08 novembro 2005
os teus dedos
sinto os teus dedos
que escorregam na minha pele
inquietos, curiosos
adoçam o meu corpo
alastram o meu desejo
passeiam, desenfreados
sobre os meus seios acetinados
procuram abrigo
entre as minhas pernas apertadas
desamparadas ao teu toque
dentro de mim se demoram
provocam espasmos e sabores
que entre as nossas línguas molhadas
saboreamos, lentamente...
Corpos e Almas
O UGAJU pega nos dedos e defode (isto é, defende como f... pode) a vida no campo:
"Saboreasses tu os meus dedos e descobrias o palato do trabalho, sim, porque nas unhas guardo o pó que estas mãos levantam, ou pensas que este corpinho foi ganho a uma secretária? Com sorte, podes encontrar ainda sabores de enchidos, do vinho trincadeira ou do pão de centeio, que eu não sou homem para me poupar à merenda! Mas nas unhas corre o arrepio que te deixaria em marcas fundas nas costas, ou noutras partes que te aprouvesse. Dedos meus não são plumas, mas as costas que procuro são malhadas pelo sol, calejadas pela apanha da azeitona, ganhando a posição que desejo quando as acerco para as massajar.
E dedos assim são lambidos, sugados, agarrados como se de malho se tratasse, que nelas haverá muita eira para malhar!
Ó malhão, malhão, que vida é a tua..."
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Uma por dia tira a azia