«Alvuras» - António F. de Pina
Amei-te como quem trincaUm pomo rubro e reluzente de vontadeSentindo sempre o saciado insaciado.
Amei-te como quem tacteiaO crescente crepitar dos poros clarosA incendiar o macio da pele nuaEm cada gesto de dedos estelares.
Amei-te como quem ouveO eco do grito linear desse desejoO som efervescente de um beijoE o som do brilho vertical do teu olharA deslizarPelas paredes desmaiadas do meu rosto.
Amei-te como se fosseUm pavio esbraseado e soltoNa morfologia complacente do teu corpoEntre cortinas de crepúsculo e luar.
Só não seiDe onde vieram todas as asas livresQue nos fizeram emergir e planar.
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António F. de Pina (2021)
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O som efervescente de um beijo...
ResponderEliminarhummm deu saudade...
Beijinhos
Deu mesmo, Cléo.
EliminarBeijinhos e um abraço maior que o oceano Atlântico