09 novembro 2015

Bela tela...

«Eternizar momentos» - João

"Às vezes fotografo mulheres nuas. É certo que na maioria das vezes que aponto a objectiva às mulheres, elas estão vestidas, mas às vezes, às vezes sim, elas estão nuas. E mesmo quando estão vestidas há sempre um certo grau de nudez, e talvez algumas se sintam mais despidas com roupa do que sem ela. Estimo que se franzam alguns sobrolhos quando pensam nisto de eu fotografar mulheres nuas. Talvez lhes fosse mais fácil se eu fosse ginecologista. Talvez sentissem que eu passar os meus dias com a cabeça enfiada entre tornozelos a observar vaginas em variados graus de deterioração fosse mais casto, mais útil, mais seguro. Mas isto de virar vidro, sensores digitais e o meu olhar a corpos femininos despidos, não, isso não pode ser coisa boa. Este palerma que faz geografia em curvas, que tem sempre uma piada pronta como malaguetas e uma mente muito imaginativa não pode, seguramente não pode, fotografar mulheres nuas e não fazer disso algum tipo de joguinho, de limpeza oftálmica, de alimento à fantasia. E no entanto, se assim pensarem, dir-vos-ei, não me conheceis mesmo nada e tomais-me por outra pessoa que não eu.
Talvez sentissem que eu passar os meus dias com a cabeça enfiada entre tornozelos a observar vaginas em variados graus de deterioração fosse mais casto, mais útil, mais seguro.
Às vezes fotografo mulheres nuas. Vieram depois de muitos, muitos anos com as paisagens que não se queixam e não mudam muito, vieram a seguir aos edifícios e depois a alguns retratos, e a dificuldade cresceu, a responsabilidade chamou, e o corpo feminino colocou-se perante mim assim, a jeito para pressionar um botão e fazer uso da luz. E quando toca a fazer uso da luz, quando toca a enfiar sensações, sentimentos, estados de alma num rectângulo que a câmara me desenha, a responsabilidade chega a ser esmagadora. E importa-me tão pouco se as mulheres que estão frente a mim estão nuas ou não. Não estou apaixonado por elas, não lhes desejo o corpo, nada quero delas que não o respeito mútuo e o esforço por um bom resultado, que a todos faça chegar ao final do dia e pensar que aquela fotografia vai perdurar, vai transmitir alguma coisa que vai tocar a alguém. Não lhes toco sequer, e se tiver de o fazer, é com permissão e com explicação prévia do que vou fazer e porque vou fazer. Quando nos colocamos perante uma objectiva, estamos vulneráveis. Julgamos controlar tudo – tudo! – mas temos perante nós alguém com o poder de nos fazer parecer bem, ou mal, e não temos tanto poder sobre isso quanto pensamos. Vendo bem, o meu lado, protegido atrás do anonimato de uma máquina pesada, é o mais fácil. Sendo difícil, porque me exijo uma perfeição que sei que me ilude, é ainda assim o mais fácil. E essas mulheres, essas mulheres que se colocam frente a mim, nos mais variados estados de nudez – um rosto destapado num corpo totalmente vestido pode ser tão mais despido! – são mulheres a quem agradeço, mulheres que respeito, e que eu espero que tenham sempre sentido isso da minha parte.

Às vezes fotografo mulheres nuas. Mesmo quando estão totalmente vestidas. Podia dizer-vos que é pela arte. Prefiro dizer-vos que é pelo eternizar de momentos, na colecção que todos fazemos, elas e eu, de algo que nos transcenda. E descobri, com o tempo, que a fotografia facilmente nos transcende. Como poucas coisas."

João
Geografia das Curvas

Meta-me orfoses...



Via Giphy.com

Dica para deixar sua namorada maluca por você



Capinaremos.com

08 novembro 2015

8 de Novembro de 2003... foi há 12 anos...

