20 março 2012

Eva portuguesa - «Taras II»

Continuando com as histórias mais... diferentes que me aconteceram desde que me tornei Acompanhante:
Uma vez um senhor ligou-me e perguntou-me se realizava fantasias. Eu disse que à partida sim, mas perguntei o que queria exactamente. O senhor perguntou-me se podia trazer o cão! O cão?! Mas não tem onde o deixar, perguntei eu burrinha de todo. Ao que me responde do outro lado que o cão era para entrar na brincadeira connosco!... Nem consegui responder!
Tive um cliente que me visitou ainda algumas vezes e que fazia questão de vestir lingerie minha (dava-lhe a mais velha, pois alargava-a e estragava-a toda), calçava umas meias com cinto de ligas que ficavam todas rasgadas e, como eu tenho o pé pequeno, usava umas socas minhas de salto alto que lhe deixavam meio pé de fora... E era assim, vestido à mulher com lingerie fio dental, saltos altos e cinto de ligas, que um homem extremamente peludo me comia... e gozava... Travesti? Não parece. Gay? Certamente que não, pois ele comia-me como um homem e atingia o orgasmo assim...Será que Freud explicaria esta?....
Tive um outro cliente que a única coisa que queria era "comer-me" os pés. Ligava-me sempre de véspera a marcar, pois eu tinha que ter as unhas dos pés pintadas cor leitoso, porque lhe fazia lembrar o sémen, segundo ele.
Não se despia. Punha a pila de fora. Eu estava em lingerie e descalça. Lambia, chupava, mordiscava, devorava os meus dedinhos dos pés. Depois, lambia minuciosamente todo o pé. Enquanto isso batia uma e era assim que chegava ao orgasmo. Limpava-se, pagava, dois beijinhos de despedida e ia todo sorridente...
Estas são aquelas que me lembro mais "anormais".
Depois há os fetiches. Mais vulgares, não menos escabrosos, alguns até violentos...
Mas desses falaremos noutro dia...


Eva
blog Eva portuguesa - porque o prazer não é pecado

Manuais sexuais do Tibete

Adoro estes livros do Tibete, com capa de madeira e todos os conteúdos escritos e pintados à mão, com imagens de posições sexuais e instruções para os recém-casados, a quem é tradição oferecerem-se estes livrinhos de cabeceira.
Adoro tanto que na minha colecção tenho quatro.

19 março 2012

«As (não eróticas) glórias da nudez» - de Zanthe Taylor (excertos)

Tradução minha de um texto encontrado aqui (em inglês):

