30 junho 2011

Impressão

O homem, baixo, feio, hirsuto e ligeiramente manco, aproximou-se com um deslocado sorriso radioso por baixo de um bigode mal amanhado e perguntou gentilmente:
– Boa noite. A menina desculpe, está a trabalhar?
A “menina” que o vira aproximar-se num crescendo de pânico e repulsa foi surpreendida pelo sorriso, pela gentileza e pelo timbre da voz do homem que, no entanto, não superaram a primeira impressão de horror e nojo que se instalara e que a dominava em cada olhar de esguelha que lançava ao homem.
– Sim, estou – respondeu a “menina”, com um sorriso plástico sem expressão.
Os olhos do homem brilharam de contentamento e, num gesto nervoso, rápido e quase imperceptível, levou a mão direita ao bolso das calças onde guardava a carteira, tocou no bolso, sentiu o volume da carteira e perguntou:
– E está livre?
– Eu não sou nenhum táxi – resmungou a mulher, liquidando o ar de menina com que se apresentava.
– Desculpe – pediu o homem. – Eu... Eu não...
– Estava a brincar – interrompeu ela, fazendo um esforço por dar verosimilhança à frase e ao riso com que a dissera. – Não ligue!
O homem voltou a sorrir, abanou a cabeça como se tivesse achado graça e, por fim, quando ela parou de rir, insistiu na pergunta com um ligeiro movimento da cabeça e um simples – E?
– Ah, sim. Estou. Estou livre – respondeu a mulher, com um sorriso nos lábios e angústia no olhar.
O homem alisou o bigode, encolheu os ombros e lançou brandamente:
– Está livre mas não está livre de preconceitos – e sorriu sem mostrar os dentes. A mulher cruzou pela primeira vez o olhar com o dele e não respondeu. Ele concluiu: – Obrigado, de qualquer forma.
– Obrigado?! Obrigado, porquê?
– Por ser transparente. – O homem tornou a tocar na carteira e despediu-se com um – Boa noite e bom trabalho – sem ironia.
– Obrigado – aceitou a mulher, aliviada por vê-lo de costas e a afastar-se. – E melhor sorte numa próxima vida – murmurou sem ironia.

Postalinhos portugueses do século XIX enviados pela Maria Árvore










Alvíssaras (seja lá o que isso for) a quem descobrir o que a moça tem no meio das pernas


Design-Generation XIX from Design-Generation on Vimeo.

Duelos de tesão


29 junho 2011

Os 5 melhores exercícios para obter um pénis Arnold (sim, o Schwarznegger)

De vez em quando dou uma vista olhos pelas coisas que atraem gente via Google para o meu blogue e invariavelmente encontro no top 5 das buscas a expressão “como exercitar o pénis”, título que dei em tempos a uma posta inspirada precisamente neste meu vasculhar do(s macaquinhos no) sótão das tendências dos visitantes para lhes perceber a evolução.
Tendo em conta a realidade acima descrita é fácil de concluir que a evolução é permanente e não falta por aí gente interessada em concentrar-se no body building aplicado a uma zona específica da anatomia masculina.
Consciente desta preocupação da malta com pila na respectiva manutenção e porque nos é concedida sem manual de instruções, além de que é um tema catita para esgalhar uma posta, entendi oferecer aos que têm muito mas querem mais e aos que já estão por tudo para conseguirem levantá-la algumas sugestões complementares à do exercício do toalhão que descrevi na posta acima lincada.

A ideia corrente é a de que a pila é um músculo como outro qualquer e se o trabalharmos com afinco mais enrija.
Apesar da minha fraca sabedoria em matéria de educação física, foi esse o pressuposto que abracei na adolescência quando comecei a minha breve incursão pelo culturismo genital que agora me coloca numa posição favorável para entender as expectativas criadas pelos mais empenhados.
Por isso mesmo tentei encontrar formas de ir de encontro a essas expectativas, concebendo formas acessíveis (estamos em tempo de crise) e simultaneamente eficazes de exercitar o tal músculo tão especial para alguns e para algumas também.

