30 maio 2005

Proporcionalidade

O Jorginho Costa surpreendeu-se depois de ter espreitado a mamã e o papá pela fechadura do quarto:
- Fónix, se eu fui ao psicólogo por chupar no dedo, a mamã vai ser internada!

(enviado por Daffy)

29 maio 2005

o teu beijo


passa os teus dedos nos meus lábios
numa carícia atrevida
ensaia o beijo que tarda...

espera
ainda não!

quero apenas os teus dedos
na minha boca entreaberta
sequiosa desse beijo
que os teus lábios prometem...

Corpos e Almas

O Pedro Oliveira adora oder tudo:

O meu peido

passa os teus dedos no meu cu
numa carícia atrevida
ensaio o peido que tarda...

espera
ainda não!

quero apenas os teus dedos
no meu olho entreaberto
sequiosa do meu peido que os meus intestinos prometem...

O que vale é que o Ferralho ode com mais alma e menos gases:

Alvora-me a boca que trago aguada
Com a seda sãbia dos teus dedos
Adia-me a tua boca acetinada
Faz-me sentir
Devagar, atrasa-me

Remói-me com as polpas macias dos teus dedos
A vontade repisada dos teus beijos
E o gesto que já está na minha boca
De te beber na tua fonte dos desejos

Às vezes esta vida é um cansaço...

Dick Hard Enfermeiro de Noite

"Nunca ninguém me tratou tão bem como você", disse ela.
Bem, a história pode ser curta ou comprida. É como o tamanho de um sardão. E se no caso do sardão a gente não pode fazer nada, no que toca às histórias temos a obrigação de seleccionar a versão mais adequada ao eleitorado, que dizer, aos leitores.
Tudo começou na tarde em que começou. Estava um calor infernal, mas nas histórias policiais com estilo é mesmo assim que o clima se deve comportar. Ou está um calor do caraças (talvez seja de Los Angeles) ou chove a cântaros (talvez seja da arqueologia).
Bem, estava um calor do caraças e eu estava sentado na minha cadeiras de molas "Range Range", com as pernas esticadas em cima da mesa. Sei que não sou americano, mas detective que se preze tem de saber assumir uma postura descuidada. Aquilo que os americanos designam por "sloppy". Ou coisa que o valha.
Bem, "to make a long story short" (ou shot, no caso de tiro ou cálice de tequilla), posso dizer que estava a ouvir a barba a crescer com o ritmo do Chevy Corvette branco da Marie-Claude Beaumont no Autódromo do Estoril em 1972 (capotou, mas saiu ilesa). Olhava pela janela. Na rua não se passava nada, tirando os habituais homicídios, violações e os grupos de adeptos do Benfica a festejar o título, após um período de considerável hibernação desportivo-categórica.
Ainda pensei em ter uma porta a sério no escritório, mas depois que desculpa tinha para ser um detective fracassado a nível profissional, sexual, afectivo, familiar e outros que são bem mais importantes?
Por isso mesmo, tinha mandado vir pela Internet uma daquelas portas à detective, com vidro fosco enrugado, que deixam apenas vislumbrar um corpo a cair pesadamente em soalhos tão sujos de sangue que até dão nome a um particular tom de vermelho: vermelho-soalho-de-detective.
E pintado a preto: "Dick Hard, investigações com dignidade. Fazemos descontos a grupos".
A Velma estava de folga, provavelmente a mamar nos margalhos, que era a actividade favorita da Velma, segundo ela me contava. Eu já tinha tentado que ela me bafejasse com os seus talentos labiais, mas a Velma insistia em explicar-me que broche e patrão são duas palavras que não se dão bem. Por isso, nos dias em que a Velma estava bem disposta, limitava-me a ir-lhe ao pacote com subtileza, até que era a própria Velma que me espicaçava o amor-próprio: "Mais hard, Dick, que até cura mais que o dick do senhor cura".
E eu dava-lhe com alma e hardor. Depois, deixava-me cair para cima da cadeira, puxava as calças, desapertava o nó da gravata (um calor de "Body Heat", com o William Hurt a perguntar 'Ei, lady, do you wanna fuck?') e dizia para a Velma:
- Baby, chega aqui a garrafa da ginjinha, OK?
E a Velma trazia a garrafa da ginjinha, com elas. (Devia ser 'bourbon', mas é preciso não perder de vista um certo patriotismo alcoólico).
Bem, foda-se, vamos lá avançar com o caralho da história, para falar bem e depressa.

