Acordou da modorra com uma forte pancada na porta.
- Porra! - disse ele, dividido entre o aborrecimento de não ter nada para fazer e o despertar para um novo serviço - Entre!
Entrou um indivíduo de raça negra bem alto e de porte atlético.
- Em que posso ajudá-lo? Quer contar-me o seu caso?
O negro olhou para ele e perguntou-lhe:
- Você é que é o detective?
- Olhe que porra! - respondeu-lhe continuando - Então você não sabe ler! O que diz ali na porta?
- Pois - disse o negro - Deixe-me apresentar-me. Chamo-me Raúl e estou aqui numa missão. Como você sabe, o senhor é uma mera personagem de ficção. A minha patroa exigiu algumas provas ao seu criador e a história tem de ser reescrita. E assim aquí estou eu, pronto para fazer a parte que irá ser agora acrescentada ao seu livro.
Enquanto falava, ia despindo a camisa mostrando a forte musculatura que se adivinhava mesmo com a roupa vestida. Dick Hard estava possesso!
- Que pensa que está aqui a fazer? Ponha-se já na rua!
O negro sorriu:
- Podes falar à vontade que tudo o que fizeres será anotado no livro que o teu criador está a querer editar. E digo-te mais, são os que mais berram que me dão mais gozo.
E, dizendo isto, tirou as calças e atirou-se ao detective. Do outro lado os dedos não paravam quietos no teclado. Mal se podia sentar e a almofada incomodava-o mais do que se estivesse de pé. Uma gota de suor correu-lhe pela testa.
- Porra, coitado do Dick, ainda me dói isto tudo!
Charlie
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