7.
Na minha fase mais crítica (leiam o início deste diário):
- O senhor não se importa de olhar para outro lado?
- Incomodo-a?
- Claro! Tire os olhos das minhas mamas.
- Tire a senhora as mamas dos meus olhos.
Eu educadamente a tratá-la por senhora e a gaja a levantar-se espavorida para se queixar ao Chefe, sem bom dia, nem boa tarde.
Bardamerda.
Garfanho in garfiar, só me apetece
15 junho 2005
14 junho 2005
Ténis de salto alto
Enquanto esperava na plataforma da estação os meus olhos passeavam pelas figuras que circulavam ou estacavam junto à linha amarela.
Prenderam-me a atenção aqueles ténis de salto alto e a sombra, às camadas nas pálpebras, a contrariarem a t-shirt justinha e a saia de flores, nos três folhos sucessivos, que nitidamente a incomodava por não lhe tapar os joelhos apesar de descair na cintura.
O soquetinho branco de rede apregoava uma inocência armada de dedos cheios de anéis de prata, com umas pedrinhas cravadas, a ostentarem um telemóvel cinzento, com um pinchavelho nervoso ao dependuro.
Olhei em redor para confirmar que os engravatados do costume, atabafados na camisa e no casaco, entre o jornal e o telemóvel, percorriam as pernas rosadas e lisinhas de juventude até ao último folho da saia de flores para depois saltarem para os contornos de algodão da camisola.
E então Sãozinha, no calor daquela estação onde ondulava o instinto, veio-me à memória aquela anedota batida em que um fulano após múltiplos e diversificados testes às namoradas não tem dúvidas em escolher a que tem as mamas maiores.
13 junho 2005
Na cama com Eugénio de Andrade
Quando ela ainda acreditava que o amor era como nos livros; quando ainda se sentia feliz por ter guardado a sua preciosa virgindade para o primeiro amor e não para o primeiro que lha quis roubar; quando ela ficava deitada com esse homem que foi um estranho mas primeiro amor; quando as tardes passavam quentes na rua e eles ficavam suados na sua cama, abraçados, por momentos em paz;
ela gostava de tirar da estante um dos livros de poesia do Eugénio de Andrade. De lhe ler certas passagens, aquelas que ela ia sublinhando, descobrindo sempre mais uma imagem perfeita, sempre a frase certa, sempre o amor que queria que lhe dissessem (dessem?) um dia.
Com o passar do tempo, acabou por lhe ler todos os poemas. Aos retalhos. Esperando dele uma resposta à sensibilidade. Procurando nele o complemento para si mesma.
Durante uns tempos amou o homem que escrevia aquelas palavras. Repetia-lhe o nome, baixinho: Eugénio. Deixando a volúpia encher-lhe a boca quando chegava à letra G. Mais tarde o poeta fez-lhe companhia. Foi sempre fazendo alguma companhia. Por causa do fracasso com as primeiras leituras de cama, como se o sexo se compadecesse dessas coisas, ela insistiu na tentativa durante alguns amantes. Quando ainda acreditava que o sexo não existia por si só. Quando ainda acreditava que o amor era como nos livros.
Hoje morreu-lhe o poeta. E o amor está nos livros.
ela gostava de tirar da estante um dos livros de poesia do Eugénio de Andrade. De lhe ler certas passagens, aquelas que ela ia sublinhando, descobrindo sempre mais uma imagem perfeita, sempre a frase certa, sempre o amor que queria que lhe dissessem (dessem?) um dia.
Com o passar do tempo, acabou por lhe ler todos os poemas. Aos retalhos. Esperando dele uma resposta à sensibilidade. Procurando nele o complemento para si mesma.
Durante uns tempos amou o homem que escrevia aquelas palavras. Repetia-lhe o nome, baixinho: Eugénio. Deixando a volúpia encher-lhe a boca quando chegava à letra G. Mais tarde o poeta fez-lhe companhia. Foi sempre fazendo alguma companhia. Por causa do fracasso com as primeiras leituras de cama, como se o sexo se compadecesse dessas coisas, ela insistiu na tentativa durante alguns amantes. Quando ainda acreditava que o sexo não existia por si só. Quando ainda acreditava que o amor era como nos livros.
Hoje morreu-lhe o poeta. E o amor está nos livros.
Quadras dos santos populares - por Nikonman
Com arquinho e manjerico
Pegas no falo e no colhão
Não fosses tu aquele
A quem chamam São João.
Bates o pé e à punheta
És das putas o santo
Pois até com a piça
Levantas o manto.