1 – Halteres
Uma vez que a masculinidade é um atributo importante para os detentores de uma pila, tentei encontrar uma forma de colar a imagem máscula desse equipamento clássico do ginásio comum, adaptando-a às diferentes etapas da vida do atleta em causa.
Assim, recomendo na puberdade uma palhinha com dois caramelos de Badajoz, um em cada extremidade, fixando o conjunto numa posição que deixe equidistantes os pesos da cabeça do membro viril.
Com a entrada na adolescência podem substituir a palhinha por um pauzinho do mikado ou similar e trocarem os caramelos por carrinhos de brincar que entretanto convém já não usarem por essa altura.
Depois de adultos, e cumprido um programa rigoroso de exercício diário ao longo das etapas anteriores, podem mesmo arriscar um pau das espetadas com dois nacos do lombo em cada ponta. Esta abordagem permitirá impressionarem as parceiras com um jantar de grelhados de vossa iniciativa e compensará um eventual atraso na obtenção de resultados através deste exercício ainda não testado em humanos (nem em ratos, pois no meu hamster podia tentar com um palito e duas azeitonas, mas tive sempre medo que ele se engasgasse com os caroços).
Nota importante: guardar os caramelos e a palhinha para usos futuros que a vida não está para viagens.
Nota importante 2: na fixação dos halteres à cabeça da pila devem ter em consideração o cuidado de não apertarem demasiado os fios ou cordéis para não correrem o risco de asfixiá-la. E caso optem por outros processos de fixação, evitem sempre as colas de papel como a UHU e jamais recorram a fita isoladora.

2 – Porta-Aviões
Mais uma vez, procurei encontrar uma representação simbólica com laivos de masculinidade mesclados com a evocação das enormes dimensões da embarcação que inspira o segundo exercício que vos proponho.
A ideia consiste em manter a pista consistente para nela aterrarem aeronaves (não interpretem em sentido literal, pois detestaria saber que algum de vós desse cabo das miniaturas airfix do Spitfire por falta de... equilíbrio na pista ou assim.
O exercício consiste em prolongar cada vez por mais tempo a disponibilidade da pista até se atingirem níveis de tráfego semelhantes ao do Aeroporto da Portela. Para os mais pequenos ou mais murchos recomenda-se uma fasquia mais próxima da do aeródromo de Tires para evitar decepções que derivem de alguma sucessão de desastres aéreos.
Pelo nível de concentração exigida nesse esforço de controladores aéreos não se recomenda o recurso à pilota automática.

3 – Martelo Pilão
Este possui logo à partida uma designação muito macha e que permite ultrapassar qualquer renitência por parte dos mais viris de língua.
Como o nome indica, o exercício visa substituir os quebra-nozes clássicos, esse cliché masculino que os apreciadores de filmes de acção tanto apreciam, e proporcionar uma forma realista de testar a dureza entretanto obtida.
Claro que para este teste não se recomendam frutos secos para quem não tem dentes e por isso deverão seleccionar os alimentos a quebrar em função do nível de preparação do atleta.
Sugiro começarem por se oferecerem para partirem a casca dos ovos ao longo da feitura do almoço, pois esta opção permite impressionar em simultâneo a parceira com uma exibição dos resultados do vosso trabalho e com um pretexto magnífico para partilharem as tarefas culinárias a dois.
Devem experimentar a sós até se certificarem de que na hora da verdade não batem com força que chegasse para deixar as claras batidas em castelo (essa prática só é aconselhada a cinturões negros, a campeões veteranos) nem ficam vexados por tentarem, os menos espertos e menos habituados ao tempo passado na cozinha, partir a casca do ovo pelas suas pontas e enfrentarem um flop que é sempre uma experiência traumática quando envolve a pila nas suas exibições de força bruta.

4 – A Táctica Vulcano
Como se depreende, este é um exercício que concebi com base no meu interesse pela Ficção Científica. A Táctica Vulcano, no entanto, não é inspirada no Doutor Spock mas sim no famoso esquentador inteligente que tanta pila já banhou por esse mundo fora.
Por outro lado, o exercício bebe de uma sugestão deixada nas caixas de comentários acerca de mexermos a bica com a ponta. Contudo, e dentro da óptica da segurança pessoal, opto por níveis mais baixos de calor (não vá algum levar-me a sério e tentar mesmo esta proeza) e recomendo que deixem sempre bem claro que não querem uma bica em chávena escaldada.
A Táctica Vulcano possui uma característica que a torna particularmente atractiva para os amantes dos filmes de kung-fu. Qualquer apreciador do género conhecerá a célebre imersão dos dedos médio e indicador, ao longo de horas, num recipiente com areia a ferver. Nos filmes, os donos dos dedos pareciam obter um resultado excelente que lhes permitia, era esse o objectivo do exercício, fazerem explodir os olhos nas órbitas dos inimigos com um simples golpe desferido com os dedos de betão.
Ora, não existe qualquer apelo à violência neste conjunto de exercícios e ninguém quer ensinar a rebentar olhos às pessoas. O uso da pila deve obedecer sempre a critérios de moderação e de bom senso e deve existir sempre consentimento mútuo na sua aplicação prática.
Nesse sentido, a Táctica Vulcano visa apenas preparar o atleta para enfrentar grandes subidas de temperatura com se possa confrontar nas suas incursões pelo que podemos apelidar de vulconas e aprender a evitar o reflexo caracol por parte de uma pila sem experiência em acentuadas variações térmicas.
Aconselha-se uma exposição moderada a água mais quente durante o duche, podendo depois o atleta subir o nível de temperatura até à de um prato de caldo verde aquecido em lume brando durante não mais de dez minutos. E sem chouriço.

