Há crepúsculos inexplicáveis que se abrem
Aromatizando os dedos doces da lua cheia
Numa envolvência quase natural quase dor
Empalidecendo as artérias vivas da noite.
Não basta o matinal despontar de um sorriso
Não basta o olhar imperativo da ternura.
Há que plantar lírios e delírios no crepúsculo
Onde a nudez pura se assoma quase poema
Em todos os horizontes onde o Sol é plano
E a lua é nova e a noite é cega quando acesa.
Quero-te de corpo inteiro de um só trago
Em todos os jardins onde se inicia a Primavera
Para que se tornem tão reais como nós somos.
António F. de Pina (2022)
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