"Desculpa, que só agora vi a agenda... Mas muitos parabéns pelo 12º da funda São"
Maria Árvore

É mesmo. Em 8 de Novembro de 2003, publiquei o primeiro post. Desde esse dia, estão publicados 17.409, todos os dias, sem qualquer interrupção, meus, de malta que se foi juntando à fundiSão e de outra malta que autoriza a sua publicação no blog porcalhoto. E desafio-vos a descobrirem um dia, desde o início, que não tenha pelo menos uma publicação.
Obrigada por publicarem, comentarem, lerem, gostarem, criticarem, sugerirem, rirem, partilharem, divulgarem, participarem, afundarem... mesmo com a censura do Blogger, do Google, do Facebook e de uma sociedade que advoga a liberdade mas que de livre pouquíssimo tem.
A vossa, só vossa, eroticamente vossa
São Rosas

Até tive direito a que o OrCa me odesse:

"nem será bem compostinho
nem a cabeça lhe abunda
quem nunca teve o gostinho
de se afundar nesta Funda!

Parabéns, São, por este belo naco de vida que está assim para aqui todo aberto a quem não seja fechado! "

The Naked and Famous - O Sol


The Naked And Famous - The Sun from The Naked And Famous on Vimeo.

«respostas a perguntas inexistentes (316)» - bagaço amarelo

o Amor por decreto

Todos desconfiamos, desde sempre, da capacidade que temos de Amar para sempre a mesma pessoa. Por isso é que inventámos o casamento, para nos obrigar a fingir que Amamos alguém mesmo quando esse Amor já acabou.
Talvez a igreja católica romana tenha sido a primeira a perceber isto. De tal forma que nos diz que mentir é feio e depois nos põe num altar a prometer que vamos Amar para sempre o mesmo. Enfim, cria-nos uma armadilha da qual é difícil sair.
Torna-se proibido Amar para além do casamento e, ainda mais importante, torna-se impossível a felicidade.
Embora desconfiado, eu acredito que posso Amar para sempre a mesma pessoa, desde que ninguém me obrigue a fazê-lo. Se me sentir obrigado, nem que seja por uma questão de libertação pessoal, tentarei Amar outra. Libertar-me-ei das amarras do Amor por decreto.
É esse o grande erro da nossa civilização: o Amor por decreto. Torna-nos tristes, controláveis, zangados.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

PI do Conhaque


John Cuneo - «Arte no pé»


Via mon ami Bernard Perroud

07 novembro 2015

«torture» - Kinbaku LuXuria



Um video de kinbakuluxuria.com

Tanta habilidade desperdiçada...

Crica para veres toda a história
Talentos


1 página

«Alteração de planos» - por Rui Felício

O grande amor da vida do Rodrigo aconteceu quando, há uns anos, conheceu inesperadamente a Catarina.
Contudo, não foi um amor à primeira vista, como é regra dos romances literários. Pelo contrário, nos primeiros tempos, a atracção que sentia por ela resultava mais da simpatia, do sorriso e da beleza que dela irradiava, do que de um sentimento inabalável e profundo.
Mas, aos poucos, o amor por ela foi-se aprofundando e solidificando, impulsionado por uma paixão que ao longo da sua vida nunca tinha sentido.
É verdade que o Rodrigo também não era indiferente à Catarina, embora o sentimento que ela nutria por ele jamais atingisse os píncaros que transformaram a paixão dele num verdadeiro amor.
Não se tendo nunca consumado uma relação estável, alguns anos se passaram e ambos se afastaram de forma natural. Sem acrimónias...
«Théâtre les guignoles»
Teatro de marionetas malandras
P.Leroux, França,
da colecção de arte erótica «a funda São»
Foi com espanto que. no intervalo do espectáculo a que há dias foi assistir no Teatro São Luís, o Rodrigo, acompanhado da Júlia, a quem convidara para ir naquela noite ao teatro, inusitadamente cruzou o olhar, umas filas mais atrás com o olhar da Catarina que, por coincidência também ali tinha ido.
Estacou, desconcertado, sem conseguir despegar os olhos do olhar da Catarina. Não trocaram uma única palavra mas só prosseguiu o seu caminho, com o coração descompassado, quando a Júlia, uns degraus acima se virou e lhe perguntou se ia ou não lá fora fumar um cigarro.
Se dúvidas ainda tivesse, o Rodrigo ficou com a certeza, naquela noite, que aquele tinha sido realmente o amor da sua vida.
Não correspondido, para seu mal.
Nessa noite, em vez de levar a Júlia consigo até sua casa, como tinham combinado, deixou-a na casa dela sem ser capaz de lhe dar uma explicação plausível para a alteração de planos.

