06 julho 2011

Timidez

O que fazer às mãos, o que fazer-lhes
agarro-as quando te vejo,
porque, no meu rosto, o teu beijo
faz delas tolas, por favor, não as olhes.
Quem me dera poder mentir-lhes
jurar o olhar vazio de desejo
fingir distracção ou até um bocejo,
mas as órbitas acendem-se,
e os dedos, perdidos, ofendem-se
e eu balbucio, tropeço, e eu gaguejo,
uma tolice, um bom dia, um gracejo
que poderia eu esconder-lhes
quando os olhos teimam em dizer-lhes?

o vestido lilás

Num dia de jacarandás floridos, a mulher inventada desceu nua das nuvens – como ocorre, aliás, com impertinente assiduidade com as mulheres inventadas – e vestiu-se de coleante lilás, mesmo antes de pousar no passeio, acabadinha de passar pela copa das árvores…



és tão bela e tanto apraz
numa esquina de repente
ver-te em vestido lilás
desvendando-te de frente
revelando-te de trás
e em cada passo premente
em cada passo que dás
seres de lilás tão urgente
tão tudo o que a vida traz
e o teu corpo fremente
que de frente satisfaz
satisfaz completamente
ao passares vista de trás

estiveras nua – dolente
provocante – pertinaz
mas não melhor certamente
que em teu vestido lilás

O amor... ah, o amor...

Biquíni faz 65 anos



HenriCartoon

05 julho 2011

Prova de que a Geometria Descritiva está presente no quotidiano!

Ela: Olha, afinal não posso ir ao cinema contigo hoje à noite.
Ele: Oi? Mudança de planos?
Ele: Vamos passar para o plano "teta"!
Ele: Babe, anda cá que eu já te faço um rebatimento com a minha recta de perfil!
Ele: Queres ver a minha π'?

De mim

De mim para ti o que resta?
E de ti para mim, que inventaste?
Esse teu olhar sensual,
essas invenções loucas,
de ti para mim:
a invenção supera-nos.
Mas de mim para ti,
restando nada:
eu volto sempre
ao teu cheiro,
à tua voz,
a ti.
De mim para ti
- ainda -
pode ser o futuro.

Poesia de Paula Raposo

Parque de Estacionamento do Encontra-a-Funda!

«Uma colecção que é um desejo» - a minha colecção na revista «Artes & Letras» nº 32

Já não tenho toalhetes que me absorvam as humidades!
A minha colecção volta a ser tema de capa de revista!
A jornalista Ana Albuquerque, excelente profissional e muito simpática, fez um excelente trabalho e conseguiu, num artigo de duas páginas, apresentar de uma forma muito conseguida a colecção de arte erótica, a sua evolução e o que procuro para o futuro.
Obrigada, Libélula Purpurina e Paula Margarida, por me terem (eu não disse meterem!) trazido de Lisboa o jornal «Sol» de 1 de Julho que trazia, só na distribuição de Lisboa e Porto (e, pelos vistos, numa quantidade muito reduzida) a revista «Artes & Letras». Mas a partir de 4 de Julho esta revista está à venda por todo o país.
Se cricares em cada imagem, poderás abri-la e vê-la-ás aumentada (diz lá conão é erótico):




Entretanto, para eu ainda ficar mais molhadinha e correr o risco de um curto-circuito, o Shark escreveu, a este respeito, «A posta no museu português do Sexo».

Para quem quiser folhear a revista completa, pode fazê-lo aqui.

