29 dezembro 2015
Mulher nua no meio de muita verga
Grande fruteira (41cm de diâmetro) em faiança com moldura à volta, em vime (sim, sim, seus malandrecos, vime).
Uma excelente obra de artesanato proveniente da França para a minha colecção.
Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)
Uma excelente obra de artesanato proveniente da França para a minha colecção.
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28 dezembro 2015
«Não estás a entender» - João
"Não estás a entender, dizia-lhe, e os corpos agitavam-se, e ela chorava e resistia, e dizia que não podia, que não devia ser assim, que tinha de ser mais, que só podia ser mais, e ele a pegar-lhe e ela a contorcer-se, e os pulsos a querer fugir e ele a agarrá-los com força, e a encostá-la à parede com força e a dizer-lhe ao ouvido que não estava a entender, que não era nada disso, e ela a debater-se como se fosse uma virgem da Ilha dos Amores numa fuga agitada mas cheia de vontade, a dualidade de não querer e querer tanto, e o sexo a acontecer entre eles, a parede a segurá-los, mais a eles que ao resto do edifício, e ela a queixar-se que era pouco, e ele a insistir que não era nada disso, e depois, depois de ela se vir e tremer até ao chão, sem forças, ele a pegar num casaco quente e a cobrir-lhe o corpo a arrefecer, e a aninhar-se frente ao seu rosto e a repetir-lhe que não tinha entendido nada, que não era nada daquilo, e ela percebeu então. Percebeu por causa do casaco quente, dos olhos dele, e porque não se foi embora como nas histórias de foda, dos dias curtos de sentir."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
27 dezembro 2015
«Batucada» - Kunstenfestivaldesarts 2014
Performance criada por Marcelo Evelin, coreógrafo brasileiro, sobre as ideias e a dinâmica do convívio humano, concentrando-se no corpo como meio de expressar-se no espaço público.
Batucada / Kunstenfestivaldesarts 2014 from Kunstenfestivaldesarts on Vimeo.
Batucada / Kunstenfestivaldesarts 2014 from Kunstenfestivaldesarts on Vimeo.
«respostas a perguntas inexistentes (318)» - bagaço amarelo
Conversar era um hábito que perdera com o casamento. Uma vida a dois, preenchida por quatro filhos, afastara-o do mundo que conhecera alguns anos antes, mas que agora lhe parecia longínquo. Um mundo de conversas com amigos e de copos babados, de alguns abraços e de olhares soltos para mulheres desconhecidas.
Adormeceu à mesa.
A mulher dele tinha sido a minha primeira namorada. Éramos então dois adolescentes, cujo Amor parecia impossível de terminar um dia e cuja vida se adivinhava dinâmica e feliz. Sem sobressaltos, sem zangas, sem filhos. Sobretudo sem adormecermos à mesa derrotados pelo cansaço.
Creio que durou um mês, esse sonho.
O Fred ressonava. Acordei-o com o cuidado de um pai que acorda um filho, dei-lhe um cobertor e mandei-o para o sofá da sala.
Fechei a luz, ouvi-o ressonar e telefonei à Laura.
- O teu marido dorme cá hoje!
Do outro lado ouvi o silêncio mais pesado que se pode ouvir. Passou-me tudo pela cabeça, incluindo a certeza que ela tinha de que estivéramos a beber até um de nós adormecer. Talvez estivesse desconfortável pelo leque de possibilidades temáticas que dois homens que dormiram com a mesma mulher podem ter. Talvez até já nem se lembrasse de mim.
- Laura?!
O silêncio continuou mais um pouco, mas desta vez com uma respiração libertadora.
- Que saudades que eu tenho duma noitada assim! - disse ela.
- Compreendo!
- Lembras-te de nós? - Insistiu.
- Lembro. Claro que lembro.
E o silêncio tornou-se mais leve.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
26 dezembro 2015
«Clic 4» - Milo Manara
Livro da série Clic, do mestre do erotismo em banda desenhada.
Na última aventura da reprimida Claudia Cristiani, o controle remoto que activa os seus desejos sexuais cai nas mãos de Angelina (Deva), uma modelo disposta a tudo para garantir que o seu pai seja indemnizado por ter ficado cego num acidente numa fábrica de produtos químicos. Livro dentro de um saco personalizado.
Junta-se a diversos outros livros e ilustrações de Milo Manara, na minha colecção.
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Na última aventura da reprimida Claudia Cristiani, o controle remoto que activa os seus desejos sexuais cai nas mãos de Angelina (Deva), uma modelo disposta a tudo para garantir que o seu pai seja indemnizado por ter ficado cego num acidente numa fábrica de produtos químicos. Livro dentro de um saco personalizado.
Junta-se a diversos outros livros e ilustrações de Milo Manara, na minha colecção.
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25 dezembro 2015
«As tentações da carne (conto de Natal)» - por Rui Felício
Velho e gordo, o padre Simão é uma pessoa bondosa, amado e respeitado pela população da pequena aldeia de São Julião, paredes meias com a Ericeira.
