Desde 08/11/2003 - Parabéns
08 novembro 2005
os teus dedos
sinto os teus dedos
que escorregam na minha pele
inquietos, curiosos
adoçam o meu corpo
alastram o meu desejo
passeiam, desenfreados
sobre os meus seios acetinados
procuram abrigo
entre as minhas pernas apertadas
desamparadas ao teu toque
dentro de mim se demoram
provocam espasmos e sabores
que entre as nossas línguas molhadas
saboreamos, lentamente...
Corpos e Almas
O UGAJU pega nos dedos e defode (isto é, defende como f... pode) a vida no campo:
"Saboreasses tu os meus dedos e descobrias o palato do trabalho, sim, porque nas unhas guardo o pó que estas mãos levantam, ou pensas que este corpinho foi ganho a uma secretária? Com sorte, podes encontrar ainda sabores de enchidos, do vinho trincadeira ou do pão de centeio, que eu não sou homem para me poupar à merenda! Mas nas unhas corre o arrepio que te deixaria em marcas fundas nas costas, ou noutras partes que te aprouvesse. Dedos meus não são plumas, mas as costas que procuro são malhadas pelo sol, calejadas pela apanha da azeitona, ganhando a posição que desejo quando as acerco para as massajar.
E dedos assim são lambidos, sugados, agarrados como se de malho se tratasse, que nelas haverá muita eira para malhar!
Ó malhão, malhão, que vida é a tua..."
O primeiro livro da Encandescente - até o Nelo ode!
Crica para veres a capa do livro
Ai melher encandessente
melher melhor que tu não há
Inté paresse que a gente
Ao não ter o sexe á frenti
tem orgulhe em ter atrás
Êle é com cada versejo
Ela rima-ó com saberi
dou nas pilas muntos bêjos
Venho-me tode em desejos
nos verços dela à pensari
E agora fes em papeli
o que screvia na net
Não mais seja eu o nelo
Fiqui eu todo amarelo
e desaparessa eu na retrete
Não há coisa mais potente
e que mais encha os putos
com os versos em enchentes
da tal moça encandessente
Colhe o Nelo todos os frutos
Nelo (só para os amigos)
Já encomendaste o livro da Encandescente?
07 novembro 2005
Humor
O Vizinho aconselha ao pessoal mais desbocado aqui da Funda São, uma associação que defende aqueles que não conseguem passar sem dizer palavrões.
Hilariante.
Vou p'ra dentro que é mais quentinho.
Hilariante.
Vou p'ra dentro que é mais quentinho.
Jogo - Falling Dildos
As mulheres deste jogo só têm medo de uma coisa: que um dildo lhes caia em cima da cabeça.
Falling Dildos
Falling Dildos
06 novembro 2005
A carta
Escrevi-te uma carta com selo e tudo daquelas escritas em papel e com caneta no tempo em que as cartas eram cartas e íamos aos correios e perguntávamos, quanto custa o selo? e colávamos o selo e punha-se a carta no marco do correio como aquele da música antiga cantada não sei por quem e que a minha mãe cantava no tempo em que a minha mãe cantava. E mandei-te a carta com selo e tudo.
Todos os dias faça chuva ou faça sol tenho esperado à janela a chegada do carteiro e perguntado, senhor carteiro traz alguma carta para mim? e o carteiro entrega-me cartas que não são cartas mas contas de luz, água e contos, histórias de outros que não a tua e me dizem como vai a vida, que os filhos cresceram, que tudo mudou, que o tempo passa e das saudades. Mas a tua carta nunca chegou.
Escrevi-te a carta com selo e tudo sentada naquele banco de jardim onde nos costumávamos sentar a ler o horóscopo na revista que já não existe assim como a papelaria do senhor João que é hoje uma farmácia e eu encostava a cabeça no teu ombro e ríamos e agarravas o meu queixo e davas-me um beijo na boca e uma vez a dona Virgínia viu e foi dizer à minha mãe que a filha fazia figuras indecentes na rua e fiquei uma semana de castigo e não te via e tu mandavas-me às escondidas recados escritos em papéis pequeninos que a Paula me entregava sem a minha mãe ver e os papelinhos eram cartas.
Mas a tua carta nunca chegou.
Escrevi-te a carta com selo e tudo a 5 de Novembro de 1985 acho que já não vais responder.
