15 novembro 2014

Uma lição histórica sobre vassouras de bruxas




Cravagem [em inglês, Ergot]- Doença de certas gramíneas, especialmente o centeio, causada pelo fungo Claviceps purpurea, que origina o apodrecimento da espiga antes da maturação.
A intoxicação humana devido ao consumo de pão de centeio feito a partir de grãos infectados pela cravagem era comum na Europa da Idade Média. Desde a Idade Média, doses controladas de cravagem foram usadas ​​para induzir o aborto e para parar o sangramento materno após o parto. Kykeon, a bebida consumida pelos participantes do antigo culto grego dos Mistérios de Elêusis, pode ter sido baseada em alucinógenos da cravagem do centeio. A dietilamida do ácido lisérgico (LSD) é um alucinógeno potente, que foi sintetizado pela primeira vez a partir de alcalóides da cravagem do centeio pelo químico suíço, Albert Hofmann, em 1938.

Bernard Perroud

14 novembro 2014

Rogério Skylab - «Skylab IX ao vivo - Eu chupo meu pau»

"Eu me olho.
Eu te olho?
Não, eu me olho.
O olho é seu?
Não, o olho é meu.
Se fosse fácill se olhar
Quem diria EU?
Eu me olho.
Eu te olho?
Não, eu me olho.
O olho é seu?
Não, o olho é meu !!!!!

Eu chupo meu pau.
Eu chupo seu pau?
Não, eu chupo meu pau.
O pau é seu?
Não, o pau é meu.
Se fosse fácil chupar o próprio pau
Cada um chupava o seu.
Eu chupo o meu pau.
Eu chupo o seu pau?
Não, eu chupo o meu pau.
O pau é seu?
Não, o pau é meu !!!!!

Eu me mato.
Eu te mato?
Não, eu me mato.
A morte é sua?
Não, a morte é minha.
Se fosse fácil se matar,
Todo mundo morria.
Eu me mato.
Eu te mato?
Não, eu me mato.
A morte é sua?
Não, a morte é minha !!!!!!

Eu chupo meu pau.
Eu chupo seu pau?
Não, eu chupo meu pau.
O pau é seu?
Não, o pau é meu.
Se fosse fácil chupar o próprio pau
Cada um chupava o seu.
Eu chupo o meu pau.
Eu chupo o seu pau?
Não, eu chupo o meu pau.
O pau é seu?
Não, o pau é meu !!!!!

Eu me drogo.
Eu te drogo?
Não, eu me drogo.
A droga é sua?
Não, a droga é minha.
Se fosse fácil se drogar,
Quem não se drogaria?
Eu me drogo,
Eu te drogo?
Não, eu me drogo.
A droga é sua?
Não, a droga é minha !!!!!!

Eu me olho.
Eu te olho?
Não, eu me olho.
O olho é seu?
Não, o olho é meu.
Se fosse fácill se olhar
Quem diria EU?
Eu me olho.
Eu te olho?
Não, eu me olho.
O olho é seu?
Não, o olho é meu !!!!!"

Postalinho de Helsínquia (2)

"Minipussies e cheese balls, coisas estranhas..."
JCI

«Elementos» - João

"Com todo o ar que o rodeia, é como se já nenhum houvesse que lhe chegasse aos pulmões. Ofegante, pisando o último degrau daquela longa escadaria, desde o sopé, montanha acima, espaço de peregrinações, sacrifícios, buscas interiores. Há toda a paisagem à sua frente, a respiração ainda apressada, os pulmões a pedir-lhe ar a todo o custo e os músculos a dar de si, o corpo quase em queda, e toda a paisagem à sua frente, as nuvens já tão perto dele, o nevoeiro arrastado pelo vento, e agora os dois pés bem assentes naquele degrau. Os braços apoiados na cintura, que até as mãos lhe pesam, a roupa pesa-lhe, tudo é pesado, dorido, sofrido, sangrado. E poucos passos à frente um banco talhado em pedra. Despido de ornamentos, nada à espera, ninguém à espera, só ele, as nuvens, a paisagem, o nevoeiro, tudo à sua frente, olhos abertos a custo, coração apressado.

