06 abril 2013

«respostas a perguntas inexistentes (230)» - bagaço amarelo

Lembrei-me hoje duma história que uma vez um quase amigo me contou. Digo quase amigo sem querer ser irónico. É que era isso que ele era de facto. Nunca falei com ele a não ser num dos cafés de Aveiro que eu frequentava quando era novo, e por isso sempre o considerei uma companhia de circunstância. Enfim, um quase amigo.
Bem, mas a história que ele me contou, há já muito anos, tinha a ver com um pesadelo de que ele nunca mais se esquecera. Estava a morrer de sede e desidratação no meio dum deserto qualquer, deitado sobre a areia quente que lhe queimava a pele. Em desespero, mesmo sendo ateu, pôs-se a pedir a Deus que o ajudasse e fizesse chover, o que veio a acontecer. Só que choveu tanto que ele acordou desse pesadelo quando estava prestes a morrer afogado.
Lembro-me que não tive nenhuma reacção quando ele me contou isto. Devo ter dito apenas qualquer coisa como "fixe!" e pedido mais duas cervejas, uma para mim, outra para ele. A verdade é que nunca mais me esqueci da história. Isto é, não é que me lembre dela todos os dias, mas de vez em quando lá me vem à cabeça como se tivesse sido contada ontem e, normalmente, por causa de situações que têm a ver com mulheres, Amores e desAmores.
Hoje, como comecei por dizer, foi um desses dias e contei-a a um velho amigo que encontrei no Porto por acaso. Eu já tinha andado a pé uns sete ou oito quilómetros e estava ansioso por uma cerveja quando o vi, pelo que o convidei imediatamente para entrar no café mais próximo. Fiquei calado a saborear e decidi dar-lhe espaço para dizer o que quisesse.

- Então, como vai a vida? - Perguntei.

Foi como se ele estivesse à espera que alguém lhe fizesse esta pergunta há anos. Começou a falar ininterruptamente e eu fui ouvindo enquanto dava goles na minha Sagres preta. A certa altura disse-me que se tinha casado e divorciado, no espaço de três meses, com uma mulher alemã que conheceu durante o Verão numa praia qualquer. Apaixonou-se muito por ela, mas como ela fazia tudo o que ele queria fartou-se num instante e pediu-lhe o divórcio. Eu fiquei sem saber o que dizer, mas para preencher o silêncio que entretanto, e de forma inesperada, surgiu, contei-lhe este pesadelo do meu quase amigo.

- Fixe! - disse ele.

E pediu duas cervejas. Uma para mim, outra para ele.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Adivinhem lá o que é esta... porra!

Encontrei esta... coisa na internet. Alguém consegue adivinhar o que é e para que serve, sem fazer a batota de espreitar a segunda imagem e a explicação a seguir?



Apresento-vos «The Body Back Buddy Trigger Point Massager», um aparelho para massajar as costas.
Seria certamente uma óptima aquisição para «objectos que é suposto não serem eróticos», uma das «sexões» da minha colecção de arte erótica que tem várias invenções do caralho...

Um sábado qualquer... - «Nos bastidores da ressurreição 2»



Um sábado qualquer...

05 abril 2013

Cartinha do Jorge Castro a propósito do bloqueio do meu acesso ao Facebook


O bloqueio foi «só» por 24 horas, mas antes de ser levantado já eu tinha esta mensagem na caixa de correio, que me dá ânimo para continuar:

"Notavelmente, os facebooks a que vamos aderindo porque sim, são a melhor prova viva da existência de mentecaptos que querem regular e mandar no mundo. Nenhuma nudez, explícita, implícita, solstícia ou cardinalícia tem pecado. É nudez. Ponto.
Imagem de diarioliberdade.org
Nus somos nós. Todos. Assim nascemos. Talvez exceptuando o caso daquele gajo cujos pais, tendo deixado cair no acto o preservativo - vulgo camisa de Vénus - e, de seguida, uma palhinha, com a qual tentaram apanhá-lo, fizeram o pimpolho nascer de camisa e chapéu de palha... Mas esse não consta na História das nações.
Nus! Assim devíamos estar todos nos momentos cruciais das nossas vidas. Nus, na Assembleia da República - já imaginaste os efeitos? Nus no 25 de Abril e no Natal. Nos vivas à República e no pagamento do IRS! No IMI como no restaurante! Nus, simplesmente, como a Godiva da fábula e nus numa nova Alice no País das Maravilhas...
Carais, estou tão farto destes merdas todas, minha cara! Da hipocrisia, da castração do sonho, do moralismo merdoso e bafiento do olha-para-o-que-eu-digo-não-olhes-para-o-que-eu-faço!
Queres saber uma coisa? Quando é que a malta se encontra, por aí, para dizer caralho em voz alta e confirmar que isso é coisa tão natural como o respirar?
Abraço."
Jorge Castro

