17 maio 2008

E depois, de repente, fica uma mulher sem saber em que frame se há-de concentrar para se vir mais fortemente.
Revê as mais recentes, estão ainda com cores vivas e sem imagens fugidias.
A inesperada primeira foda, apressada, melhor, ansiosa, na sala de porta aberta para quem calhasse passar? As palavras sussurradas soprando-lhe para o pescoço? A confissão de desejo adiado? As mãos dificilmente enfiadas numas calças e as outras mãos mais à vontade metidas noutras calças? A roupa e o cabelo compostos à pressa porque alguém chega?
A foda já conhecida e por isso tão inteira? Os caminhos para um orgasmo que se sabe de cor e que por isso se anseia? O corpo que se conhece e que já se molda ao nosso, sem se perder tempo com descobertas?
A outra foda, a repetida clandestinamente, casualmente, foda absoluta de animais absolutos?
Optou por fixar-se na concentração de todas, separadas por poucas horas, por poucos quilómetros, imaginando-se a caçadora que caça por onde passa, pelo prazer de caçar, não pela necessidade.
O prazer.
E veio-se, a mulher, lamentando apenas outra ainda, a que já não tinha tido tempo de caçar, a que um mar inteiro separava, provavelmente a que mais lhe tinha apetecido.

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Uma por dia tira a azia