Uma continuação possível - por Charlie

Acordou da modorra com uma forte pancada na porta.
- Porra! - disse ele, dividido entre o aborrecimento de não ter nada para fazer e o despertar para um novo serviço - Entre!
Entrou um indivíduo de raça negra bem alto e de porte atlético.
- Em que posso ajudá-lo? Quer contar-me o seu caso?
O negro olhou para ele e perguntou-lhe:
- Você é que é o detective?
- Olhe que porra! - respondeu-lhe continuando - Então você não sabe ler! O que diz ali na porta?
- Pois - disse o negro - Deixe-me apresentar-me. Chamo-me Raúl e estou aqui numa missão. Como você sabe, o senhor é uma mera personagem de ficção. A minha patroa exigiu algumas provas ao seu criador e a história tem de ser reescrita. E assim aquí estou eu, pronto para fazer a parte que irá ser agora acrescentada ao seu livro.
Enquanto falava, ia despindo a camisa mostrando a forte musculatura que se adivinhava mesmo com a roupa vestida. Dick Hard estava possesso!
- Que pensa que está aqui a fazer? Ponha-se já na rua!
O negro sorriu:
- Podes falar à vontade que tudo o que fizeres será anotado no livro que o teu criador está a querer editar. E digo-te mais, são os que mais berram que me dão mais gozo.
E, dizendo isto, tirou as calças e atirou-se ao detective. Do outro lado os dedos não paravam quietos no teclado. Mal se podia sentar e a almofada incomodava-o mais do que se estivesse de pé. Uma gota de suor correu-lhe pela testa.
- Porra, coitado do Dick, ainda me dói isto tudo!

Charlie

28 maio 2005

Dahhhh



Oh Sãozinha vou mesmo ter de tomar qualquer coisita para dormir que eu já não posso mais com a repetição diária daquele pesadelo nocturno.

Estás a ver aquela esplanada próxima da pujante estátua do Cutileiro, não estás?... Pois, começa sempre aí. Estamos sentados naquelas mesas pesadas de ferro, com a esplanada a abarrotar de gente quando um enxame de meninas ciganas ou romenas, de alinhadas tranças loiras, nuazinhas e sem pêlos como nos postais eróticos do início do século XX, começa a distribuir beijinhos em troca de moedinhas reluzentes, zumbindo a valsa da Bela Adormecida.

Um dos meus afunilados sapatos cor de rosa salta em voo para o lago ao mesmo tempo que a respectiva perna se levanta para o pé tocar o fecho éclair fronteiro, subindo e descendo até a curva do pé se moldar perfeitamente na excrescência resultante. Os olhos dele sugam-me e reconstituo-me no seu colo , com a lycra das meias a rasgar pela fricção nas costas da cadeira e graças à discreta ajuda das mãos dele que engachadas nas minhas nádegas, as equilibram constantemente. Desço os meus lábios entreabertos, a pairar sobre os dele e como um camaleão apanho-lhe a ponta da língua que sorvo como a um bago de uva morangueira. Sinto a sua polpuda pele arroxeada bulir na minha como o volteio do vento numa folha. E enquanto o seu indicador esquerdo macera a minha bolota arrendondada, espremo-o, compassadamente, dentro de mim.

Toda a gente está nua, apenas adornada de um filete preto como se resultássemos do risco de Crepax e copulam cadenciadamente exibindo a luminosidade dos corpos até que os empregados da casa, compostinhos nos seus laços sobre camisas engomadas aparecem diligentes a avisar que há fogo na cozinha e convém evacuar a área.

E aí acordo sobressaltada e só me apetece dizer dahhhh... porque Sãozinha, não é justo nunca ver o final do filme.