O inglório



HenriCartoon

04 julho 2011

Alvíssaras (não, não são vísceras) para quem souber explicar este anúncio

Eu gosto de pessoas


15º Encontra-a-Funda's Digest

Foto (entre colhões delas) do JottaElle

O 15º Encontra-a-Funda visto por quem lá esteve (em permanente actualização):

Tuna Meliches - vários posts com imagens do JottaElle, Celestita, Joana Moura, etc.;
Assalto ao castelo de Penela - 15º Encontro Afundasão;
Câimbras Mentais - 15.º Encontra-a-Funda - Dia 1 (2/Julho/2011) e 15.º Encontra-a-Funda - Dia 2 (3/Julho/2011);
Libélula Purpurina - a Grande Reportagem do Encontro, especialmente para o blog da Tuna Meliches! Entretanto, colocou no Picasa estas e outras fotos (277, ao todo).
Vânia Beliz - álbum «Coimbra 2011» no Facebook.

E alguns excertos das muitas mensagens recebidas, que me deixam tão molhadinha que acho que vou construir um açude nas cuequitas:
Vânia Beliz - "(...) adorámos participar no encontro e já está prometido que não faltaremos a mais nenhum. Pessoas magníficas, uma cidade muito bonita... nem sei... mas foi difícil voltar..."
Madalena - "(...) Quanto ao sarau, não sei se terei palavras para te dizer o quanto adorei tudo (...). Sou tua fã incondicional, mas também (...) do grandioso Carlos Carvalho"
Libélula Purpurina - "Sãozinha, meu amor, o encontro foi uma verdadeira maravilha! É em momentos assim que uma pessoa se apaixona a todas as esquinas (mesmo ao ar livre): os homens são uma delícia, as mulheres um encanto... de maneira que até se fica um bocado desorientado... :)"
Rafaelito - "foi lindo TUDO!!!"
Maria Augustinha - "É um gosto enorme fazer parte destes encontros! Como sempre ADOREI!!! Rir convosco é super bom! Até ao próximo Encontra-a-funda!"
Charlie - "O Rafaelito lindo é um ponto... hehhehehhe que MUST!!!!"
Ana Andrade - "Bem-hajas (e não "obrigada") por tudo. Pelo fim de semana, pela festa, pelos comes-e-bebes, pelas gargalhadas e, agora, pelas fotografias."
Kikas - "A minha vida enriqueceu desde ontem. Obrigada por nos proporcionares momentos como este. Agradeço do fundo do coração a tua disponibilidade, simpatia e amizade e a partilha da tua família maravilhosa e amigos. Bem hajas, tu!"
JF - "Muito obrigado eu pela organização impec de mais este Encontro-a-Funda, como sempre muito divertido e sempre salpicado de muita cultura, boa gastronomia e boa gente! E pelas boleias, cheguei bem a Lisboa. E pela amostra desta reportagem fodográfica, o prazer vai ser a dobrar ou a triplicar mesmo com as próximas reportagens, fodográficas e não só! E parabéns pela primeira página da Artes & Leilões! A caminhar seguramente para que a tua colecção consiga o tal desejado local para exposição."
Carlos Viana - "Foi um Sãorau inesquecível. Obrigado por nos teres facultado esse momento tão rico"
Corpos & Almas - "Obrigada pela boa disposição que sempre existe nestes encontros. Até esqueci como estava cansada de tantas outras coisas! Obrigada pelo teu acolhimento, pela simpatia da tua família e dos teus amigos. Valeu a pena :-)"
Paula Margarida - "Bem hajas pelos momentos fabulosos que contigo passámos. A tua colecção é fantástica, o convívio foi fabuloso e acredita que para a próxima estaremos presentes, portanto... que venha a próxima. (...) Gostámos muito mas muito mesmo (...)!!!"

Paixão

É livre a cascata
que nasce no vale da sofreguidão
quando, na tremenda margem da paixão,
é amor que o ventre grita
é amor, a corrente arde perfeita
prende-nos entre o peito e o colchão
olhos ao céu, roupas ao chão
e é livre a cascata
que acorda no vale do coração
quando é do amor que nasce a mão
que nos verga e grita e deita e acorrenta
a uma nudez tão inteira, tão viva, tão completa
que, entre gemidos, nasce a oração
à liberdade da nossa cascata.