O amor é tramado e parte

Tece uma trama que nos enreda, quase sem darmos por isso. Sabemos que algo nos começa a toldar os movimentos e a razão. A embaraçar os momentos e o coração. A entrelaçar os sentimentos e a emoção. Só nos apercebemos quando é tarde. Quando estamos enredados. E nunca entediados.
Por mais experientes que sejamos, somos surpreendidos pelo poder deste atropelamento. Que nos assalta. Que nos esmaga. Que nos arrebata. Por mais que tentemos manter os pés no chão. Por mais que queiramos resistir. Por mais que a razão nos tente dizer que não. Que não vai dar. Que não vai resultar. Que dá demasiado que pensar.
Pensamos ter o controlo. Pensamos conseguir superar. Pensamos que sim. Que já passou. Que já lá vai. Que o amor partiu. Para não voltar, não voltamos. Voltamos as costas. Voltamos a mudar de rumo. Rumamos a outro porto. Partimos, enquanto o próprio amor parte, deixando cacos à sua partida.
No entanto, parece que todos os caminhos vão dar a Roma. Num ou noutro sentido...

http://sodoperfido.blogspot.pt/2012/11/o-amor-e-tramado-e-parte.html

Prostituição - a minha história (VII)


Dos elefantes no peito 

Que tudo me doa assim, intensamente. Antes
a dor que o cinzento em todas as coisas; 
que mordam o ódio, a dor, a verdade, entredentes
e que possam sair na fúria cega das palavras. 
Serena-me mas nunca me acalmes. Por mais que tentes
 eu agarro a violência, a chama, a paixão e as lágrimas;
 na selva do peito hão-de ecoar como centenas de elefantes
 em corrida, o forte estrondo da liberdade pelas florestas.






Verão de 1997... (...) Ele olhava-me, deitado na cama, depois de me despir da cintura para cima e de me deitar sobre o próprio corpo. Olhava-me nos olhos, directamente, quase magoava. Estava nos seus trintas e tinha lindos olhos azuis, vou chamar-lhe o "Arquitecto". Falava: "entravam na sala e cumprimentavam-me, eram jovens, simpáticas e bonitas. Mas a tua suavidade, Joana, deslumbrou-me. Nunca tinha experimentado uma situação destas mas em boa hora o fiz, estava em casa, o tempo passava, eu trabalhava, mais uma tarde como as outras e algo aqui dentro me dizia que procurasse algo diferente e encontrei. O que fazes aqui, num sítio destes? Não tens medo?". E o tempo passou, beijou-me e começou a percorrer-me com as mãos. O telefone do quarto começou a tocar, balbuciei que devia ter terminado o tempo, ele olhou para o relógio e disse que ainda faltavam quinze minutos, que estava atento. Tentou penetrar-me mas o telefone, insistente, insistente e eu a ficar nervosa... Tive que atender, levantei-me e a recepcionista reclamava por eu nunca mais atender, reclamava que o tempo já tinha passado, disse-lhe que me ia arranjar. Ele voltou a beijar-me e voltámos à cama, continua a percorrer-me com as mãos, tiro o preservativo da bolsa e meto-lho, começa a penetrar e o telefone volta a tocar furiosamente, fico nervosa e levanto-me novamente para atender, a recepcionista a reclamar. Ele levanta-se, furioso, eu cada vez mais nervosa, agarra-me num braço e tenta levar-me para a cama, aflita expliquei-lhe que tinha mesmo de ir embora, ele responde muito zangado que tinha visto o tempo e que o estavam a enganar, que tinha pago muito dinheiro, que eu não julgasse que ele ganhava aquilo numa hora, parou, olhou-me, disse-me que não estava zangado comigo mas com quem me obrigava a proceder assim, o telefone novamente a tocar, vestiu-se, dirigiu-se à porta, nem a fechou ao sair, nem um adeus... (Continua)

Girl loses Boy


Depois do primeiro encontro, o Boy desapareceu. Completamente. Sem telefonar, sem responder a mensagens, sem ir ao bar. Como se um disco voador o tivesse levado.