Das tuas fodas reza a história
Do teu caralho a nobreza
Falou a madre superior
Que o mamou em cima da mesa.
Ó meu rico santo
Ó santíssimo fodilhão
Prepara-te agora
Para afundares na São
Nikonman
____________________________
(Como diria o Tino de Rans, que se foda a métrica...)
O Charlie também se acha no direito de oder o Santantoninho:
Todos querem uns Santinhos
que lhes subam a Te São
Pedem por todos os Anjinhos
Uma nega nunca! ...Não!
Porque depois de enfiado
e o trabalho em fura São
uma nega é um pecado
O fim do mundo, a desilu São
Venham saltos de fogueiras
façam os pactos com Diabos
Nunca falte nas mangueiras
a pressão aos pobres coitados
E é isso que elas pedem
quando pulam desejosas
meu santinho dá-me esmola
um rapaz que tenha a tola
Bem rijinha e não esponjosa
entre as cuecas e as bolas
O OrCa ainda se veio a tempo para oder:
venho a tempo de cantar
ao santinho que nos valha?
e não há nada a pagar
à indómita maralha?
então, prontos, vai de abrir
c'os santos em procissão
de saco enchido a fingir
de coelhinho em coelhão
santinhos, dizei lá, ó ricos
porque fazeis tais negaças?
andais todos histericos (deve ler-se sem acento, olha a métrica e o ritmo...)
co'as socráticas desgraças?
ou será só pelo azar
de viverdes neste canto
onde até só p'ra cagar
paga tanto qualquer santo?
dir-me-eis que a vida é curta
e que quem não vê não sente
nesse paleio que encurta
a razão a tanta gente
mas não me franzam sobrolho
pelo escárnio e mal-dizer
que se vos forem ao olho
há-de doer... já sem ver!
Ao Luís Graça também lhe deu para oder o Santantoninho:
Se os santos são populares
em noite de manjerico
sabem que se copulares
acordas muito mais rico
E se na noite d'Alfama
com santo casamenteiro
não consegues ir prá cama
'inda assim és punheteiro
Pegas no falo e no colhão
Não fosses tu aquele
A quem chamam São João.
Bates o pé e à punheta
És das putas o santo
Pois até com a piça
Levantas o manto.
Das tuas fodas reza a história
Do teu caralho a nobreza
Falou a madre superior
Que o mamou em cima da mesa.
Ó meu rico santo
Ó santíssimo fodilhão
Prepara-te agora
Para afundares na São
Nikonman
____________________________
(Como diria o Tino de Rans, que se foda a métrica...)
O Charlie também se acha no direito de oder o Santantoninho:
Todos querem uns Santinhos
que lhes subam a Te São
Pedem por todos os Anjinhos
Uma nega nunca! ...Não!
Porque depois de enfiado
e o trabalho em fura São
uma nega é um pecado
O fim do mundo, a desilu São
Venham saltos de fogueiras
façam os pactos com Diabos
Nunca falte nas mangueiras
a pressão aos pobres coitados
E é isso que elas pedem
quando pulam desejosas
meu santinho dá-me esmola
um rapaz que tenha a tola
Bem rijinha e não esponjosa
entre as cuecas e as bolas
O OrCa ainda se veio a tempo para oder:
venho a tempo de cantar
ao santinho que nos valha?
e não há nada a pagar
à indómita maralha?
então, prontos, vai de abrir
c'os santos em procissão
de saco enchido a fingir
de coelhinho em coelhão
santinhos, dizei lá, ó ricos
porque fazeis tais negaças?
andais todos histericos (deve ler-se sem acento, olha a métrica e o ritmo...)
co'as socráticas desgraças?
ou será só pelo azar
de viverdes neste canto
onde até só p'ra cagar
paga tanto qualquer santo?
dir-me-eis que a vida é curta
e que quem não vê não sente
nesse paleio que encurta
a razão a tanta gente
mas não me franzam sobrolho
pelo escárnio e mal-dizer
que se vos forem ao olho
há-de doer... já sem ver!
Ao Luís Graça também lhe deu para oder o Santantoninho:
Se os santos são populares
em noite de manjerico
sabem que se copulares
acordas muito mais rico
E se na noite d'Alfama
com santo casamenteiro
não consegues ir prá cama
'inda assim és punheteiro
O Diciordinário está cada vez melhor
Com dezenas de novas entradas, algumas delas ilustradas. E agora com uma nova estrutura, que facilita a consulta e a torna mais rápida.
Visita o DiciOrdinário... e continua a enviar sugestões.
Visita o DiciOrdinário... e continua a enviar sugestões.