Caminha penosamente em direcção à igreja onde vai dizer a missa de domingo.
Exausto, já no adro, acerca-se dele a Dona Elvira, frequentadora diária da igreja, que o padre conhece há muitos anos:
-Sr. Padre Simão, trago-lhe aqui uma prenda para o seu Natal.
E tira de uma cesta de verga, uma enorme e grossa enguia, ainda viva e a remexer-se.
- Foi o meu marido que a apanhou esta manhã no rio Lizandro, lá em baixo.
O velho padre arregalou os olhos, pegou nela e agradeceu-lhe reconhecido. Ele era doido por enguias e as pessoas da freguesia sabiam disso.
A igreja já estava cheia, estava na hora da missa.
Na sacristia, enquanto vestia os paramentos, pensou como havia de fazer para guardar a enguia. Já não tinha tempo de ir a casa e também não queria deixá-la ali. Tinha medo que o sacristão a roubasse...
Resolveu enrolá-la à volta da cintura, por baixo da sotaina e prendê-la com um cordel. E, se bem o pensou, melhor o fez.
Na altura do sermão, subiu ao púlpito e a sua voz pausada, profunda e grave era acompanhada por amplos gestos teatrais, que por vezes lhe descompunham as vestes.
Incentiva os fiéis a privarem-se e a absterem-se das tentações da carne, que são a origem de todos ao males do mundo.
Mas a respeitosa e silenciosa atenção do auditório, a que estava habituado, começava a ser beliscada aqui e ali, primeiro pelos olhares espantados dos homens, depois pelos risinhos abafados das mulheres.
O padre, seguindo os olhares que se concentravam todos num único ponto, compreendeu o que se passava. O raio da enguia estava a sair-lhe por entre as pregas das vestes, e remexia-se e ondulava, grossa e inquieta, ao longo das suas pernas.
Envergonhado, o padre Simão corou atrapalhado e em voz trémula, retomou o sermão:
- Eu falava no nosso dever de afastarmos as tentações e os prazeres da carne e assim deve ser, por amor a Deus Nosso Senhor.
Mas, meus irmãos e minhas irmãs, o que estais vendo não é carne! É peixe!
Caminha penosamente em direcção à igreja onde vai dizer a missa de domingo.
Exausto, já no adro, acerca-se dele a Dona Elvira, frequentadora diária da igreja, que o padre conhece há muitos anos:
-Sr. Padre Simão, trago-lhe aqui uma prenda para o seu Natal.
E tira de uma cesta de verga, uma enorme e grossa enguia, ainda viva e a remexer-se.
- Foi o meu marido que a apanhou esta manhã no rio Lizandro, lá em baixo.
«Contos eróticos de Natal» Compilação de vários autores Hugin Editores, 2000 Colecção de arte erótica «a funda São» |
A igreja já estava cheia, estava na hora da missa.
Na sacristia, enquanto vestia os paramentos, pensou como havia de fazer para guardar a enguia. Já não tinha tempo de ir a casa e também não queria deixá-la ali. Tinha medo que o sacristão a roubasse...
Resolveu enrolá-la à volta da cintura, por baixo da sotaina e prendê-la com um cordel. E, se bem o pensou, melhor o fez.
Na altura do sermão, subiu ao púlpito e a sua voz pausada, profunda e grave era acompanhada por amplos gestos teatrais, que por vezes lhe descompunham as vestes.
Incentiva os fiéis a privarem-se e a absterem-se das tentações da carne, que são a origem de todos ao males do mundo.
Mas a respeitosa e silenciosa atenção do auditório, a que estava habituado, começava a ser beliscada aqui e ali, primeiro pelos olhares espantados dos homens, depois pelos risinhos abafados das mulheres.
O padre, seguindo os olhares que se concentravam todos num único ponto, compreendeu o que se passava. O raio da enguia estava a sair-lhe por entre as pregas das vestes, e remexia-se e ondulava, grossa e inquieta, ao longo das suas pernas.
Envergonhado, o padre Simão corou atrapalhado e em voz trémula, retomou o sermão:
- Eu falava no nosso dever de afastarmos as tentações e os prazeres da carne e assim deve ser, por amor a Deus Nosso Senhor.
Mas, meus irmãos e minhas irmãs, o que estais vendo não é carne! É peixe!
24 dezembro 2015
Noite de...
Patife
@FF_Patife no Twitter
«Jingle Butts» - Zulu Alpha Kilo
"Em apoio ao Colon Cancer Canada, fizemos uma parceria com o percussionista espanhol de renome mundial, Jorge Perez, da banda de jazz de fusão PATAX, para criar um vídeo de boas festas com um tema insolente. Como "oportunistas de rabiosques iguais", foram utilizados tanto rabos masculinos quanto femininos. E fizemos também uma generosa doação para o Colon Cancer Canada."
23 dezembro 2015
«conversa 2138» - bagaço amarelo
Ela - Este fim de semana vou para a minha casa da aldeia. Se quiseres libertar um bocado o stress, estás à vontade para vir também...
Eu - Se calhar até nem é má ideia, por acaso. Estou a precisar de desanuviar...