Diário do Garfanho - 37

12 de Janarço

A partir da primeira adolescência, há uma pergunta recorrente na vida de todos os homens; nunca mais nos deixa e atormenta-nos, de igual forma, saber e não saber a resposta:

"Aquela gaja anda com aquele gajo, porquê?"
"Porquê?!"
Garfanho

O Cambralenta admira a preserverança

27 maio 2005

Fome

 Stephane Bourson

- Tenho fome, disse.
Estendeu o braço. Pegou num bolo, partiu um pedaço. Deu-lhe um pedaço à boca também.
Ajeitou-se no colo dele. No sexo dele.

Ele levantou os joelhos para que ela se recostasse.
O colo, assento perfeito.
Moviam-se devagar. Faziam amor lentamente.
A mão dele acariciava-lhe as pernas. Ajeitava-a no colo.

Inclinou-se no corpo dele.
Lambeu um pedaço de bolo que estava ao canto da boca.
A língua provou-lhe os lábios e deu-se a provar.
Mordiscou-lhe a língua.
A boca dela. Doce. Na boca dele. Doce.

Ele moveu-se. Acariciou-lhe as nádegas.
Ela disse-lhe baixinho ao ouvido:
- Tinha fome.

Encandescente

O OnanistÉlico ficou com fome e sede de oder:

- Tenho sede.
Recolheu-se em pedaços de mim por entre a saciada boca. E esta bebida assexuada, que transpira por entre os corpos, nossos, sabe-me. E da comunhão dos líquidos prazeres sobra-me por entre os lábios um:
- Tinha fome de te beber.


E já sabemos que o OrCa, quando tem fode ome... digo, quando tem fome ode:

que fome tenho de ti
e não são horas
de saciar em ti o meu desejo
que fome tenho de ti
e sem melhoras
pelo sabor que colhi desse teu beijo
porque te dás assim
tão a desoras
a roçar tão de leve pelo meu peito
que me perco de mim
quando demoras
a abrir-me o teu corpo em que me deito.

Pela normalização anatómica - 2

A CoNA - Comissão de Normalização Anatómica continua o seu esforço para que o sexo seja cada vez menos confuso e problemático.
Hoje, a CoNA propõe que os preservativos tenham todos o comprimento de 30 centímetros.
- E quem não tem manga para tanto plástico? - pergunta a maioria dos visitos (excepto o Burro, por inerência da espécie).
- Elementar - respondo eu - meus caros Watesões: basta que quem precisar faça ou mande fazer uma baínha!
Venham-se mais sugestões para a CoNA.

sonho molhado do Jotakapa

26 maio 2005

A capa da Visão da semana passada

Não é só nos jornais desportivos que há mensagens subliminares (às vezes mesmo sobreliminares) de sexo!
A revista «Visão» - que há quem garanta que é «Vi São" - apresentava na semana passada (nº 637 - 19 a 25 de maio de 2005) esta capa:


Serei só eu que vejo aqui que o défice está a apontar para um buraco... e logo em baixo indicam onde está localizado esse buraco? Senhoras e senhores, meninas e meninos governantes, a solução para o défice está aqui (sim, sim, estou a apontar para o buraco)!

A cor dos interiores



Oh São, a maior trabalheira quando se troca de homem é ter de trocar também de «lingerie», da mesma forma que se carregam as roupas de inverno das arcas para o roupeiro, na muda de estação. Porque Sãozinha, repara que se a maioria dos gajos elege o preto acetinado a contrastar com a luminosidade da carne, também há aqueles que preferem o branco ou a cor de carne, a sugerir uma nudez inocente ali mesmo para eles conquistarem. O vermelho é que é uma cor apenas para comemorações especiais, assim como aquelas colchas que se penduram das janelas das aldeias em dias de procissão.

Claro São que também é preciso não esquecer a substituição de todas as confortáveis cuequinhas de algodão por «strings» de transparências e rendinhas, num rendilhado arte nova que evidencie as nádegas em pêra, apesar daquele fiozinho incomodar a nossa rotina quotidiana enquanto se fricciona constantemente entre as nossas nádegas.

Quanto a mim, São ?!... Ora, a minha predilecção vai para os boxers justinhos, a moldar bem todas as formas arquitectónicas embora tenha que confessar que à primeira vista, o que me fascina mesmo é descobrir no plástico termo-endurecido se este passa o dia com a boquinha tapada ou não.