Chegou uma multidão, assustou o silêncio.
O silêncio assusta-se assim,
é como um pássaro que pousa ao pé de nós,
não nos podemos mexer, ou olhar muito,
respirar com força, falar ou acenar.
Foi-se embora
e ficaram os ecos estranhos da multidão,
são bárbaros que tentam violar
a terra funda dos meus pensamentos.
Eu não me fui embora,
não fugi, aterrorizada da multidão,
da massa uniforme que espanta
os mais lindos e doces pássaros.
Eu não fugi porque tu estás aqui
(eu sei que pareço não olhar)
tu és a única redoma que me segue pelo mundo
e a vontade que eu tenho, por vezes, de sair dela.
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Uma por dia tira a azia