Refª 8999-009/COISAS-DO-BARALHO/8136-43
16 dezembro 2005
Objectos malandrecos
Refª 8999-009/COISAS-DO-BARALHO/8136-43
15 dezembro 2005
Gueixa - por Anukis
Ela era uma mulher misteriosa. Talvez devido à sua capacidade camaleónica de mudança. Era capaz de ser quem quisesse, de se colocar na pele de uma personagem que acabara de criar. Era uma actriz de vidas.
Conheceram-se num bar. Trocaram um longo olhar que falava sobre domínio e submissão. O tempo parou e as conversas à volta deles atenuaram-se, concentrados que estavam naquele diálogo silencioso. Ele dirigiu-se à porta e ela seguiu-o. Entraram no carro e ele conduziu-a até um hotel próximo.
No quarto, estava outra mulher. Nada disseram. Com o olhar, mandou-as despir. Depois, tirou do bolso um rolo de fita preta e amarrou-as como se fossem apenas objectos do seu prazer, corpos sem alma. A que já lá estava ficou sentada a ver enquanto a outra, que tinha vindo com ele, recebia instruções para lhe fazer um fellatio. Ele tinha o pénis erecto de excitação. Ordenou-a que lhe acariciasse os testículos enquanto o ia lambendo e chupando levemente a ponta do sexo. E ela obedecia a tudo o que ele lhe pedisse. Não sentia medo nem estranheza. Entrou no jogo dele por completo...
No final da noite, já vestida, pronta para sair do quarto, ele deu-lhe um cartão com o seu número de telefone. Nunca tinha encontrado ninguém assim que se tivesse submetido completamente a ele sem qualquer resistência e queria repetir a experiência. Saíram todos do hotel. Ele regressou para casa com a sua mulher apagada. E ela? Ela deixou cair o cartão numa poça de água. Regressou a casa a pensar: «Interessante o papel de Gueixa. Amanhã, serei Lara Croft».
Anukis
14 dezembro 2005
CISTERNA da Gotinha
Scrotum: o escroto...
A rapariga vai ficar bem lavadinha...
Thomas Hauser: fotografias de cuecas....
Marzia Prince: a miúda é uma bombaça...
2 Meninas num calendário para 2006.
Galeria Furball: alguém entende a razão do nome??!
Dúvida Existencial
Ficamos sempre com uma leve sensação de que a vida não é bem como nos filmes?
Espertalhões!...
Ambilight
A Philips sabe como sacar tudo aos homens (esses totós): apresenta o seu novo modelo de televisão como um objecto sexual, com uma voz de transformar tripas em cabides e fazendo quatro simples questões.
Com toda a subtileza, a Philips fica a saber a tua idade, rendimentos, endereço de e-mail e se vives no Reino Unido.
Bem esgalhadito.
a chuva
– Era para mim, o quê?
– A gaja estava a olhar para ti.
– Para mim?!
– Sim, para ti, estava a olhar para ti. E sorriu. Não viste?
– Vi, mas não me pareceu que fosse para mim.
– Era, caralho, era para ti.
– Achas?
– Tenho a certeza!... Sorri-lhe, sorri-lhe já, não deixes passar o momento.
– Não me apetece.
– Não te apetece?! Não te apetece!? Mas quem é que está a falar em apetecimentos? Ouviste-me perguntar se te apetecia sorrir?
– Não, mas...
– Era uma pergunta retórica...
– Era?
– Era. Não queria resposta nenhuma. Sorri, pá, sorri já!
– Assim?
– Não é para mim, foda-se, é para a gaja... Não gozes, foda-se.
...
– Estás contente?
– Ela sorriu, pá, ela voltou a sorrir! Viste? Viste?
– Vi, mas quem te ouvir falar, até parece que ela sorriu para ti... Não achas que estás muito entusiasmado?
– Qual entusiasmo, qual carapuça... Levanta mas é o copo e faz sinal se podemos ir ter com ela.
– Podemos? Se podemos? Quem os dois?
– Claro, eu não fico aqui sozinho.
– A gaja está a sorrir para mim, ou já te esqueceste?
– Foda-se que és complicado! A gaja não está acompanhada? Não estás a ver uma amiga?
– Onde?
– És muita totó! Foda-se, podias andar nisto cem anos que a conversa era sempre a mesma...
– Eu não quero andar nisto cem anos.
– Nunca vês nada, caralho. As gajas metem-se contigo... ainda hoje estou para saber porquê... e tu, pareces um burro a olhar para um palácio, um boi com uma cana de pesca.
– Um boi com uma cana de pesca?
– Não pescas nada, foda-se! Não te apercebes de nada! Não vês nada!
– É do barulho das luzes...
– Qual barulho das luzes... Deixa-te é de merdas e faz sinal à gaja.
– Qual gaja?
– A gaja, caralho!... Ei... onde é que está a gaja, caralho?... Não posso crer... Foda-se, deixaste-a ir embora...
...
– Foda-se... tu viste bem a amiga, caralho?! Era melhor que ela. E tu, banana do caralho, deixaste-a fugir... eu podia comer a amiga, caralho... isto era um caldinho... e tu... tu deixaste-a fugir. Vai-ta foder!... Tenho de ir beber qualquer coisa, pá, qualquer coisa violenta. Isto foi demais... Demais...
– E se eu te disser que a gaja foi ter com a amiga e estavam a falar de nós, o caso muda de figura?
– Se muda?! Se muda de figura!?
– Sim, muda?
– ‘Tás a brincar ou quê?! Nem há caso, pá! Nem há caso... Até te dava um beijo na testa.
– Porra, escolhe outro!