Foto: Ewa Brzozowska
Publicidade
Vem este post a propósito da «beleza real» de que ultimamente se tem falado por aqui. (ver posts sobre Campanha por Beleza Real da Dove e a About-Face.)
Este Blog sobre publicidade é do Canadá. Podemos lá encontrar não só excelentes cartazes publicitários mas também algumas reflexões, ideias e opiniões do dono que é "art director / designer".
O cartaz aqui do lado foi retirado do Best Rejected Advertising que exibe alguns exemplos de publicidades rejeitadas e/ou proibidas em determinados países.
Quem é amiga, quem é?!
Parabéns, Liliana Queirós!
O silicone ficou-te bem!
O Jorge Sampaio deve estar eufódico. É que a portuguesa de gema, clara e descascada Liliana Queirós ganhou o título de Miss Playboy TV Latinoamérica & Iberia 2005.
Foi notícia em todo o mundo. Por exemplo: «Correio da Manhã», «Jornal de Notícias», «Univision.com» (com fotos), etc.
(a imprensa internacional chama-lhe Liliana Queiroz, mas enfim...)
Foi notícia em todo o mundo. Por exemplo: «Correio da Manhã», «Jornal de Notícias», «Univision.com» (com fotos), etc.
(a imprensa internacional chama-lhe Liliana Queiroz, mas enfim...)
Sugestão para animar a campanha eleitoral
Quem não votaria nela?
Neste video apreciamos o esforço de uma rapariga norueguesa em cima de um palco a tentar que os seus colegas de escola votem nela para presidente dos finalistas (a que os noruegueses chamam «russ»).
A notícia do evento está aqui.
Personagem feminina despida de branco e posta na ilha
"Ser esta mulher que escreve por cima das nuvens da sua volúpia.
Sentir os espasmos do corpo do seu amante sonhado ou real em noites de tempestade de falésias de beijos molhados e longos.
Ser a mulher que tão louca de espanto se oferece sem conhecer
sem nada pedir
sem nada esperar.
Ser esta poesia feita de palavras que respiram desejos escondidos e abafados nas noites de lágrimas.
Ser esta imaginação de mulher que apenas quer sentir o teu corpo que adivinha por entre a espuma das ondas frias ao longe.
Gritar que o amor de dois corpos é a sublimação das angústias de sempre
nem de ontem nem de amanhã.
Sou também esta mulher que ultrapassa o desejo e te abraça em dias de chuva
que cavalga o teu corpo como corcel de aventuras maravilhosas
e que morre em ti em cada orgasmo
trémula como uma flor acabada de colher."
abril 2004
Lolaviola
Sentir os espasmos do corpo do seu amante sonhado ou real em noites de tempestade de falésias de beijos molhados e longos.
Ser a mulher que tão louca de espanto se oferece sem conhecer
sem nada pedir
sem nada esperar.
Ser esta poesia feita de palavras que respiram desejos escondidos e abafados nas noites de lágrimas.
Ser esta imaginação de mulher que apenas quer sentir o teu corpo que adivinha por entre a espuma das ondas frias ao longe.
Gritar que o amor de dois corpos é a sublimação das angústias de sempre
nem de ontem nem de amanhã.
Sou também esta mulher que ultrapassa o desejo e te abraça em dias de chuva
que cavalga o teu corpo como corcel de aventuras maravilhosas
e que morre em ti em cada orgasmo
trémula como uma flor acabada de colher."
abril 2004
Lolaviola
A ilha - parte 2 - por Charlie
Tempos idos....
Sentado num tronco seco, todo branco que já conhecera anos de naufrágio e depois dera toda a cor ao Sol ao dar à costa, o velho riscava rabiscos na areia.
Riscava e tornava a riscar, passando com o pé por cima de tudo e voltando a riscar nos mesmo sítios com outros desenhos herméticos e abstractos.
Ria-se para eles e fechava os olhos falando baixinho. Recitava alto, voltava a abrir os olhos e voltava a riscar na areia.
- O que fazes? - Perguntou o rapaz recém-chegado que ficara a olhar para ele com curiosidade.
- Escrevo poemas. - Respondeu o ancião.
- Mas... poemas?! Com riscos que não são letras nem desenhos...
