- Radar sexual?! - O Oliveira andava desde o Natal a matutar no mesmo, o que definitivamente lhe afectava os graciosos movimentos predatórios de avistamento de fêmeas da sua espécie. - Porquê?
- Ó Oliveira... - a Patricia fez-se dificil. - Não é evidente?
- O quê?
- A sua constante ganância em olhar para as mulheres - a Patricia endureceu a voz. - Todas as mulheres!
- Aonde é que você viu isso?
- Onde? Em todo o lado - a desfaçatez do Oliveira divertiu-a. - Ó Oliveira, você, esteja onde estiver parece o radar do aeroporto, sempre a andar à roda. À procura, à procura. - Cavou a voz :- Mulheres. Mulheres. Mulheres.
- Pode acontecer - justificou-se o Oliveira. - Quero dizer,... às vezes... Um homem não é de pau...
- Mas você é demais, Oliveira. Parece um maluquinho. É os olhos, o pescoço, as caretas...
- Caretas?!
- Você sinaliza-as, Oliveira. - Ela riu-se. - Você avista-as, aprecia-as e com o olhar ou com a tromba, sinaliza-as e classifica-as (aí ultrapassa o mero radar, reconheço).
- 'Tá a brincar.
- A brincar?! - Ela ia acabar a conversa. - E sabe outra coisa que tem igual a um radar?
- O quê?
- Já viu algum radar comer alguma mulher?
Garfanho in Garfiar, só me apetece
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Uma por dia tira a azia