Diário do Garfanho - 59
Hoje, às 17,30 horas
- Radar sexual?! - O Oliveira andava desde o Natal a matutar no mesmo, o que definitivamente lhe afectava os graciosos movimentos predatórios de avistamento de fêmeas da sua espécie. - Porquê?
- Ó Oliveira... - a Patricia fez-se dificil. - Não é evidente?
- O quê?
- A sua constante ganância em olhar para as mulheres - a Patricia endureceu a voz. - Todas as mulheres!
- Aonde é que você viu isso?
- Onde? Em todo o lado - a desfaçatez do Oliveira divertiu-a. - Ó Oliveira, você, esteja onde estiver parece o radar do aeroporto, sempre a andar à roda. À procura, à procura. - Cavou a voz :- Mulheres. Mulheres. Mulheres.
- Pode acontecer - justificou-se o Oliveira. - Quero dizer,... às vezes... Um homem não é de pau...
- Mas você é demais, Oliveira. Parece um maluquinho. É os olhos, o pescoço, as caretas...
- Caretas?!
- Você sinaliza-as, Oliveira. - Ela riu-se. - Você avista-as, aprecia-as e com o olhar ou com a tromba, sinaliza-as e classifica-as (aí ultrapassa o mero radar, reconheço).
- 'Tá a brincar.
- A brincar?! - Ela ia acabar a conversa. - E sabe outra coisa que tem igual a um radar?
- O quê?
- Já viu algum radar comer alguma mulher?
Garfanho in Garfiar, só me apetece
- Radar sexual?! - O Oliveira andava desde o Natal a matutar no mesmo, o que definitivamente lhe afectava os graciosos movimentos predatórios de avistamento de fêmeas da sua espécie. - Porquê?
- Ó Oliveira... - a Patricia fez-se dificil. - Não é evidente?
- O quê?
- A sua constante ganância em olhar para as mulheres - a Patricia endureceu a voz. - Todas as mulheres!
- Aonde é que você viu isso?
- Onde? Em todo o lado - a desfaçatez do Oliveira divertiu-a. - Ó Oliveira, você, esteja onde estiver parece o radar do aeroporto, sempre a andar à roda. À procura, à procura. - Cavou a voz :- Mulheres. Mulheres. Mulheres.
- Pode acontecer - justificou-se o Oliveira. - Quero dizer,... às vezes... Um homem não é de pau...
- Mas você é demais, Oliveira. Parece um maluquinho. É os olhos, o pescoço, as caretas...
- Caretas?!
- Você sinaliza-as, Oliveira. - Ela riu-se. - Você avista-as, aprecia-as e com o olhar ou com a tromba, sinaliza-as e classifica-as (aí ultrapassa o mero radar, reconheço).
- 'Tá a brincar.
- A brincar?! - Ela ia acabar a conversa. - E sabe outra coisa que tem igual a um radar?
- O quê?
- Já viu algum radar comer alguma mulher?
Garfanho in Garfiar, só me apetece
12 junho 2005
Dick Hard e o bispo atesoado
"O xadrez tem o tempo do Mundo", disse Faye Dunaway, enquanto simulava coçar o seio direito, mordendo de seguida o polegar esquerdo e disparando um olhar maroto na direcção da íris do olho direito de Dick Hard.
Dick Hard pensou, assim de repente: "Esta gaja está a tentar desconcentrar-me. Mas eu já vi o ‘Thomas Crown Affair’". E o Little Dick ajudou à festa, gritando a plenos pulmões para o seu dono: "O que ela quer sei eu".
As coisas não estavam brilhantes. Dick Hard não pagava há dois meses a renda da torre A8, já para não dizer que a torre de H8 estava a precisar de obras há mais que testículos.
A Associação de Proprietários das Torres dos Jogos de Xadrez (APTJX) tinha concordado em fazer obras de remodelação desde que as torres ganhassem algo com isso: ou seja, passassem a deslocar-se em diagonal (comos os bispos e as rainhas, por exemplo) e em L3, como os cavalos.
O problema foi que os cavalos protestaram de imediato, pelo relincho de Jolly Rocinante:
- Mas o que é isto? A malta anda aqui alimentada a ração barata, sempre aos saltos para trás e para a frente e agora as torres têm os mesmos direitos? Isso é que era aveia! Já para não falar na questão das horas extraordinárias. Mal o jogo começa vai logo cavalo!
- A puta da tua égua! - disse logo um peão mais atrevido, da Associação dos Peões Auto-Sacrificados (APAS).
- Cala-te, idiota! Não tenho culpa que o teu pai te tenha inscrito na infantaria.