– Mas, foi? Foi?! A gaja foi falar de nós à amiga? Foi?!
– Não, que eu visse não.
– Hã?!... Ainda estás a gozar... Isto ao menos...
– Olha!
– O quê?
– A amiga.
– Ah! É belíssima! Eu bem te disse... é um docinho.
– Avança!
– Avanço o quê?
– Vai falar com ela. Ela vai para o bar, aproveita.
– Aproveito o quê?
– Porra!... É preciso fazer-te um desenho?
– Vai-te lixar!
– Mas não vais lá?
– Tu deixaste fugir a outra, agora queres que eu me safe com esta. Achas?!
– O que é que uma coisa tem a ver com outra?
– Tem que, daqui a bocado a gaja vai dizer à amiga para vir para o pé de nós, ela vê-te e... bau-bau!
– Bau-bau?
– Sim, bau-bau, se tu não lhe deste assistência, achas que a gaja depois vem comer-te nas palminhas?... Deves achar-te o Brad Pitt.
– Mas por essa altura, tu com a tua sapiência, discernimento e especiais conhecimentos dos gostos, desejos e sentimentos femininos já deste a volta àquela, que não te vai querer largar.
–Vai-ta foder!
– Olha.
– O que é aquilo?
– Um gajo. Um gajo que avançou, que arriscou e, pelos vistos, parece que tem o bilhete premiado...
– E vai comê-lo...
– E tu, népias!
– Olha... Olha que tu também podes falar. Deves ir comer uma grande coisa!
– Mas eu não ando à procura...
– Vai-ta foder mais as tuas teorias... Deixa-te de merdas!... Andamos todos, caralho. Andamos todos ao mesmo! Vamos mas é beber pinga!
– E chorar os momentos que não passámos.
– Foda-se, chora tu, que eu ainda espero passar.
– Passar o quê?
– Olha, nem que seja a ponte a pé.
– Vamos nessa...
– Vanessa...
– Como foste nessa...
– Não cantes isso.
– Porquê?
– Estragas!
– Estragado estás tu.
– Foda-se, tanta conversa. A gente veio aqui para ver gajas, beber pinga ou discutir o sexo dos anjos?
– Os anjos têm sexo!? É?! Qual é a tua opinião?
– Vai-te lixar!
– Vai tu.
– Quando chegar a casa, vai ter de ser, podes crer!
– O quê?
– Até deitar fumo!
– O quê?
– Quando chegar a casa, vou bater um punhetão qu’arrebento o bidé!
– O bidé? Tu usas o bidé?
– Às vezes, qual é o problema?
– Nenhum, cá por mim até podes mandar para os azulejos da casa de banho.
– Já tem calhado.
– Foda-se, estava só a brincar.
– Olha! A tua amiga.
– Tu já estás safo, não é?
– Safo do quê?
– Tens o bidé!... Já venho.
...
de Garfiar, só me apetece
13 dezembro 2005
Decorando-te de mim
Títulos de filmes porno
Em Portugal, procuro há muito tempo cartazes de filmes pornográficos para a minha colecção. E os títulos traduzidos são muitas vezes verdadeiras pérolas. Relembro «Virgem de Neve e os Sete Matulões», «O ANALista Negro», «Um Burro Com Sorte», «A Tua Aguenta Com 5», «Papá, Eu Como a Tua Mulher», «Buracos Bem Abertos Por Martelos Gigantes», «Computas Em Casa», «Todo o Mundo É Cornudo» ou «Partes-me a Bilha» (OK, confesso, este último foi inventado por mim).
A malta não alinhou mas o malto indicou mais:
Bruno - «King Dong», com a deslumbrante Candy Apples;
Macaco Adriano - «Rambooooohhhhh» [este fez-me lembrar o clássico do cinema porno de animação «Tarzoon, a Vergonha da Selva», em que pilas-canhão se encolhiam e estendiam repetidamente até dispararem]
seven - Carago, São! 'Tava mesmo para fazer um post sobre este tema e tiraste-me a ideia... buáááá! Mas espera pelo fim de semana que eu já te respondo... Só não tenho é cartazes, mas ainda me lembro dos nomes [já estou em contagem decrescente para o fim de semana]
Mano 69 - «Pijaminha de Cuspo», o filme da vida do 1313, «Lambe-me Toda I» e «Lambe-me Toda II» (a sequela)
Endorfina
Oh São, tenho tantas saudades do corpo dele. De sentir as suas mãos a puxarem-me as orelhas e o pescoço ao mesmo tempo, para a minha boca desabar na dele em marés vivas de línguas e salivas. De lhe teclar o rosto, estendendo os meus dedos a partir do seu queixo até as palmas lhe taparem os ouvidos e as pontas atingirem o elástico do rabo de cavalo de cabelos macios. De adivinhar a volta de 90º do seu tronco e ancas, mantendo apenas a goma dos lábios que conjugada com o calor do seu esterno me eriça a coluna vertebral enquanto espalma as suas mãos nas minhas nádegas alvoraçando os tecidos da saia e entre eles descobre, em mim, o licor cálido latejante ao toque do indicador, do médio e do anelar. Saudades de intrepôr entre mim e ele o meu braço direito para ler em braille a progressiva ascenção dos testículos, a crescente arrogância do pénis e lhe garrotear a glande húmida num vaivém de ritmo cardíaco. De notar os seios a fermentarem como claras em castelo duro e todos os músculos da vagina a levedarem para almofadar as investidas de ariete.
Tenho saudades da intensidade daquele exercício moderado e do gotejar do suor que nos baixava a temperatura dos corpos quando amortecíamos os repetitivos movimentos pendulares e parávamos de nos contorcer, numa visão de neblina matinal.