A Girl nem queria acreditar, tão típico tinha sido. Não era a primeira vez que lhe acontecia, o que pensava não ser um “one-night-stand” que se transformava num. Mas desta vez não estava mesmo à espera.

“Fuck, just plain fuck!”, praguejava para si mesma.

Durante semanas, não ouviu falar do Boy. Foi por essa altura que teve que viajar em trabalho até à Dinamarca e conheceu, no regresso, Marti, o dinamarquês de longos, finos e hábeis dedos. Marti foi um oásis delicioso mas temporário na vida da Girl, enquanto lá no fundo, a memória do Boy permanecia.

Marti ficou uma semana em Portugal, uma semana em que a Girl aproveitou para dar a conhecer ao seu salvador temporário alguns dos locais onde já tinha sido feliz.

Na véspera de Marti voltar para a Dinamarca, ambos sabiam que o que havia entre eles era o suficiente para recordarem com saudade aquela semana, mas não para que a Girl apanhasse o próximo avião para Oslo, ou que o rapaz dos longos dedos deixasse partir o dele e se estabelecesse por cá.

Ainda assim, quiseram dar um ao outro uma última noite inolvidável. Os dedos de Marti continuavam a fazer magia e a sua resistência parecia a de um corredor de longa distância. A Girl ouviu-se a si própria gemer, sentiu o corpo tremer em vagas de prazer até que o prazer se transformou em dor de tanta intensidade. Marti era um mestre na arte de induzir orgasmos nela.

A Girl pediu-lhe:
“I want you to give me something to remind me of this night for a long, long time.”

Marti olhou para ela com o ar de abandono de que ela tanto gostava e disse-lhe:
“You can keep some of my hair.”

Ela assentiu, pegou na tesoura, cortou-lhe uma madeixa loura e guardou-a. Marti ficou com uma falha de cabelo, como se tivesse ido a um péssimo cabeleireiro. A Girl pegou num espelho, mostrou-o a Marti e ambos riram com a cumplicidade de dois adolescentes que tivessem acabado de fazer uma grande partida.

E quando a Girl em seguida ofereceu a Marti o seu último êxtase em conjunto, sentiu que lhe estava a entregar também um pouco do coração. Não, não amava Marti. O feitiço do Boy ainda estava presente, mesmo depois das semanas de ausência e sem saber se alguma vez ele regressaria.

Mas Marti tinha significado o seu regresso à vida, tinha despertado os seus sentidos como poucos amantes o haviam feito no passado e ia partir. Na urgência do orgasmo final, julgou antever uma lágrima nos olhos de Marti.

E nesse momento, apenas nesse momento, pensou em deixar tudo para trás e ir com ele. Mas não foi por aí que a história continuou e Marti viajou sózinho, para Oslo, na manhã seguinte.

Ela ficou apenas com o cabelo dele e as marcas da última noite em conjunto, que continuou a sentir no corpo e na alma durante muitos dias.

Sempre termina igual

Esse post é dedicado a todos leitores delicados.



Opa, rolou um apertão no peitinho...

Capinaremos.com

04 abril 2013

soker-men - «la culona»

«Adeus» - Patife

(Em forma de Bocandrade)

Já gastámos as palavras todas, meus amores,
e o que nos ficou não chega
para afastar o cio destas quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o riso das lágrimas,
gastámos as mãos na ânsia de nos escrevermos,
gastámos o relógio e o século dos dias
com palavras que nos suspendiam.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tinha tanto para vos dar,
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais vos dava mais tinha para vos dar.

Mas isso era no tempo dos grandes enredos,
era no tempo em que as palavras refulgiam,
era no tempo em que os meus olhos
vos guiavam para um mundo onírico.
Hoje são apenas uns olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meus amores,
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
que todas as chonas estremeciam
só de murmurar o meu nome
no silêncio da sua emoção.

