04 abril 2021

O fundo Baú - 116

O baú que deu início à colecção de
arte erótica «a funda São»




Em 24 de Outubro de 2004, o Mestre Jorge Castro odeu-nos mais uma vez, como só ele sabe oder:

De amor

( - Já chegou o tempo de acender a lareira, que o entardecer arrefece...)

Trago-te na palma da mão
E sorvo-te só de um trago
Sirvo-te
Enquanto ardo
Em lume brando
No chão
E na mão cabe o teu seio
Que me sabe
Ao doce enleio
De o saber na minha mão
Como a tua pele macia
Quase fria à luz do dia
Emudece a solidão
Tenho-te na minha pele
No tremor da tua narina
Que sorve o ar que respiro
No suspiro de menina
Na ardência da mulher
Na urgência que me impele
Que me instale no teu corpo
Que sinta o fogo da pele
Que tu és mar
Do meu chão
Toda eu te sorvo
Salgada
Bebo o teu fogo
O teu mel
Venho-me em ti
Minha amada
E no instante quase-nada
Fico eu à tua guarda
Fico assim
Na tua mão.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Uma por dia tira a azia