05 setembro 2017

«o nada» - Susana Duarte

(...)

o nada habita

as vestes da mulher.
ela renasce dias raiados de palavras,
onde o oceano vazou os segredos
que os braços dele
não ousaram revelar.

Susana Duarte
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Postalinho da Nazaré

"No Forte de São Miguel Arcanjo, na Praia do Norte, não se vêem só ondas gigantes..."
Daisy Moreirinhas


Bom dia...


O prazer simples de um primeiro beijo numa boca ansiosa de se provar acolhedora, anfitriã.

Sharkinho
@sharkinho no Twitter

«Sweethearts» - Mulher deixa cair livro na biblioteca...

... e insinua-se, de peito desnudado, a um homem.
Apoios de estante para livros, em bronze.
Vieram dos E.U.A. para a minha colecção. Estiveram mais de dois meses extraviados na Alfândega portuguesa, o que não foi nada erótico... mas a espera e as insistências valeram a pena!








A colecção de arte erótica «a funda São» tem:
> 1.900 livros das temáticas do erotismo e da sexualidade, desde o ano de 1664 até aos nossos dias;
> 4.000 objectos diversos (quadros a óleo e acrílico, desenhos originais, gravuras, jogos, mecanismos e segredos, brinquedos, publicidade, artesanato, peças de design, selos, moedas, postais, calendários, antiguidades, estatuetas em diversos materiais e de diversas proveniências, etc.);
> muitas ideias para actividades complementares, loja e merchandising...

... procura parceiro [M/F]

Quem quiser investir neste projecto, pode contactar-me.

Visita a página da colecção no Facebook (e, já agora, também a minha página pessoal)

04 setembro 2017

Postalinho da Croácia - 1

"Oliveira muito fêmea... e funda como a São Rosas..."
Paulo M.



«Deus Pan e Ninfa» - Bertel Thorvaldsen


Quem foi Bertel Thorvaldsen
O Museu de Bertel Thorvaldsen

«Sobre o filme "O lado bom da vida" e empatia» - Cláudia de Marchi

'O lado bom da vida' e eu: amor à segunda vista. No início me entediei, achei enfadonho o sujeito lindo, mas bipolar, descontrolado e apaixonado pela ex-mulher que o traiu. Não gosto de homens que perdoam traição. Aliás, detesto “cornos” e “cornas” mansos, mas, enfim, o final me conquistou.
O filme e seus detalhes, na verdade, me fizeram pensar e eu gosto disso. Gosto do que me faz pensar, me instiga, me inspira, me anima! De forma tragicômica o filme retrata o “básico” acerca das falhas nos relacionamentos interpessoais: a mania esquizoide que as pessoas têm de ouvir o outro e não senti-lo, não compreendê-lo, mas julgá-lo, criticá-lo e criar conceitos pessoais a respeito de quem não se conhece ou, sequer, se deu ao tempo de conhecer.
Enquanto o outro se abre, conta coisas íntimas a seu respeito, expõe suas fraquezas, nós o julgamos e tentamos resumir a sua vida e conduta em uma palavra, como, no caso, “vadia” e “louco”.
Sensacional a lição da história. Fora o aspecto importantíssimo a respeito dos “sinais”: sinais que recebemos da conduta alheia acerca do que sentem por nós. Se nos querem bem, se nos querem mal ou, simplesmente, se não nos querem. Tudo é possível depreender destes “sinais” que, com certeza, valem mais do que qualquer palavra terna.
O amor acontece, seguidamente, quando não o esperamos. Amamos quem não esperamos amar, desgostamos de quem poderíamos amar. A imprevisibilidade circunda nossos relacionamentos afetivos.
Acontece que, se existe uma coisa que não devemos fazer é julgar quem se abre conosco. A transparência e a sinceridade devem ser mais valorizadas do que nossos (pré) conceitos pudicos, caretas e moralistas.
As pessoas são muito mais do que aparentam, são muito mais do que seus erros, são muito mais do que seu psiquismo “afetado”, seus transtornos de personalidade ou sua eximia sanidade. As pessoas são o que sentem, o amor que trazem no coração e certa dose de pureza que até cometendo atos impuros elas não deixam de possuir.
Para amar é preciso abster-te de julgar, abster-se de erigir um muro psíquico que faz com que, de cima dele, você aponte as falhas dos outros como se a sua vida, vivencias e experiências fossem exemplares. O filme toca fundo, as cenas são marcantes e a moral é belíssima. Recomendo!

Simone Steffani - acompanhante de alto luxo!

A técnica do escorpião

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03 setembro 2017

«coisas que fascinam (200)» - bagaço amarelo

Trânsito de Vénus

Em contraluz, as pessoas que passeiam na praia são apenas sombras. Como tal, perdem a identidade. Cada uma delas podia ser outra. Deixa de me interessar quem são, a mim que me estendi sobre a areia invernosa e as vejo num trânsito constante à frente do Sol. Passa-me a interessar apenas a sua silhueta. Já fiz o mesmo com Vénus, ficar sentado a vê-lo passar lentamente à frente do Sol, sem motivo aparente.
Acompanho as sombras de um homem e de uma mulher de mãos dadas. Ele pára por um momento e baixa-se para apertar os atacadores dos sapatos enquanto ela, dois metros à frente, espera por ele e admira o Pôr do Sol. Depois ele levanta-se e continuam a caminhada, novamente de mãos dadas.
Por um momento apercebo-me que o Amor é apenas isso: ter alguém cuja mão nos espera quando paramos por um momento e, nessa espera, nunca se desespera. Aproveita-se a vida de uma forma qualquer. A olhar para um Pôr do Sol pela enésima vez, por exemplo, igualzinho ao que já vimos em postais foleiros para turistas e ao que se repete há tanto tempo quanto o trânsito de Vénus.
Quando um homem se apaixona de forma incondicional perde a noção desse tempo. Passa a acreditar que tudo parou e que vai ser sempre assim. Cada vez que se baixar para atar os atacadores terá uma mão à espera, numa cena. Até ao dia em que percebe que afinal nada parou e, sem ele dar conta, tudo se transformou.
A Lei da Amor é um pouco como a Lei da Conservação da Massa. Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma. A mulher que lhe estendia a mão perdeu a brandura no olhar e a doçura na voz, mas essas características não desapareceram. Andam por aí, entre as silhuetas que passam.


bagaço amarelo
Blog «Não compreendo as mulheres»

Pratos limpos


Como peças Lego

Uma queca entre a estouvada da crica que acabou de sair e aqui o mestre da zarabatana foi como juntar a fome à vontade de foder.

Patife
@FF_Patife no Twitter

02 setembro 2017

«O Amor (I)» - Susana Duarte

o amor.
o amor é a confluência dos remos,

ou das mãos.

o amor
é, talvez, a estrada
por onde caminham as aves,

e os bicos,
segurando flores novas

e as madrugadas
deixadas sobre os leitos,

de onde voam lágrimas,
para, neles, se deitar

o sol.

o amor.
o amor é a luz depois da noite,

mas é também a noite
dos amantes.
e os seus olhos.

é, talvez, a delonga das cerejas
e a maturação das dores,

e a impossibilidade
das manhãs
lentas
do desespero.

o amor.
é, talvez, a rubra declaração
que o sol faz às ondas
quando, sobre as algas,
penetra as trevas
e ilumina
o oceano.

o amor.

Susana Duarte
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