28 dezembro 2014

migalhas natalícias

Raim on Facebook

Postalinho de Sangalhos (4)

"Esta , pode ser considerada provocatória por alguns!
Instalação composta por símbolos masculinos e femininos da Cultura Bura-Asinda-Sika, do Niger, de há cerca de 1500 anos, intitulada “Última Ceia”. Parte da colecção Berardo no Underground Museum das Caves Aliança."
Daisy Moreirinhas


Luís Gaspar lê «Romance do terceiro…» de Manuel da Fonseca


Romance do terceiro oficial de Finanças

Ah! As coisas incríveis que eu te contava
assim misturadas com luas e
estrelas e a voz vagarosa como o andar da noite!
As coisas incríveis que eu te contava
e me deixavam hirto de surpresa
na solidão da vila quieta!…
Que eu vinha alta noite
como quem vem de longe
e sabe o segredo dos grandes silêncios
– os meus braços no jeito de pedir
e os meus olhos pedindo
o corpo que tu mal debruçavas da varanda!…
(As coisas incríveis eu só as contava
depois de as ouvir do teu corpo, da noite
e da estrela, por cima dos teus cabelos.
Aquela estrela que parecia de propósito para enfeitar os teus
cabelos quando eu ia namorar-te…)
Mas tudo isso, que era tudo para nós,
não era nada da vida!…
Da vida é isto que a vida faz.
Ah! sim, isto que a vida faz!…
– isto de tu seres a esposa séria e triste
de um terceiro oficial de finanças da Câmara Municipal!…

Manuel da Fonseca
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

Da arte de bem cavalgar



Eu cá sou mais bolos e por isso digo que ele é uma queca de comer e chorar por mais que só de falar nisto até já me estou a babar. É que aquilo era logo ali hirto desde o primeiro instante dos beijinhos e coiso e tal de roçar os sexos um no outro como se fosse uma kizomba mesmo sem tirar a roupa até experimentar todas as posições do chão à cama sem esquecer a mesa de cozinha que até se me acaba o fôlego. Ai!...

Diga-se que como primogénito era um mestre de bem cavalgar toda a sela como el-rei D. Duarte. Mulheres, entenda-se. Que nem o seu pai lhe permitiria outra coisa sob pena de lhe encher a cara de chapadas ainda hoje que uma coisa é mostrar algum polimento a tolerar maricas e outra como bom macho tuga é fazer que eles que vão para longe que não há cá pão para malucos.

Só que a acompanhar esta dieta calórica e rica em proteínas naturais vinha a melhor tradição clássica do benfiquista bom chefe de família não me tratar pelo nome próprio mas por substitutos fofinhos como menina, linda, querida, fosse na hora de montar como se não houvesse amanhã fosse no dia a dia e o Senhor Doutor sabe que isso é que me deixa completamente fodida.

É só macacadas


“Cada macaca no meu galho”. Pelo menos foi assim que aprendi.

Patife
@FF_Patife no Twitter

27 dezembro 2014

Snega « Alexandr »


SNEGA / ALEXANDR from Mikhail Torich on Vimeo.

«Colo» - por Rui Felício

Do regaço da Rainha
O suave milagre brotou
O teu túgido colo
A criança alimentou
Oculto pela blusa se adivinha
Me embriaga, me desperta
O seu calor me incendeia
Como fogo em palha seca
Na volupia do desejo
No mar do teu colo mergulho
Aos pináculos ascendo...
Exausto de lá me despenho
E em teu regaço soçobro
Mas é no meu colo e não no teu
Onde no fim te acolhes, saciada

Rui Felício


Revista Esquire (UK) de Agosto 2014 - especial «Sex and the British man»

Vários artigos com o tema de capa nas páginas 76 a 129.
Mais uma revista a juntar-se às edições especiais sobre sexo e erotismo da minha colecção.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)


Um sábado qualquer... - «A infância de Jesus 2»



Um sábado qualquer...

26 dezembro 2014

Pum ...Pum


Pum Pum by N.E.M.O from Fernando De Azevedo on Vimeo.

Elas têm um pacto com o diabo!


O apurado olfacto feminino constituiu desde sempre uma das maiores ameaças para o adúltero comum.

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

«Animais» - João

"O problema foi termos demorado demasiado tempo a negociar os termos do tratado. Isolados no meio de nenhures, em campo quase neutro, um calor imenso e tu a provocar-me, assim vestida de escuro, essa saia acima do joelho e as pernas que ora se aproximavam de mim, ora recuavam, e um acumulado de impasses, vem que te mimo, não vou que te parto, e nisto o tempo a passar, e as tuas mãos a sentir o meu caralho, e eu a tocar-te as costas e a puxar-te a mim, e tu que não, que não podia ser que o memorando não estava terminado, e o calor, tanto calor, a poeira, a brisa nas árvores, e nós a negociar, a negociar a tesão como se a tesão tivesse cláusulas para acertar, como se existissem artigos, pontos e alíneas para definir, e eu já te desapertava a roupa, e tu já te encostavas a mim, já se vencia a formalidade e por fim estávamos de novo colados, lanço as mãos às tuas coxas que fervem, toco a tua lingerie que parece uma esponja de tão molhada que estavas, beijo os teus mamilos, e fodes-me por fim, que sim, que parecemos uns animais, sim, racionais mas animais ainda assim, e tu fodes-me tão bem, e eu fodo-te tão bem que isto chega a ser mais que sublime, é para lá da foda, que a foda é coisa quase rude, boçal, quando comparada ao que fazemos, que está tanto para lá da foda. Redefinimos a foda, e quando fodemos deixamos de foder, damos o passo que ultrapassa a foda, e quando os nossos corpos se deslizam é como ver o que está para lá da morte, ou ver o que existe para lá do universo que expande, é ignorar o limite e ir além, ir longe. E o fim é sempre isto, é o teu corpo a vir-se como só tu te vens, e o meu a ficar molhado de ti, e um lamento de termos perdido tanto tempo a negociar o que não tem negociação, o lamento de não termos partido mais depressa para o ringue, porque te tinha bebido o sumo, porque me tinhas lambido o corpo, porque havia sempre algo mais para fazer, e nenhum contrato resolvia isso, só as nossas cabeças a pensar em simultâneo, processadores paralelos de foda de fazer corar puritanos. Foda-se, parecemos uns animais, tens razão. Mas então, dirias, não tens tu sempre razão?"
João
Geografia das Curvas