Arrastou-se mais esses metros, de joelhos a querer falhar, de pés a arrastar no chão, com o ar a ser inalado a custo, até se sentar nesse pequeno banco. Costas apoiadas na rocha, pés juntos, mãos ao lado das coxas doridas, e o olhar lá longe, perdido num horizonte distante, imperceptível, mal definido, mascarado em névoa, e a respiração a pouco e pouco a voltar ao normal, e saber o que aí vinha, saber para o que havia subido a montanha. E num momento o vento enfurece-se com ele, e o que a princípio apenas movia nevoeiro e fazia ondular as folhas de árvores dispersas, começa agora a agredir-lhe a face, e levantam-se já no ar pequenos ramos, pequenos paus caídos e secos no chão, as nuvens começam a fechar-se sobre ele, não é o chão que se ergue ao céu, é o céu que desaba no seu corpo, retiram-se ao chão as pedras que o vento projecta, é como tornado que o abraça e tudo roda à volta dele, embatem destroços no rosto, protege-se como pode, mas os cortes sucedem-se, sangra já do rosto, repetem-se equimoses no corpo que as vestes não evitam, começa a sentir-se levitar, o vento arranca-o do banco talhado em pedra, os elementos castigam-no, batem-lhe, cai pesado granizo sobre ele, é sacudido no ar, entre o cinzento das nuvens, partem-se-lhe ossos, perde consciência e cai desamparado não sabe bem onde daquele topo da montanha.

E desiste o vento, todo o rugir cessa e toma posse o silêncio, as pedras, as folhas, os paus, todos os fragmentos de toda e qualquer coisa que o vento agitava em torno dele, contra ele, cedem à gravidade e aterram, preenchem o chão, ocupam o espaço desordenado, o nevoeiro dissipa e começa a sentir-se calor, há sol que fura as nuvens, há calma, há o corpo dele arremessado, ainda vivo, ainda consciente, imóvel, sujo, de olhar fixo no azul que o céu sobre ele já tem. Há um ruído ligeiro, de passos que pisam o chão e fazem rolar pedras, fazem estalar ramos. Há um cheiro diferente, um perfume que lhe penetra um nariz partido, há uma sombra que se desenha sobre o corpo dele, que se debruça sobre ele e lhe segura a mão. E há a paisagem toda, e os degraus todos, a escadaria de peregrinações, de epifanias, e dois corpos lá no topo, e as mãos, as mãos dele junto ao corpo, e as outras a percorrer-lhe o cabelo e o rosto, e as lágrimas pesadas que se precipitam sobre ele a lavá-lo do sangue e da poeira, e o horizonte tão límpido, e tudo tão claro, e eles ali, peregrinos, fechados um no outro, a sentir tudo ao mesmo tempo."

João
Geografia das Curvas

Ambiente

«L'unico fruto dell'amore»- Shut up, Cláudia!




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13 novembro 2014

"Drona-me! Drona-me com força!!!"

Está aí o primeiro filme pornográfico filmado com recurso a câmaras instaladas em drones. Chama-se "Drone Boning" e começou por ser idealizado após um comentário sobre as questões de privacidade relacionadas com imagens de pessoas nuas ou a fazer sexo captadas inadvertidamente por drones com câmaras. A ideia rapidamente passou a um conceito para um filme pornográfico em que a intenção dos autores foi - citamos - «filmar belas paisagens... e colocar nelas pessoas a foder».




Um artigo do site "Motherboard" tem mais pormenores sobre este filme, no link abaixo.

[ http://motherboard.vice.com/read/the-first-drone-shot-porn-is-beautiful-nsfw ]

Postalinho do mar

"Pepino do mar a verter águas.
Ouvi no rádio que na Ria Formosa criam destes, os chineses gostam...
Também lhe chamam caralho do mar... kkkkk"
São P.

Lote de 4 maços de poemas eróticos

Poemas eróticos enrolados como se fossem cigarros.
Na minha colecção há muita poesia... e não só em livros.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)


Grandes males...