5 – Penetração pelas Faixas Laterais
Homem que é homem que acredita que ser homem passa por esse tipo de pormenores não resiste ao apelo futebolístico e isso explica o nome deste exercício vocacionado para fortalecer o órgão no sentido lateral (em sentido literal), nomeadamente no que concerne à firmeza na base quando sob pressão de ladecos.
Este exercício consiste na aplicação prática do conceito de alternância democrática, ora para a esquerda, ora para a direita, na sua equivalente física de uma dupla estalada. A ideia é usar a pila como uma mão para bater na esquerda e logo a seguir na direita, podendo utilizar por exemplo o barro ou a plasticina para assentar a pancada. Estes materiais moldáveis não implicam uma mariquice por parte de quem se sinta com força na verga para esbofetear um fiscal das finanças com aparelho de correcção dentária mas apenas uma rentabilização dos recursos pois permitem a efectiva medição, no baixo relevo, da progressão na força da pancada.

Todo este programa de exercícios especificamente vocacionados para o pénis não dispensa a leitura atenta de uma líbido saudável e desempoeirada.
Caso o atleta não possua inteligência suficiente ou considere inferiores os esforços de índole mental pode sempre confiar no instinto da própria ferramenta e pensar com a pila que ela, quando acoplada a um gajo em condições, sabe sempre o que deve ou não deve fazer no sentido de fortalecer a sua verticalidade e de acelerar o estado de prontidão.

PiroFado



Trata-se de um novo conceito de fado... moderno, inovador e alternativo.
As legendas em novilíngua são só para fintar os gajos do youtube



Pirog(c)a do Tejo

Piroca de Moscavide
Engalanada na proa
Às vezes andas perdida
Pelas ruas de Lisboa

E se as amarras se soltam
E o vento é de feição
Viajas sem passaporte
Falua de perdição

Piroca,
Tu sabes bem
O teu mastro é uma ilha
Bora lá partir a bilha
Ali mesmo em Belém
Piroca,
Sabes nadar?
E se a gaja te abalroa
Afinca-lhe em cima da proa
Com o motor a latejar

Piroca ergue-se ao vento
Festejando o marear
Em ondas de fogo fátuo
Sem medo de naufragar

Navega contra a maré
Lança o lastro devagar
E as gajas a jusante
Começam a gaguejar

Piroca,
Tu sabes bem
O teu mastro é uma ilha
Bora lá partir a bilha
Ali mesmo em Belém
Piroca,
Sabes nadar?
E se a gaja te abalroa
Afinca-lhe em cima da proa
Com o motor a latejar

O Refrão deverá ser repetido até à exaustão!!!

Pode não ser a melhor pianista do mundo... mas é muito boa!


Ma voisine au piano por vod69

Sai asneira?!...


Webcedário no Facebook

28 junho 2011

PORNO

Agora que despertei a tua atenção para este tópico, deixa-me que te diga que 80% das imagens na Internet são de mulheres nuas! Depois acusam os homens de ver muita pornografia. Nós não queremos, mas as percentagens estão contra nós!

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Saudade

Se acaso a noite nos perturba
- que sabemos nós -,
e numa ideia alucinante
até nos despimos
e deixamos que o tesão
seja o último reduto
do - ainda - amor;
então podemos, talvez, permitir
que amanhã a saudade seja silêncio
e o orgasmo
o fim esperado da loucura.

Essa será a noite inesquecível
do despertar efémero
ou da súbita realização.

Poesia de Paula Raposo

As bengalas da minha colecção

Ao longo dos anos, comprei algumas bengalas e pegas de bengala. Encontrei finalmente quem me colocasse um cabo em madeira nas pegas que ainda não o tinham.
Digam lá conão ficaram lindas, as minhas oito bengalas?