"Nos últimos dois anos tenho vindo a entregar-me a comportamentos de nudismo. Com as minhas filhas. Em público. E tem sido maravilhoso. Tudo começou há dois anos, quando eu e a minha filha mais velha, então com seis anos, fomos convidadas para a festa de aniversário mais inusitada: um dia num spa coreano em College Point, Queens. A dona da casa alertou-me de antemão que, na primeira parte do dia, seria necessária alguma nudez. Por isso eu não fiquei totalmente surpreendida quando, depois do check-in, fomos encaminhadas para uma sala enorme com armários separados para os nossos sapatos e roupas. Foi um desafio para remover tudo sem me sentir totalmente exposta, mas não querendo mostrar à minha filha que estava perturbada, despi-me e fechei a porta à minha roupa.
Em minutos, nós encontrámo-nos a andar, nuas, na direcção de um espaço vasto, preenchido com uma série de piscinas rasas. Cada conjunto é aquecido a uma temperatura diferente, a partir de uns 16º que arrefecem os ossos até uns escaldantes 42º, muitos deles com jactos que atacam várias partes do seu corpo. Mas tão impressionante como essa demonstração de distribuição de água, foi muito mais marcante vir a ser inteiramente rodeada por mulheres nuas. Montes de mulheres nuas. Após esta área, as outras partes do spa são para ambos os sexos e, portanto, necessitam de roupas (calções e t-shirts tipo uniforme, usado por todos). E as outras áreas estavam muito divertidas: uma piscina aquecida ao ar livre que caiu nas boas graças, apesar das temperaturas geladas de Janeiro; uma colecção de saunas forradas com ouro, jade e gelo; uma praça de alimentação coreana... mas era o "quarto nu", como nós rapidamente apelidámos, que se revelou o mais extravagante de todos.
Eu regressei lá várias vezes, com amigas adultas, bem como com as minhas filhas (aqui só rapazes muito jovens são permitidos na área das mulheres). Há algo incrivelmente doce em ver mães, filhas e avós, todas compartilhando a experiência e, enquanto eu não me sentiria confortável ter um amiga a esfregar-me toda com uma luva esfoliante, como vejo outras mulheres a fazer, sinto-me um pouco subversiva por fazer parte desta grande exposição de nudismo. Não é muito diferente da sensação que tive como estudante do segundo ano da faculdade, ao ter participado nos chamados «Jogos Olímpicos nus» que marcam a primeira queda de neve em cada ano. Vestidos apenas de botas e talvez um lenço, os alunos do segundo ano mais audazes entravam no pátio mais bonito do campus universitário à meia-noite. Escusado será dizer, o evento atraiu multidões impressionantes e alguns maus comportamentos, mas a minha própria experiência foi simultaneamente casta e totalmente emocionante.
Mas quando regressei a este spa, com as minhas filhas numa fase mais próxima das alterações pré-púberes do corpo, o meu prazer tornou-se menos sobre o frisson subversivo de estar nua e mais sobre a experiência que eu lhes estou a proporcionar. É possível que eu seja incrivelmente ingénua, mas eu estou chocada - realmente, realmente chocada - pela grande variedade dos corpos das mulheres que eu lá vejo. Existem mulheres de todos - e eu realmente quero dizer todos - os tamanhos e formas. É impossível não nos maravilharmos com a enorme variedade de formas com que nos deparamos, bem como com quanto é revelado quando as roupas são arrancadas. É muito mais íntimo do que até a praia, onde até mesmo trajes de banho pequenos podem disfarçar e orientar a carne em várias direcções estéticas.
As revelações trazidas por esta surpreendente variedade de tipos de corpo são muitos. Primeiro, nem uma mulher que eu já vi aqui se parece em algo com as mulheres que vemos todos os dias nas revistas, na TV e em filmes. Há mulheres com boas figuras, mas nenhuma com a barriga lisa, quadris finos e seios grandes que você pensaria que eram equipamentos de série a partir das imagens dos media. Realmente: Nem um. Não posso exagerar como é inestimável para as crianças crescerem vendo as mulheres reais. As minhas filhas são jovens demais para entender isso, mas eu tenho muita esperança de que, à medida que envelhecerem, elas vão entender: verdadeiras mulheres reais têm solavancos e protuberâncias, celulite em lugares em que tu nem sabias que podiam ter celulite, cicatrizes, tatuagens, peitos e aréolas de formatos estranhos. Meninas magras podem ter barrigas flácidas e as mulheres gordas podem ser lindas. Eu diria que a nudez é o grande equalizador, excepto que é precisamente o oposto: a nudez revela como imensamente variados somos. E como terrivelmente manipulados somos quando se trata de vermos os nossos próprios corpos.
O outro grupo que beneficiaria em assistir a esta cena, embora isso nunca poderia acontecer, por razões óbvias, são meninos e homens. Eu tive que reprimir uma gargalhada quando comecei a imaginar como esse grupo, exposto a partir de uma idade cada vez mais jovem a imagens de mulheres que se parecem (ou realmente são) estrelas porno, reagiria à exibição do corpo feminino no quarto nu. Claro que imagino que uma grande festa erótica, mas eu pergunto-me como eles se sentiriam quando se deparassem com a forma feminina em toda sua glória, real e variada. Por vezes desejava que houvesse algum tipo de «contraprogramação» para os meninos: como podemos ensiná-los que as mulheres reais não são os objectos amaciados, lusuriosos e sem pêlos que eles imaginam nas suas fantasias? Claro, não precisas de cavar muito fundo para descobrires que, para a maioria dos homens, uma mulher de qualquer forma pode ser um objecto de desejo mas, hoje em dia, pode demorar um pouco para os homens superarem a sua preferência para os tipos de mulher totalmente irreais, forma para a qual eles também foram treinados para acreditar. É por isso que eu gostaria de substituir todos os posters das revistas para homens e modelos em biquini por uma apresentação das mulheres que eu vi, ao vivo, no quarto nu.
Eu tenho amigos que hesitam em juntar-se a mim neste spa. E eu sei, despirmo-nos para lá da nossa roupa interior pode ser uma perspectiva assustadora. Mas, além de prometer não olhar abaixo do teu pescoço, eu posso oferecer um outro estímulo: este é o que realmente as mulheres se parecem, e tu deves a ti mesma e, se  tiveres filhas, para dares testemunho."