Rui Felício
Blog Encontro de Gerações
Blog Escrito e Lido

Dar banho à minhoca


Pergunto-me se alguma mulher me conseguirá verdadeiramente fisgar. Talvez. Com uma cona de pesca.


Patife
@FF_Patife no Twitter

06 novembro 2015

«Nylon bitch (down and dirty)»


NYLON BITCH (DOWN AND DIRTY) Video Direction and Musical Score by Peter Coukis from Peters Murphy Coukis on Vimeo.

«respostas a perguntas inexistentes (315)» - bagaço amarelo

Vem do zero

Detesto quando isto me acontece. Faltar-me a voz. Não é bem a voz, mas sim as palavras. Todo o léxico e a semântica dele possível. Mas acontece, especialmente quando tenho tudo para dizer.
É que quando não tenho nada sai-me sempre qualquer coisa. Aliás, é quando me sai mais depressa. Não ter nada para dizer é uma das situações mais confortáveis que podemos ter. É o desfrute total, criar seja o que for a partir do zero.
O Amor é uma coisa parecida. Sempre que nos apaixonamos, essa paixão já foi igual a coisa nenhuma. Às vezes até nos apaixonamos por quem não conhecíamos alguns segundos antes. O que não era nada passa a ser tudo.
Cada vez que nos beijamos, que damos as mãos, que temos sexo, que encostamos a cabeça no ombro do outro, que sentimos saudades, que sentimos ciúmes, que dividimos um chocolate ou ar que se respira, podemos ter a certeza que fizemos tudo a partir do nada.
É por isso que o Amor não se explica. Vem do zero.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

«Posso não ser grande coisa…» - Ruim

Despertar o amor numa mulher para para lhe desapertar o soutien. Parabéns, “herói”. Tinha de ser essa não tinha? Não havia mais nenhuma pois não? Tinha de ser justamente a miúda mais doce, vulnerável e com todos os sonhos do mundo a quem tinhas de fazer justamente isto. Ego cheio e tomate vazio segue lá ao teu caminho e deixa o estrago para outro reparar. Porque o próximo que realmente achar nessa pessoa um espaço para depositar o amor que ela merece vai encontrar um muro de betão e por muita picareta que um tipo tenha, há muros que podem nunca mais vir a ser derrubados. Despertar o amor numa mulher para a despir. Chamem-me filho da puta, putanheiro e cabrão. Gosto de amizades coloridas, de miúdas sabidas e cotas aprumadas. Gosto que me objectifiquem e de objectificar. Sei o que faço, com quem faço e como faço. Não há pastilhas elásticas aqui. Há uma amizade. Há conexão. Ninguém quer mandar ninguém pela janela no final. Ficamos a falar, a rir e a ver vídeos do Youtube. Levanto-me e até lhe preparo um lanche. Não há compromisso ou justificações. Não sao one night stands ou all life stands. Nós não nos amamos, nós gostamos-nos. Talvez haja quem finja que não sente. Talvez eu já tenha fingido que não sentia e não pensei mais nisso. Despertar o amor numa mulher para te vires. Conseguir despir todas as camadas emocionais a uma rapariga para ter 10 minutos de intimidade em que ela tenta entrelaçar os dedos nos teus em vão e tu lhe puxas os cabelos e a chamas de cabra. Posso partir estrados e gajas com mestrados. Posso ser vazio e fútil no toque.
Posso não ser grande coisa… mas tu, “herói”... és um filho da puta.

Ruim
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