Amar-te
É ser um pássaro sereno e luzidio
Que esvoaça e que trespassa qualquer vidraça.
É ser espelho polido e brilhante
Onde gentil se deflecte o desengano.
É ser som acorde harmonia
Na canção que nos transcende o pensamento.
Amar-te
É ser uma nuvem inquieta e solta
Que na tua própria aragem se dissipa.
É ser fonte inesgotável de brandura
Cujo leito é feito de uma insaciável lisura.
É ser uma luz difusa e lenta
Que de uma espiral infinita se alimenta.
«Na tarde liquefeita dos teus olhos», 2023
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