02 outubro 2005

Fantasias



A mão dele procurou o calor do sexo dela. Faminta a mão do calor do sexo. Sedenta a mão da humidade do sexo.
Acariciou-a devagar. Despertando o desejo nela. O desejo dele desperto já.
A boca na boca contava de fantasias. Exigia língua e fantasias. Beijos e consentimento.
Perguntou-lhe: Posso?
Ela disse sim.

Ele pediu:
- Beija-me o sexo. Toma-o na boca e torna-o teu. Dá-me a tua língua e a tua boca. Quero-as minhas.
Dá-me o teu. Tenho fome de ti.
E ela tomou-lhe o sexo e era fome. E ele tomou-lhe o sexo e era fome.

Ele abriu-lhe as pernas devagar. Nas mãos a fantasia dita antes baixinho.
A fantasia, de um sexo que não o dele, mas dele porque ele a penetrava.
Ela cerrou a boca magoando-o quando ele a penetrou.
Ele sentia-a nas pernas, nas coxas, no ventre. Sentia a boca. O calor.
Num impulso procurou o prazer na boca dela.
Num impulso ela procurou o prazer no prazer que ele lhe oferecia.

E amou-a com a língua e com o sexo objecto.
E ela amou-o com a boca e com o sexo que lhe dava.
E depois do amor ele disse sorrindo:
- Todas as tuas fantasias serão minhas. Todas as minhas fantasias serão tuas.
Para que inventes novas quando todas as outras forem reais.

Foto: Paulo Leal

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