O presidente da APAS não teve tempo para dar a réplica, porque Faye Dunaway aproveitou um momento em que Dick Hard fechou os olhos para se concentrar e 'gamou' o peão preto, viciado em movimentos F7/F6. O seu maior sonho era um dia chegar a F5, mas se isso acontecesse quem lhe garantia que não era imediatamente integrado na Força Aérea Portuguesa (FAP)?
Quando Dick Hard abriu os olhos, deu logo por falta do seu peão.
- Atão?! Onde é que está o meu peão preto?
- O peão preto?! Qual deles? No princípio do jogo até tinhas oito.
- Pois tinha. Mas agora só tenho quatro. E tu também já perdeste esses três.
- Há imenso tempo. Foi em «Bonnie and Clyde», com o Warren Beatty.
Ora bem, Dick Hard não tinha nascido ontem. Amandou-se à marada para cima da boca de Faye Dunaway e enquanto lhe metia a língua com toda a força nos gasganetes (até deu para praticar um bocadinho de punching-ball com as amígdalas) aproveitou para introduzir dois dedos na gruta sensual da actriz.
Bingo!
Segundos depois, o peão preto saía da escuridão feminina para readquirir um lugar digno no tabuleiro de xadrez boavisteiro arlequinado.
Será desta que o Dick Hard tem um final feliz? Ou irá assentar (e rebentar) o cu no xadrez?
Dick Hard pensou, assim de repente: "Esta gaja está a tentar desconcentrar-me. Mas eu já vi o ‘Thomas Crown Affair’". E o Little Dick ajudou à festa, gritando a plenos pulmões para o seu dono: "O que ela quer sei eu".
As coisas não estavam brilhantes. Dick Hard não pagava há dois meses a renda da torre A8, já para não dizer que a torre de H8 estava a precisar de obras há mais que testículos.
A Associação de Proprietários das Torres dos Jogos de Xadrez (APTJX) tinha concordado em fazer obras de remodelação desde que as torres ganhassem algo com isso: ou seja, passassem a deslocar-se em diagonal (comos os bispos e as rainhas, por exemplo) e em L3, como os cavalos.
O problema foi que os cavalos protestaram de imediato, pelo relincho de Jolly Rocinante:
- Mas o que é isto? A malta anda aqui alimentada a ração barata, sempre aos saltos para trás e para a frente e agora as torres têm os mesmos direitos? Isso é que era aveia! Já para não falar na questão das horas extraordinárias. Mal o jogo começa vai logo cavalo!
- A puta da tua égua! - disse logo um peão mais atrevido, da Associação dos Peões Auto-Sacrificados (APAS).
- Cala-te, idiota! Não tenho culpa que o teu pai te tenha inscrito na infantaria.
O presidente da APAS não teve tempo para dar a réplica, porque Faye Dunaway aproveitou um momento em que Dick Hard fechou os olhos para se concentrar e 'gamou' o peão preto, viciado em movimentos F7/F6. O seu maior sonho era um dia chegar a F5, mas se isso acontecesse quem lhe garantia que não era imediatamente integrado na Força Aérea Portuguesa (FAP)?
Quando Dick Hard abriu os olhos, deu logo por falta do seu peão.
- Atão?! Onde é que está o meu peão preto?
- O peão preto?! Qual deles? No princípio do jogo até tinhas oito.
- Pois tinha. Mas agora só tenho quatro. E tu também já perdeste esses três.
- Há imenso tempo. Foi em «Bonnie and Clyde», com o Warren Beatty.
Ora bem, Dick Hard não tinha nascido ontem. Amandou-se à marada para cima da boca de Faye Dunaway e enquanto lhe metia a língua com toda a força nos gasganetes (até deu para praticar um bocadinho de punching-ball com as amígdalas) aproveitou para introduzir dois dedos na gruta sensual da actriz.
Bingo!
Segundos depois, o peão preto saía da escuridão feminina para readquirir um lugar digno no tabuleiro de xadrez boavisteiro arlequinado.
Será desta que o Dick Hard tem um final feliz? Ou irá assentar (e rebentar) o cu no xadrez?
O flagrante - por Charlie
Naquele dia as coisas tinham chegado ao ponto final.
Toda a sua relação tinha sido pautada pela desconfiança.
Algo de terrível que mata aos poucos o mundo dos afectos, secando e murchando até não restar mais que a casca vazia das aparências.
Duas vezes ela tinha-o apanhado em flagrante. Da primeira vez com a empregada. Agora, a segunda, com uma das suas melhores amigas.