Não tenho já nada para dar.
Dentro de mim
nada há para continuar.
O passado é tão bonito como um papo.
Mas já vos disse: as palavras estão gastas.

Adeus.


Patife
Blog «fode, fode, patife»

«Neste mundo só não fode quem não pode» - cartinha da Teresa B.

A propósito do meu lenço dos namorados, recebi esta cartinha:

"Dizem que quem não tem que fazer faz colheres... eu resolvi passar a limpo estes versos malcriadões mas muito ingénuos, que andavam escondidos num álbum de fotografias há uns 30 e tal anos, imagina!
Aqueles esconderijos que arranjamos quando os filhos são pequenitos e não queremos que vejam certas coisas...
Se não me desse na telha de hoje tirar uma foto para mudar o facebook, lá ficaria a folha até ao juízo final...
Uma beijoca"
Teresa B.

Neste mundo só não fode quem não pode

I
Nesta vida o foder
É forma e condição
E são tantos os que fodem
Como os que fodidos são
II
No grande mundo da foda
A natureza faz lei
E a cona é a rainha
Da qual o caralho é rei
III
Fode-se aqui e ali
Acolá e em toda a parte
Fode-se de mil maneiras
À bruta e até com arte
IV
A ordem do dia é foder
Fode-se por aí a rodo
E se eu não tiver com quem…
Eu até me fodo todo
V
Fode-se a rir e a sério
Devagar e de repente
O foder na vida é tudo
Pois do foder nasce a gente
VI
Noutras coisas não se fala:
Foder e sempre foder
Qualquer um por uma foda
Até deixa de comer
VII
Fode-se à luz e às escuras
À sombra, ao sol e acordado
Com custo e até com ternura
E também de rabo alçado
VIII
Com camisa ou sem camisa
Seja vestido ou nu,
O que a gente quer é vir-se
Seja na cona ou no cu
IX
O general, o Major,
O capitão, o tenente,
O Furriel e o cabo,
Tudo fode, minha gente…
X
Fode o patrão e a criada,
Fode a senhora também;
Sem caralho, cona ou cu
É que não fode ninguém
XI
Fode aquele, fode aquela,
Fodes tu e fodo eu
Quem não fode está fodido,
Não tem vida, já morreu
XII
Fode o gago, fode o coxo
Fode o careca e o peludo
Fode o surdo e o marreco,
O foder na vida é tudo
XIII
Fode o rico, fode o pobre
Fode o escravo e o senhor
Fode o branco, fode o preto,
Seja de que raça for
XIV
Fodeu Adão e Camões
Colombo e Vasco da Gama
Fode-se em pé ou deitado,
Seja no chão ou na cama
XV
Fode o esperto e o palerma
Fode o nobre e o plebeu
Neste mundo tudo fode
Se o tesão não perdeu
XVI
Fode o cavalo e o burro
Fode qualquer animal
Fode o pato, fode a mosca,
Todos fodem bem ou mal
XVII
Fode o gato e a gata,
O pardal e o peru
A galinha não tem cona,
Mas sabe levar no cu
XVIII
Fode o padre e o bispo
O cardeal e o sacristão
Até o papa nos fode
E esse sem ter tesão
XIX
Fode qualquer protestante,
Fode o cristão e o ateu
A religião fode-nos hoje
Como sempre nos fodeu
XX
Quando Cristo subiu ao Céu
Disse a todos os mortais
Fodam-se vocês na terra
Que a mim não fodem mais
XXI
A musa assim me inspirou
Num momento de tesão
Peguei na pena e escrevi
Os versos que aqui estão
XXII
À rapaziada da foda,
Descrevê-la fica bem
Já que todos aí fodem,
Fodam-se vocês também.

(autor anónimo)

« Bizarre» - por Luis Quiles


"El ser humano es capaz de hacer cosas realmente absurdas y a la vez inspiradoras."

Luis Quiles

03 abril 2013

Postalinho de Pinhal de Frades (Seixal)

"A minha amiga Sandra, que mora em Pinhal de Frades (Seixal), descobriu que já deram o teu nome a uma rua.
Aos poucos, aos poucos, a fama vai chegando e o reconhecimento também!"
madr