Crica para veres toda a história
Atirador de precisão

12 novembro 2014

Môce dum Cabréste - «Crise de Meia Idade - parte 8/10»

Postalinho de Helsínquia (1)

"A senhora reformou-se das revistas e agora dedica-se a tricotar."
JCI

«respostas a perguntas inexistentes (286)» - bagaço amarelo

Somos crianças até ao dia em que nos deixamos de apaixonar para sempre. Pelo menos comigo foi assim. Tornei-me adulto no dia em que me apaixonei com um calculismo minucioso, do género "na melhor das hipóteses isto dura seis meses". Durou dois. Nada mau.
Antes disso já me tinha apaixonado algumas vezes, sempre para sempre. Foi nesse período que algumas pessoas me tentaram informar da verdade do Amor, colocando-me uma mão no ombro e dizendo-me com alguma pena que o Amor nunca é para a vida. Ainda hoje acho que isso não se faz. Há coisas que tem que ser a experiência a ensinar-nos. Não um pai, com medo do nosso sofrimento.
Do pouco que sei é que um Amor é melhor quando é para sempre, mesmo que dure um só dia. Muito melhor do que um Amor a prazo que dura uma eternidade.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Que bem se está no campo... ou não...



11 novembro 2014

Que tal esse... Varão de São Martinho?...


"Não, não! Não, senhora! Bom... talvez não... ou... se calhar..."

Postalinho do Cutileiro

"Pistola de água cheia de pressão...
Beijo
Luís Barreiro"


«[lua]» - Susana Duarte

nascida da noite e da tempestade de chuvas antigas
de noites esquecidas,

vim de ti. vim das névoas das dúvidas
dos corpos dos braços
e de mil embaraços que residem nos olhares
nos sentires
no amar.

nascida da lua crescente
luzente de poeiras marinhas e de sonhos,

olho-te redonda e sei que as etéreas aragens das nuvens
me flutuam
e navegam. vejo-te crescente, lua eterna
e indigente de solares noites,

onde saúdas o mar e te sabes Mulher. lua incandescente,
de brilho opalescente e nú. vejo-te os ombros
de dama encantada e percebo a alva

aurora de rosa inflamada.
sei de onde venho. venho das noites onde és
inclemente na luz que emanas eterna
potente LUA
onde o sonho
flutua e me toca os seios
e me toca os dedos e me toca
os dedos e

me toca os olhos

e me beija os olhos

e me sabe os segredos.

plenilúnio de canteiros de flores amarrotadas
por um beijo amarrotadas

pelo desejo de encontrar, em ti,
um leito onde
possa .ficar.

Susana Duarte
Blog Terra de Encanto

Mulher abraçada a um falo

Estatueta da Ásia, esculpida em madeira, agarradinha à minha colecção.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)


10 novembro 2014

Exposição no Museu d'Orsay - «Sade. Attaquer le soleil» (Sade. Atacar o sol)


Une exposition, un regard : "Sade... por musee-orsay

«respostas a perguntas inexistentes (285)» - bagaço amarelo

Tenho uma amiga que nunca se apaixonou. Eu acredito nela, principalmente pela forma feliz como o diz. Se ela soubesse o que perde não mo dizia assim, a sorrir. Não seria capaz. Se o faz é porque não sabe mesmo, e se não sabe é porque nunca se apaixonou. A única noção que tem é a do que ganha com isso, porque assiste à tristeza do fim das paixões alheias.
Quem é que compreende o fim de um Amor? Ninguém, porque o fim de um Amor é a antítese do próprio Amor. Quando acontece, ninguém consegue explicar porquê.
Uma vez viveu com um homem, diz ela. Admirava-o e mudou-se para casa dele. Quando a admiração acabou tornou a mudar de casa. Alugou um T0 no centro da cidade e comprou uma mobília de sala que também é uma mobília de quarto. Foi tudo. No Amor nunca é assim. Quando nos mudamos trazemos a tristeza connosco, muito mais pesada e difícil de mudar do que a mobília.
Já lhe disse que gostava de ser como ela. Repeti-o quando há uns dias me convidou para dividir uma garrafa de vinho, mais uns bifes e algum arroz. No fim do jantar, quando me sentei no sofá que também é uma cama, disse-me que me admira. Perguntei-lhe porquê e respondeu-me que é pela minha capacidade de sofrer com o Amor.
Ora bolas!


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»