17 maio 2015

Postalinhos da Turquia - 2

"Diversas peças pré-históricas relacionadas com a fertilidade, do Museu das Civilizações da Anatólia, em Ankara. A placa rectangular é espantosa pela representação estilizada que faz de uma mulher."
Paulo M.







Luís Gaspar lê «Arma Secreta» de António Gedeão


Tenho uma arma secreta
ao serviço das nações.
Não tem carga nem espoleta
mas dispara em linha recta
mais longe que os foguetões.

Não é Júpiter, nem Thor,
nem Snark ou outros que tais.
É coisa muito melhor
que todo o vasto teor
dos Cabos Canaverais.

A potência destinada
às rotações da turbina
não vem da nafta queimada,
nem é de água oxigenada
nem de ergóis de furalina.

Erecta, na torre erguida,
em alerta permanente,
espera o sinal da partida.
Podia chamar-se VIDA.
Chama-se AMOR, simplesmente.

António Gedeão
Rómulo Vasco da Gama de Carvalho (Lisboa, 24 de Novembro de 1906 - Lisboa, 19 de Fevereiro de 1997), português, foi um químico, professor de Físico-Química do ensino secundário no Liceu Pedro Nunes e Liceu Camões, pedagogo, investigador de História da ciência em Portugal, divulgador da ciência, e poeta sob o pseudónimo de António Gedeão. Pedra Filosofal e Lágrima de Preta são dois dos seus mais célebres poemas.
Ouçam este texto na voz d'ouro de Luís Gaspar, no Estúdio Raposa

Depósito legal


Tenho pena que os gajos não sejam como os livros. Não como aqueles calhamaços que morrem virgens nas estantes ou o bué volumoso dicionário da Academia mas como aqueles que quanto mais folheamos, mais queremos manusear e nem conseguimos dormir antes de acabar de o ler todinho.

Um capítulo no elevador é sempre empolgante. A coragem adolescente de baixar as calças com uma mão e apalpar as mamas com a outra. O arrepio na espinha de ser descoberta com as cuecas caídas aos pés, a saia toda entalada na cintura e uma mão a fazer crescer o feijoeiro mágico. As sacudidelas compassadas naquelas quatro paredes com os testículos compenetrados naquela corrida de velocidade que as mãos dele não aguentam muito mais tempo as nádegas pululantes, os calcanhares na coluna e a língua dela a pardalitar de saliva o pescoço e os lóbulos das orelhas e ainda um qualquer dedo pronto a pressionar o botão para subir ou descer ao menor ruído humano naquele andar. Os gemidos engolidos com intensidade como se fossem sexo oral simultâneo, até à indolência final.

E é por estas páginas e por outras que quando uma trama fica previsível até ao bocejo, peço encarecidamente "Não faças de mim o teu depósito legal".



Rapidinha


Estas minhas mini-férias passaram a foder.

Patife
@FF_Patife no Twitter

16 maio 2015

Grande iceberg!...

... aos 28 segundos do vídeo.



Se não tens tempo para ir ver, é isto:


«Joana e Segismundo» - por Rui Felício

Os olhares masculinos não se despegam dela por onde quer que passe. Os femininos, esses, denunciam a inveja que ela lhes provoca. Realmente, a Joana, modelo fotográfico presente em quase todas as revistas, é uma mulher de espantosa beleza, dona de um escultural corpo e de uns olhos que fustigam o cérebro do mais pacato cidadão.
Quem o feio ama, bonito lhe parece.
Este é o ditado que anda nas bocas coscuvilheiras de quem a conhece, por não encontrarem outra explicação, senão o adágio, para ela andar a querer namorar com o Segismundo, que vive num bairro da lata perto do prédio de luxo onde ela reside.
O Segismundo é feio, horroroso mesmo! É um pobre diabo sem eira nem beira, não consegue articular duas palavras seguidas que façam sentido, usa palito ao canto da boca, tem um andar gingão e assusta as criancinhas com o seu olhar tresloucado.
A coscuvilhice de uma vizinha mais afoita, levou-a a questioná-la sobre o assunto. A Joana sorriu e disse-lhe que era por causa da raridade do nome invulgar do rapaz.
O que a Joana não lhe disse é que o seu ex-marido também se chamava Segismundo e que ela tinha uma bela tatuagem na nádega esquerda com o nome dele.
Tatuagem que não queria desaproveitar...

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Mulher guerreira com seios expostos e com um lobo

Estatueta em resina da minha colecção.



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Um sábado qualquer... - «Aventuras»



Um sábado qualquer...