15 abril 2009

Curvas térmicas


Abalar para a capital como nessa manhã nos estava na ideia era caminho vedado pela neve que a água congelada na canalização bem nos tinha vaticinado essa desdita de modo que recorremos ao tradicional abafe-se, abife-se e avinhe-se para combater o frio sem gritar ó da protecção civil.

Enquanto ele acendia a lareira e empurrava o sofá para a menor distância de segurança possível junto a ela parti umas fatias de broa e de presunto mais queijinho do que escorre para embarcarem num tabuleiro com dois cálices e a garrafa do bagacito com destino ao sofá para começarmos a aquecer o dia.

Ao fim de três bagaços bebidos à laia de shot a temperatura ambiente já estava aceitável e tirei o camisolão de lã, atitude que ele saudou efusivamente porque a camisa sempre lhe deixava perceber que eu tinha mamas. Atirei-me a ele a puxar-lhe o seu camisolão e a meter-lhe as mãos por baixo da camisa e da camisola interior para lhe titilar os mamilos ironizando que lhe apalpava as dele que deviam estar com friozinho porque se eriçaram logo. Ele enfiou ambas as mãos pelo redondo das minhas calças adentro no justificável intuito de aquecer as mãos e desembarcou na frontaria a tactear a temperatura entre as coxas por ser remédio antigo na prevenção de artroses dos dedos até me correr o fecho para não estoirar a roupa. Abri-lhe também o fecho para fazer um ninho de mãos ao seu passarinho que ainda estava a espreguiçar-se, atitude que é sabido estar indicada na activação da circulação sanguínea e quando por acção do calor humano a estalactite da sua língua me sulcou os lábios direitinha ao céu da boca ficou claro como água que ia ter de tirar por completo as calças para derreter a sua estalagmite.

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Uma por dia tira a azia