10 março 2024

«Na tarde liquefeita dos teus olhos» - António F. de Pina

Tão amplo é este sonho em que mergulho
Na tarde liquefeita dos teus olhos
Que no canto das árvores purpurinas
Eu vejo espumas brisas maresias
Que descerram pensamentos e cortinas

Lá fora as cores saltitam agitadas
Na tarde liquefeita dos teus olhos
E do rúbeo silente que entra de rompante
Nascem fontes e lábios afogueados
Com que tu me presenteias o instante. 

«Na tarde liquefeita dos teus olhos», 2023
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