Muita e em ponto grande aqui
04 outubro 2005
Mulheres com armas
Há doidos para tudo
Movie Bad Girls
03 outubro 2005
Cisterna da Gotinha
Chavalas e bombas: vídeo cheio de ritmo.
O NikonMan já tem concorrência!
Miúdas às palettes....
VULVA
Não havia necessidade: até a mim me arde...
Decalcomania
Em minutos, estava na porta da saída e entrei no primeiro táxi que passava. Um rapazito de t-shirt e jeans acolheu-me com um largo sorriso e mais olhadelas ao espelho retrovisor do que à condução. Começou a desfiar o seu rosário de que a vida dele não era aquilo, que até cantava em casas de fado do Bairro Alto e era convidado para muitos lados e até tinha um rapaz que lhe escrevia letras e estendeu-me uma folha pautada cheia de erros ortográficos que sabes São, foi logo o que me saltou aos olhinhos, com uma história de amor trágico que só me lembrava aquela de que andava a desgraçadinha no gamanço para sustentar os seus três filhinhos. Mas acenei que aquilo era mesmo fado e sorri. E ele aprumou o pescoço e começou a cantá-lo. E depois mais outro e outro, até num sinal vermelho, ao sol abrasador, puxar de duas cervejas, estrategicamente guardadas numa geladeirazinha entre o assento e a sua porta. Abriu-as com um abre-cápsulas que também era porta-chaves e estendeu-me uma avisando que estava incluído na bandeirada. Não sei se era notório que eu estava à beira de um ataque de nervos ou se era apenas o reflexo das minhas pernas sob a pequenita saia preta esvoaçante no espelho, mas para mim aquele táxi era Almodovariano.
Quando finalmente cheguei ao pé do meu amigo alagou-nos a urgência dos beijos e a azáfama de despir as roupas na premência de tocar pele conhecida como se fosse o baú do sotão da avó. Línguas e mãos em desvario, dos rostos até meio do corpo, na pressa de nos absorvermos. E quando as suas coxas roçavam as minhas nádegas e os meus mamilos subiam e desciam sobre o seus, abri então os olhos e vi o seu rosto transfigurar-se no do outro, o ausente, que ali ganhava contornos de nitidez indescritível. E naquela hora São, apenas continuei a ondular naquilo que o cérebro me tornava virtualmente real.
02 outubro 2005
Fantasias
A mão dele procurou o calor do sexo dela. Faminta a mão do calor do sexo. Sedenta a mão da humidade do sexo.
Acariciou-a devagar. Despertando o desejo nela. O desejo dele desperto já.
A boca na boca contava de fantasias. Exigia língua e fantasias. Beijos e consentimento.
Perguntou-lhe: Posso?
Ela disse sim.
Ele pediu:
- Beija-me o sexo. Toma-o na boca e torna-o teu. Dá-me a tua língua e a tua boca. Quero-as minhas.
Dá-me o teu. Tenho fome de ti.
E ela tomou-lhe o sexo e era fome. E ele tomou-lhe o sexo e era fome.
Ele abriu-lhe as pernas devagar. Nas mãos a fantasia dita antes baixinho.
A fantasia, de um sexo que não o dele, mas dele porque ele a penetrava.
Ela cerrou a boca magoando-o quando ele a penetrou.
Ele sentia-a nas pernas, nas coxas, no ventre. Sentia a boca. O calor.
Num impulso procurou o prazer na boca dela.
Num impulso ela procurou o prazer no prazer que ele lhe oferecia.
E amou-a com a língua e com o sexo objecto.
E ela amou-o com a boca e com o sexo que lhe dava.
E depois do amor ele disse sorrindo:
- Todas as tuas fantasias serão minhas. Todas as minhas fantasias serão tuas.
Para que inventes novas quando todas as outras forem reais.
Foto: Paulo Leal
Anukete - por @lhos
@lhos
O lado dele da imaginação dela, publicado no blog Alhos-e-bugalhos
01 outubro 2005
Saltar à Corda
Gosto de pular contigo!
Deixa-me ser a tua corda.
Passar-te por baixo e
fazer-te saltar.
E depois num arco inventado
voar por cima e abraçar-te num beijo.
Com o teu corpo em tensão,
pulando em desejo.
E eu em corda tensa
em circulo fechado
amar-te ei num nó
de Amor apertado.
Charlie
fábula da rata, do rato, do gato e da dona - ode o OrCa
e assim destemido e guloso
lambareiro se foi o bichano à dona
mansarrão o cínico e prestimoso
roçagando na penugem mesmo à tona
"oh bichano, come aqui que eu já nem posso"
diz a diva, "que me sinto esbraseada!..."
e a rata lhe comeu sem alvoroço
apanhando a doce bicha descuidada
sorte teve o ratinho que escondeu
o corpinho no redondo mais estreito
assim comendo o que o gato não comeu
mas a dona ambos comendo a preceito
OrCa
Navegantes
De meu corpo faz teu barco,
iça a vela em mar aberto,
de meu cheiro a maresia que te embriaga a razão...
Navega-me ardentemente,
de meu falo faz teu leme,
de minha boca a rota a orientar sedução...
Flutua neste oceano com a tua boca voraz,
lança âncora no meu sexo
e nele permanece até me extraires gemidos de puro prazer...
Suga-me todos os poros,
acaricia-me o peito,
e com tua língua marota encharca-me de saliva,
qual onda a beijar a areia,
durante o entardecer....
Sacia essa tua sede,
nos líquidos das minhas águas,
sorve gulosamente cada gota cristalina...
Arrebata meus desejos,
sussurra em meus ouvidos,
palavras despudoradas,
diz que me amas e me queres,
diz que eu sou o teu tesão,
e tu quem me domina...
Como num porto seguro,
traz teu barco ao meu encontro,
usa as mãos como amarras
e aporta-te no meu eriçado
e viril membro,
fazendo-me delirar ao sentir o calor aconchegante da tua húmida
e voraz gruta...
Como as ondas quebradeiras,
Cavalga-me insanamente,
sobe e desce num repente,
como as marolas do mar...
No rebolar do teu corpo
sinto fortes contracções,
e com o mastro embebido inventamos posições,
como ilhas flutuantes
que nunca estão no lugar...
E como a visão singela,
do sol penetrando o mar,
nossos corpos encaixam-se na volúpia de amar...
Proa e popa unificadas,
num ritual prazeroso,
tua fenda preenchida por meu sexo volumoso,
e como a bruma das ondas
que a areia vem beijar,
nossos líquidos misturam-se no momento de gozar.....
Qual correnteza das águas que mais parecem espasmos,
nossos corpos regozijam em duradouros orgasmos.....
Navegantes nos tornamos,
sem rumo e sem direcção,
mútua entrega abençoada
glorificando a paixão....
José Cardoso