Fez-se uma pausa, e depois o velho continuou:
- Não sei ler. E cada traço destes é uma ideia, um mundo que eu construo no meu interior. Estás a ver este traço? É uma ilha. A minha ilha. O que eu daria para poder ir até à ilha, voltar a estar com ela…
- Mas isso é fácil, amigo – iInterveio o jovem – É só ir ali pela ponte.
O ancião nem olhou na direcção que o jovem apontava. Fez mais uns traços na areia e sem levantar os olhos disse:
- A ilha que tu vês já não existe. A ponte que lhe fizeram é uma lança que a despejou da vida que tinha quando eu a visitava. Tinha de ir a nado na maré baixa, de banco de areia em banco de areia, e lá moravam os espíritos que sangraram até à morte.
Agora o rapaz olhava extasiado para ele.
- Conte como era a ilha no seu tempo.
O ancião olhou para o jovem e disse-lhe com ar grave:
- Não te posso contar o sítio onde fui feliz por instantes. A felicidade é feita só de instantes breves que ficam a morar no nosso espírito eternamente. Só assim a lembrá-las somos felizes durante a vida e repetimos os momentos. Mas a ponte sangrou os meus instantes e esvaziou a eternidade dos tempos. Como queres que te conte, se estou vazio?
O jovem olhou para a ilha e para a ponte e sentou-se junto ao velho.
- Por isso faz poemas na areia...
- Sim – disse o Ancião – faço poemas com a eternidade do meu pé ao passar por cima deles. São apenas instantes sem eternidade, essa foi-me tirada, nada mais me lembra, nada mais me resta, senão ir em frente sem olhar para trás, navegando nestes poemas que se desfazem como os rastos que a minha alma faz na água onde procura a ilha, num futuro que já não existe...
E, dizendo isto, ajeitou o pé e apagou o jovem e o diálogo que tinha estado a riscar com ele na areia da praia.
Charlie
Sentado num tronco seco, todo branco que já conhecera anos de naufrágio e depois dera toda a cor ao Sol ao dar à costa, o velho riscava rabiscos na areia.
Riscava e tornava a riscar, passando com o pé por cima de tudo e voltando a riscar nos mesmo sítios com outros desenhos herméticos e abstractos.
Ria-se para eles e fechava os olhos falando baixinho. Recitava alto, voltava a abrir os olhos e voltava a riscar na areia.
- O que fazes? - Perguntou o rapaz recém-chegado que ficara a olhar para ele com curiosidade.
- Escrevo poemas. - Respondeu o ancião.
- Mas... poemas?! Com riscos que não são letras nem desenhos...
Fez-se uma pausa, e depois o velho continuou:
- Não sei ler. E cada traço destes é uma ideia, um mundo que eu construo no meu interior. Estás a ver este traço? É uma ilha. A minha ilha. O que eu daria para poder ir até à ilha, voltar a estar com ela…
- Mas isso é fácil, amigo – iInterveio o jovem – É só ir ali pela ponte.
O ancião nem olhou na direcção que o jovem apontava. Fez mais uns traços na areia e sem levantar os olhos disse:
- A ilha que tu vês já não existe. A ponte que lhe fizeram é uma lança que a despejou da vida que tinha quando eu a visitava. Tinha de ir a nado na maré baixa, de banco de areia em banco de areia, e lá moravam os espíritos que sangraram até à morte.
Agora o rapaz olhava extasiado para ele.
- Conte como era a ilha no seu tempo.
O ancião olhou para o jovem e disse-lhe com ar grave:
- Não te posso contar o sítio onde fui feliz por instantes. A felicidade é feita só de instantes breves que ficam a morar no nosso espírito eternamente. Só assim a lembrá-las somos felizes durante a vida e repetimos os momentos. Mas a ponte sangrou os meus instantes e esvaziou a eternidade dos tempos. Como queres que te conte, se estou vazio?
O jovem olhou para a ilha e para a ponte e sentou-se junto ao velho.
- Por isso faz poemas na areia...
- Sim – disse o Ancião – faço poemas com a eternidade do meu pé ao passar por cima deles. São apenas instantes sem eternidade, essa foi-me tirada, nada mais me lembra, nada mais me resta, senão ir em frente sem olhar para trás, navegando nestes poemas que se desfazem como os rastos que a minha alma faz na água onde procura a ilha, num futuro que já não existe...
E, dizendo isto, ajeitou o pé e apagou o jovem e o diálogo que tinha estado a riscar com ele na areia da praia.
Charlie
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