16 julho 2014

«conversa 2088» - bagaço amarelo

(na minha casa)

Ela - Ah! Também compraste uma bicicleta de manutenção!
Eu - Comprei. Sinto necessidade de fazer algum exercício...
Ela - E tens usado?
Eu - Tenho. Até aponto todos os tempos e distâncias.
Ela - A minha está nova. Nunca a usei.
Eu - Mas tu compraste a tua há menos de um ano, acho eu.
Ela - Sim. Comprei-a por impulso. Um dia vi-me ao espelho e pensei que tinha que fazer qualquer coisa urgente para emagrecer. Fui à loja e comprei a bicicleta.
Eu - Se não a usares também não emagreces...
Ela - Eu sei, mas nesse dia senti-me bem por a ter comprado. Depois nunca tive força de vontade para a usar.
Eu - E não tentaste devolvê-la? Esta brincadeira ainda é cara!
Ela - Eu sei. Eu devolvo tudo o que não quero, mas a bicicleta não. Seria uma derrota na minha luta pelo emagrecimento.
Eu - Nunca vou mesmo compreender as mulheres!
Ela - É fácil. Tem a ver com eu sentir que fiz alguma coisa para emagrecer ou não.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

A Nu




«A cama é para dormir» - João

"Num mundo de rotinas, o que a rotina faz é atirar-nos para cima da cama. Não é de surpreender. É o tempo perdido em transportes ou na estrada, é o relógio em tic-tac vagaroso nos empregos, as reuniões de magno bocejo das quais pouco se espreme, a pressão na competição de fazer mais e fazer melhor (quando aplicável), as criancinhas que são umas queridas mas também umas porcas, as casas do avesso, os mil-e-um aborrecimentos de uma vida em sociedade, e tudo quanto a rotina faz é atirar-nos para a cama, onde o corpo pede para ficar, nem tanto numa foda que se mereça mas sobretudo num sono profundo, onde o corpo repouse e a cabeça sossegue. Tudo isto faz sentido. A cama é para dormir. Fode-se numa cama por outras razões, que não, certamente, as razões da foda. Não rejeito a ideia de que pessoas fodilhonas em algum momento das suas vidas suspirem por uma cama onde se fazerem foder e vir, que certamente existem razões para isso, mas as pessoas fodilhonas não precisam de camas, nem querem camas. Querem sofás, querem chão, querem o ar livre ou relento da noite, querem janelas ou vidraças, querem as banheiras e os chuveiros, porventura as piscinas, querem mesas, querem as máquinas de lavar (em centrifugação, já agora), querem provadores de roupa, o escuro dos cinemas ou o sol brilhante das praias ou a sombra das árvores. Querem elevadores e estacionamentos, todos os meios de transporte e mais uns quantos locais públicos. As pessoas fodilhonas, aquelas que apreciam uma boa e bem dada foda – parece um pleonasmo, isto, e talvez não o seja -, querem a foda em toda a parte menos na cama, e quando fodem na cama é sobretudo se for à beira da cama, usando-a para apoiar joelhos ou mãos ou cotovelos ou o que seja, e não para ficar nela como meninos nas palhinhas. A foda não escolhe hora nem lugar. A foda é imensa, adimensional, intemporal. A rotina, o cansaço, atira até o mais empedernido fodilhão para a cama, mas a cama é apenas uma circunstância da sua foda. Na sua cabeça, a cama está longe na prioridade dos sítios para foder, que são todos (quase sem excepção). A cama é para o depois. É para onde se atiram os despojos, os corpos mortos e suados, é para as carícias e o descanso, um beijo e a promessa que vai num boa noite querida, fodemo-nos mais logo."
João
Geografia das Curvas

15 julho 2014

«Azazel»

Azazel erotic video from REDstudio on Vimeo.

Postalinho gourmet

"Dick in?!"
João Diogo


«esta noite, a palavra» - Susana Duarte

esta noite, a palavra:
a palavra, a salvação,
um eco suado, uma noite
inscrita nos óvulos fecundos do poema.

esta noite, a palavra,
os dias todos, a inquirição
às estrelas, a palavra.

a palavra, ventre nú
e mágoa, os dias todos,
todos os dias, os jardins
e as cores e a polinização do peito,
nú, inscrito no mar, e nas flores,
e na noite estranha,
anéis de saturno,
luas novas de sermos paixão,
sofridas as palavras,
maravilhadas as suaves pestanas
da transcendência
do coração das luas.

esta noite, a palavra.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Atracção pelo sexo oposto

Pequeno casal em plástico com mecanismo. Quando se aproximam, o pénis do homem levanta-se.
O segredo? O pénis (articulado) tem metal no interior. A mulher tem um íman no interior da zona da vulva.
Um mecanismo muito curioso, na minha colecção.





Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

14 julho 2014

Fentiman's - «bebida para adultos»


Fentimans - The Original Adult Soft Drink from Sell! Sell! on Vimeo.

«conversa 2087» - bagaço amarelo

Ela - Só consigo estar com homens mais novos do que eu.
Eu - Estás comigo e eu sou mais velho que tu.
Ela - Mas nós só estamos a conversar. Para conversar gosto de homens mais velhos, para levar para a cama é que gosto de homens mais novos.
Eu - Ah! A vida pode ser difícil.
Ela - Pode mesmo. Está cada vez vez mais difícil arranjar um homem novo para levar para cama e, ao mesmo tempo, parece-me que os mais velhotes estão a perder conversa.
Eu - Só uma pergunta...
Ela - Diz.
Eu - Nunca conversas antes, durante ou depois do sexo?
Ela - Claro que não. Só se for para mandar o gajo despachar-se.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

O amor é lindo…

…não, pera.


Etcha, dog.

Capinaremos.com

13 julho 2014

«Ella está en un punto» - Sonio (videoclip de DosTopos)


ella está en un punto from dostopos on Vimeo.

«Drawing» - por Luis Quiles


"Estoy trabajando en una página web personal donde mostrar mi trabajo y por el momento creo que si os interesa seguir mi trabajo lo podreis hacer mejor en mi página de facebook: Luis Quiles Artworks
Antes quiero aprovechar para contestar a la gente que viene aquí a insultarme a mi o a mi trabajo sin ningún argumento. Meteos un dedo por el culo a ver si así encontrais algo de materia gris."


Luis Quiles

O operário das noites longas



Os dedos a pingar do pão encharcado da gordura boa das sardinhas e as bocas com o travo de vinho a granel a debicarem-se como mais um petisco daquela noite ao som de marchinhas populares.

O vozear da multidão e as estrelas que não se vêem na cidade tornam cálida a noite e os desejos lúbricos amarinham por nós como o vinho, altura em que nos escapulimos para o ringue de lençóis para mais um combate corpo a corpo, onde são permitidos todos os golpes abaixo da cintura com os punhos frenéticos, as bocas ávidas e os sexos palpitantes a empolarem-se em golpes frontais ou laterais para não cansar tanto e permitir a visão dos primeiros raios de sol a romper.

Após o knock out que nos esparrama ombro a ombro a enxugar a pele, olho-lhe o revestimento suave, os músculos habituados a abdominais a rodear-lhe o umbigo, o pénis informe como uma salsicha do talho salvo pelos pelinhos adjacentes como num courato e não descubro porque é que aquele corpinho resistente insiste em ser colaborador de uma multinacional que é um eufemismo para precário facilmente substituível por outro em vez de se dedicar antes a satisfazer quarentonas e cinquentonas não afectadas pela crise económica a troco de um acentuado aumento da sua conta bancária para garantir uma reforma precoce, risonha e sem dramas como a dos jogadores de futebol.