Ela - Óptimo. Traz a tua mala de ferramentas, que eu comprei umas tomadas eléctricas e uns interruptores novos, muito lindos, e não tinha quem mos trocasse...
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
22 dezembro 2015
«I am cake» (eu sou bolo) - Lucie Blush
“Gosto de experimentar com alimentos e como você pode imaginar, a cena foi totalmente nojenta no final. Farinha em todos os lugares, chocolate derretido, fodendo com cascas de ovos … Mas foi realmente incrível para obter muita porcaria e foder com o desejo de ser nojenta.”
Lucie Blush
actriz e directora porno alternativa
Lucie Blush
actriz e directora porno alternativa
«Two Essays On The Worship Of Priapus» - Richard Payne Knight, Esq.
Uma obra fundamental de estudo sobre o culto do falo, datada de 1875.
Sendo um livro difícil de encontrar, já o tinha mas não resisti a comprar este exemplar, que era da National Library of Scotland mas foi dispensado do stock ("de-accessioned"). Exemplar 370 de uma edição de 675.
Dois ensaios: «Discourse on the Worship of Priapus» e «An Essay on the Worship of the Generative Powers During the Middle Ages of Western Europe».
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Sendo um livro difícil de encontrar, já o tinha mas não resisti a comprar este exemplar, que era da National Library of Scotland mas foi dispensado do stock ("de-accessioned"). Exemplar 370 de uma edição de 675.
Dois ensaios: «Discourse on the Worship of Priapus» e «An Essay on the Worship of the Generative Powers During the Middle Ages of Western Europe».
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21 dezembro 2015
«The twelve muses» (as doze musas)
Apresentação de um calendário com Milo Moiré fotografada por Peter Palm.
Não estás a ver quem é Milo Moiré, artista conceptual Suiça?! Vê aqui.
CALENDAR SHOW "THE TWELVE MUSES" | with MILO MOIRÉ photographed by PETER PALM from Milo Moiré on Vimeo.
Não estás a ver quem é Milo Moiré, artista conceptual Suiça?! Vê aqui.
CALENDAR SHOW "THE TWELVE MUSES" | with MILO MOIRÉ photographed by PETER PALM from Milo Moiré on Vimeo.
«De costas para mim» - João
"Encontro-me contigo quando estás de costas para mim, a olhar o horizonte lá longe. O horizonte é sempre longe, bem vês, é o paradoxo de Zenão na ponta dos dedos, sempre que os levantas para tocar o horizonte que sempre te foge. A ti, a mim, a todos. Mas interessa tão pouco o horizonte se te encontro assim, quando estás de costas para mim, e a tua nudez me convida, as tuas linhas invadem-me os olhos e dizem-me que o corpo, esse corpo, é meu antes de ser teu, e num passo estou contigo, estou em ti, e pulsamos juntos, num mesmo movimento, e se ontem nos olhámos, se ontem fizemos o mais demorado amor, hoje fodemos, só porque sim, só porque podemos, porque conseguimos, porque foder e amar são velcro, são coisas que connosco se pegam e ficam unas, são aquilo que são, para nós e mais ninguém, mais nada. E de um gemido forma-se o meu nome na tua boca, a cabeça que oscila para um lado e o pescoço que fica livre para um beijo, a orelha que te mordo e as mãos a percorrer as estradas que te levam onde eu sei que vais querer estar, onde eu vou querer estar contigo, porque conheço todos os teus caminhos, sei como e para onde correm todos os teus rios, e isso, sem mais, é de nos fazer sorrir e ao mesmo tempo tremer sempre que nos encontramos assim, quando estás de costas para mim e me ouves chegar, e mesmo sem nos olharmos, sabemos já o que estamos a pensar, e sorrimos um para o outro sem o ver, sem ver o sorriso, nem o horizonte, que fica longe e longe estando sempre nos puxa."
João
Geografia das Curvas
João
Geografia das Curvas
20 dezembro 2015
«pensamentos catatónicos (327)» - bagaço amarelo
A ânsia para terminar a despedida foi maior do que a vontade de a ver uma última vez.
Como é que um homem pode conseguir desapaixonar-se durante uma caminhada de trinta ou quarenta metros? Não pode. Normalmente apaixonamo-nos num segundo, desapaixonamo-nos num ano.
Nunca acreditei em rápidas e limpas despedidas de um Amor. Depois de virar a esquina e de deixar de ser visto, os meus passos tornaram-se fracos e inconsequentes. Foi como se o meu corpo contrariasse em ditadura a minha vontade. Parei no conforto da cegueira. Imaginei-a ainda à porta, com as mãos a ampararem-se uma à outra, ainda a olhar para o vazio que eu tinha deixado para trás.
Recuei alguns metros até à esquina, só para a espreitar secretamente, mas afinal ela já não estava lá. A porta estava fechada e a casa envolvida num manto de silêncio.
Normalmente apaixonamo-nos num segundo, desapaixonamo-nos num ano. Durante esse ano, convém estarmos apenas connosco.
bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»
19 dezembro 2015
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