Zanthe Taylor

«oi! tudo bem?» - bagaço amarelo

Estação de Campanhã na cidade do Porto. Entro no metro em direcção à estação das Sete Bicas. Escolho uma das cadeiras junto à janela porque, como estou estou cansado, assim posso encostar a cabeça ao vidro e dormitar durante os dezassete minutos que dura a viagem.
No Bolhão senta-se à minha frente uma mulher, aparentemente com a minha idade (mais coisa, menos coisa), cabelos loiros e calças justas ao corpo. Vejo-a pelo canto dum olho que abro preguiçosamente. É bonita. "Oi! Tudo bem?", pergunta ela num doce sotaque brasileiro. Olho apressadamente para o lado, a tentar perceber se ela está a cumprimentar alguém para além de mim. Não, não está. Só me pode estar a cumprimentar a mim. "Sim, está tudo. E contigo?", respondo tentando disfarçar a surpresa.
Três ou quatro segundos de silêncio e ela torna a falar. "Você me espera na estação, viu? Se ficar no carro não tem jeito de o encontrar não. Uns vinte minutos e estou aí!". Ela estava a falar ao telemóvel, com um auricular qualquer que os seus longos cabelos não me permitiam ver. Juro que se tivesse um buraco para me enfiar, enfiava.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Tadinha, foi comida.

A mesma roupa, grandes diferenças

Homens nunca podem se apresentar a outras pessoas dessa forma.




Esse bráulio aparecendo, que horror.

Capinaremos.com

18 março 2012

Osso Vaidoso - «Animal»

‎"(...) mas tenho um vício animal,
de te comer no quintal,
de uivar à luz da lanterna,
de dar ao rabo e à perna

mas tenho um vício acrobata,
de te ferrar a omoplata,
vinda por baixo da coxa,
até ficar toda roxa (...)"

Como engatar um gajo


A primeira coisa a considerar quando se quer engatar um gajo heterossexual é aceitar a tradição que vigora há séculos de que os homens preferem as mamas maiores. E hoje em dia é fácil torná-las nutridas através do uso de um soutien de silicone que as arvora em monumento dando-lhes a aparência de maior firmeza e maior volume ou, através de uma cirurgia que as encha do milagroso produto. Qualquer que seja a opção este investimento é básico.

A segunda, é mostrar um modelo de comportamento e de diálogo que permita aos homens efabular sobre a sua abertura para o erotismo mas equilibrada de modo a não lhes aumentar as inseguranças, isto é, nunca os convencendo que sabe mais do que eles sobre a matéria. O melhor exemplo é assumir a postura de uma Scarlett Johansson, sensual na imagem e contudo vestindo sempre cores claras e neutras, ou até só branco para sugerir a virgindade primitiva que os homens anseiam conquistar. Inebriados pela imagem pouco ouvirão do que diz o que só lhe facilita a sua estratégia. De qualquer modo convém não esquecer que deve mostrar naturalidade numa conversa picante e exibir incómodo por palavras e expressões como caralho, cona da mãe ou foda-se já que a esmagadora maioria das mentes masculinas só concebe que tal linguagem tenha uso feminino na cama.

