá-lo
Digo-te: antes melancia
Que perder por lá a minhoca."
Abençoadas tetas que até o Santoninho as ode!
que apontam para o céu...
e, mesmo cobertas c'um véu,
são mamas de campanário!
Ingentes... in tu mescentes
Prenhes de líquido orgânico,
De um ordenhar mecânico...
precisa que lhe acrescentes!
Eléctrico, a pilhas ou a gás,
em organdi, máscara, na tromba...
E co'a docura de uma pomba,
Sacar-lhe o vírus... e zás!
Depois, uma branlette à espanhola
Que, aquilo, só para isso serve...
E então, fenece-nos a verve...
E dá-nos um tesããoo na tola!"
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