22 agosto 2017

«amarei sempre a praia improvável dos dias» - Susana Duarte

amarei sempre a praia improvável dos dias
e a serenidade solar de agosto. cedo chegará
o tempo das uvas e do mosto e dos luares
precipitados nas encostas. é das noites,
que gostas, e da brisa suave que impele
as nuvens. mas eu amarei o mar e o azul
onde se espelham as asas das aves marinhas.
amarei a litania das ondas onde deito as pedras
e suavizo os ângulos secos do sorriso.
amarei sempre a nudez improvável da alma
e o deserto dos olhos serenados pelo azul,
deserto pleno de imagens e de leituras anteriores.
amarei sempre as praias de todos os amores,
e a luz praienta onde me deito.
serei sempre agosto e as cigarras,
e os dias todos que vivi. agora, e aqui,
deito na água os dias de ontem
e as mágoas espalhadas no algaço.
o som das ondas residirá, sempre, no abraço
aquático com que constróis a areia.

Susana Duarte
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Postalinho da horta

"Em pepinos, Anadia está a fazer concorrência ao Entroncamento. Mais de 50 cm cada um!"
Paulo M.


Hora de pontas


Jovem passageira solitária da vida, fortemente penalizada pelo desaparecimento da sua bagagem.

Sharkinho
@sharkinho no Twitter


Homem… contente

Estatueta tribal em madeira, de homem nu, da região do rio Sepik, na ilha de Papua, Nova Guiné.
Nas fotos, o saco contém parte da orelha direita, que entretanto foi colada.
Grande viagem que fez, para chegar à minha colecção!














A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

21 agosto 2017

«Send nudes» - Levi Mandel


«Sobre a minha beleza "avantajada" pelo tempo, a maturidade, a autoconfiança e o foda-se!» - Cláudia de Marchi

"Nossa Cláudia você está tão mais bonita do que já foi!". Gente, eu como muita pimenta, gordura, torresmo, carne, detesto arroz, pego leve nos carboidratos, porque sou carnívora, não bebo mais que dois copos de cerveja por semana (quando muito, hoje em dia, desde que sai do MT, não me desce tão bem!).
Todavia, mando bem numa garrafa de vinho tinto carmenere por semana. Não malho, pois tenho uma preguiça quase fóbica de locais lotados, de papo fitness e de sair de casa, vou comprar uma esteira quando me mudar.
Ademais, tenho genética boa e minha profissão ajuda a manter o shape em dia e durinho, também faço massagem, quase não tenho celulite por natureza, não uso base ou maquiagem na pele no dia a dia, só cremes de qualidade e protetor solar. Uso rímel, lápis e batom quase sempre!
Mas, sabe o que me fez realmente mais bonita ao longo da vida? O olhar. Ou melhor, a segurança que ele transparece. O sorriso de quem é contente consigo mesma e com a pessoa que se tornou. Eu não era assim há poucos anos!
Há uma tranquilidade estampada na minha face, típica de quem se perdoou pelos seus erros, de quem desistiu de esperar dos outros o mesmo que tem para lhes oferecer. De quem resolveu se bastar e não romantizar a vida.
Há em mim e no meu rosto a firmeza e a autoconfiança de quem é prática, objetiva e tem preguiça de sofrer! Há, também a serenidade de quem se ama e se lixa para a opinião alheia. Inabalável? Não, nem tanto, bebidas doces (adoro, não nego!), abalam meu fígado e me embriagam, logo eu evito.
Abalar-me por pessoas? Never more! Tenho o "foda-se" ligado pra elas!
As que me interessam me amam! As que admiro me admiram, as demais eu não quero sequer conhecer ou interagir, menos ainda saber o que pensam.

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

Missão impossível



HenriCartoon

Ups!...


20 agosto 2017

«respostas a perguntas inexistentes (313)» - bagaço amarelo

Existe a pessoa que Amamos. Depois existem as pessoas que nos apetece Amar. O que mais distingue uma coisa da outra é sabermos que só podemos Amar uma pessoa de cada vez. O Amor é um espaço onde não cabem três.
É também por aqui que se distingue um primeiro Amor de um segundo. A primeira vez que nos apaixonamos, não acreditamos que vão existir pessoas que nos apetece Amar para além da pessoa que já Amamos. Quando nos apercebemos que afinal não é assim, às vezes ficamos desiludidos com o Amor para não ficarmos desiludidos connosco.
A segunda vez que nos apaixonamos é diferente. Já sabemos que aquela pessoa é uma escolha entre todas as pessoas que nos apetece Amar. É isso que torna o segundo Amor mais consistente do que o primeiro. O primeiro Amor é uma certeza, o segundo é uma escolha. As escolhas costumam ser mais certas do que as certezas.
Não estou a dizer que os segundos Amores não acabam. Claro que podem acabar, até porque as nossas escolhas erram tanto quanto nós próprios. Até um terceiro, um quarto ou um quinto Amor pode acabar. Não interessa. Sabemos que se acaba não foi o Amor que falhou. Fomos nós.
O Amor nunca falha. É por isso que vale sempre a pena tentar.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Não baixar os braços


Aqui há gato...

Homens casados vivem mais tempo? Também os gatos domésticos. Ambos passam a vida a olhar da janela para um mundo que nunca vão aproveitar.

Patife
@FF_Patife no Twitter

19 agosto 2017

«os olhos da noite» - Susana Duarte

os olhos da noite, povoados por fantasmas
de desejos por concretizar, habitam silêncios,
e teias, e telhas -vazias- de casas inertes.

concretiza-se o dealbar da barca da aurora,
entregue a mercadores de ossos vazios
de sonho, cheios do pó que vertes

sobre os joelhos mansos das horas tardias.

nada sabes, dos olhos da noite, mas é neles
que repousas escolhas brandas e dia frios
e palavras ocas, e distâncias, e as ausências

com que feres os dedos ténues da água
onde, todavia, afundas os olhos, loucos
de solidão e de medo, os teus.

antes os interstícios da pele, e as sombras
que, nos intervalos dos corpos, se desenham.
antes os olhos da noite, povoados
pelas mãos, e pelos segredos ciciados.

os meus.

Susana Duarte
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