Apenas com duas minorias se torna absolutamente necessária a conversação: os intelectuais e os pais compulsivos. Para o primeiro grupo, caso não se sinta preparada para o embate, recomendamos a leitura prévia de alguns blogues da moda - aqueles com uma média diária de cerca de mil visitas porque abaixo disso é arriscado aceitar sugestões como consensuais -, para se inteirar dos livros, filmes, discos e comportamentos que estão in. Para o segundo conjunto basta contar todas as gracinhas dos seus filhos ou na ausência destes, recordar todas as histórias das suas amigas mães ou rebuscar as memórias dos seus sobrinhos, dos filhos dos vizinhos ou das criancinhas que viu na praia no último verão.

Por último, é fundamental dar-lhe a noção que foi seduzida por ele e que não foi você que o engatou. Lembre-se também que é feminino depilar-se nas pernas e axilas e ostentar a pele limpa de pêlos como se isso fosse natural porque eles precisam de acreditar que a conquistaram tanto quanto é de geração espontânea a sua falta de pêlos.

Mulher deitada...

... na minha colecção.

Queima de arquivo


Ricardo - Vida e obra de mim mesmo
(crica na imagem para abrir aumentada numa nova janela)

17 março 2012

Homens, aprendam a fazer morangos cobertos com chocolate

Sexto Sentido

Abre os teus olhos como janelas de uma casa no topo de uma montanha e deixa fugir o olhar pelo mundo tão belo como o vês, segue-o de perto e percorre de lés a lés a paisagem de cortar a respiração.
Escuta o bater mais acelerado do coração que rufa como um tambor no silêncio em teu redor e decifra a mensagem que o vento vai entregando a cada momento dessa tua pausa observadora e percebe como a vida melhora só pelo prazer de conseguires absorver em pequenas porções de imagens e de sons as mais poderosas sensações que esses sentidos podem oferecer.
Saboreia nos lábios a memória de um beijo, deixa-te abraçar pelo desejo e liberta da caixa de pandora numa manhã radiosa de Primavera a anarquia da imaginação, o gosto salgado da paixão na tua boca, o corpo deixado à solta numa aventura arrojada que te sabe a amante beijada quando te lembras assim, sem amarras, de tudo aquilo que desejavas e às tantas ainda podes ter.
Aspira a brisa da madrugada que te faz recordar o odor de uma noite passada a amar sem reservas, abre de novo a gaveta onde encerras tudo aquilo que constitua evocação do que renegas sem querer, apenas no sentido de prevenir uma recaída, o descontrolo de uma doença mal curada que te possa ensandecer, quando amas isso pode doer, inspira fundo agora esse ar que transporta de fora o que escondes dentro de ti.
Sente a pele que reage por si num arrepio que sabes não ter nascido do frio porque no interior da tua mente há um corpo incandescente alojado no teu e agora abres os olhos para veres no céu desenhados pelos rastos de aviões os contornos dos amantes e o calor das emoções que te envolvem com a suavidade de braços feitos de cetim.

Pensa nas coisas postas assim e utiliza acima de tudo a intuição, concentra nela a tua atenção e deixa-te arrastar pela estrada que o instinto traçar enquanto tudo te é permitido pelo tempo que se faz esquecido de nos avisar que continua sempre a passar porque é como uma locomotiva sem travões que ignora apeadeiros ou estações, a vida não pode esperar pelo que se possa deixar para amanhã logo se faz e o tempo recusa andar para trás para recolher os atrasados para usufruírem da permanente celebração que é uma vida com a sede de paixão que tenhas reprimido.

Segue as pegadas desnudas do teu sexto sentido.

Brushstrokes 032