Tinha sido atingido o ponto de ruptura, que só não fora chegado àquela marca à primeira vez por mérito da habilidade que ele tinha em conseguir dar a volta aos assuntos.
Vendedor em part time e trilhado em matéria de argumentos, frisara bem que ela, a desgraçada da empregada, o seduzira com uma conversa recheada de choros. Ele apenas fora apanhado num beijo fugaz.
- Ela aproveitou-se de mim, no momento em que eu apenas lhe queria dar um apoio no episódio dificil que ela dizia estar a passar - argumentou...
Mas agora, a sua melhor amiga deitada na cama com ele, sempre queria saber que desculpa é que ele iria arranjar.
Umas lágrimas de raiva bordejaram-lhe os olhos e cravou as unhas nas palmas das mãos. Estava possessa!
Pensou em entrar e derrubar tudo. Mas afinal isso seria mais uma peixeirada, seguida do divórcio, partilhas de bens, litigios... Enfim! O que se sabe!
Por isso voltou para trás, desceu as escadas sem ruído e saiu de casa.
Estava estranhamente calma.
Equacionou as coisas. Pensou em estratagemas mas naquele momento a sua mente era um mar de confusões e ciúmes.
Abriu a mala e retocou a maquilhagem.
Resolveu ir ao seu emprego!
Quando estava aborrecida gostava de trabalhar. Ficaria com o espírito ocupado e certamente uma solu São lhe haveria de surgir.
Andou mais um quarto de hora e chegou ao ponto da cidade que tão bem conhecia.
O seu telemóvel tocou.
Sem mais.
Sem esperar!
Era um cliente.
Conversaram uns breves instantes e ela desligou.
Esperou um pouco e um carro passou, parando uns metros à frente.
- Olá - disse - Falámos ao telefone há pouco...
- Sim - interrompeu ela - Hoje estou naqueles dias... - e riu-se para ele.
- Não faça caso. Qualquer dos modos as condições São estas: 100 €uros uma hora e você paga o quarto...
Charlie
Toda a sua relação tinha sido pautada pela desconfiança.
Algo de terrível que mata aos poucos o mundo dos afectos, secando e murchando até não restar mais que a casca vazia das aparências.
Duas vezes ela tinha-o apanhado em flagrante. Da primeira vez com a empregada. Agora, a segunda, com uma das suas melhores amigas.
Tinha sido atingido o ponto de ruptura, que só não fora chegado àquela marca à primeira vez por mérito da habilidade que ele tinha em conseguir dar a volta aos assuntos.
Vendedor em part time e trilhado em matéria de argumentos, frisara bem que ela, a desgraçada da empregada, o seduzira com uma conversa recheada de choros. Ele apenas fora apanhado num beijo fugaz.
- Ela aproveitou-se de mim, no momento em que eu apenas lhe queria dar um apoio no episódio dificil que ela dizia estar a passar - argumentou...
Mas agora, a sua melhor amiga deitada na cama com ele, sempre queria saber que desculpa é que ele iria arranjar.
Umas lágrimas de raiva bordejaram-lhe os olhos e cravou as unhas nas palmas das mãos. Estava possessa!
Pensou em entrar e derrubar tudo. Mas afinal isso seria mais uma peixeirada, seguida do divórcio, partilhas de bens, litigios... Enfim! O que se sabe!
Por isso voltou para trás, desceu as escadas sem ruído e saiu de casa.
Estava estranhamente calma.
Equacionou as coisas. Pensou em estratagemas mas naquele momento a sua mente era um mar de confusões e ciúmes.
Abriu a mala e retocou a maquilhagem.
Resolveu ir ao seu emprego!
Quando estava aborrecida gostava de trabalhar. Ficaria com o espírito ocupado e certamente uma solu São lhe haveria de surgir.
Andou mais um quarto de hora e chegou ao ponto da cidade que tão bem conhecia.
O seu telemóvel tocou.
Sem mais.
Sem esperar!
Era um cliente.
Conversaram uns breves instantes e ela desligou.
Esperou um pouco e um carro passou, parando uns metros à frente.
- Olá - disse - Falámos ao telefone há pouco...
- Sim - interrompeu ela - Hoje estou naqueles dias... - e riu-se para ele.
- Não faça caso. Qualquer dos modos as condições São estas: 100 €uros uma hora e você paga o quarto...
Charlie
11 junho 2005
Ministry of Sound - «Maximum Bass»
Conhecem os Ministry of Sound? Vejam e ouçam o video promocional de «Maximum Bass» banido da televiSão. Por que raio terá sido?!...
Subscrever:
Mensagens (Atom)