Oh São, tenho tantas saudades do corpo dele. De sentir as suas mãos a puxarem-me as orelhas e o pescoço ao mesmo tempo, para a minha boca desabar na dele em marés vivas de línguas e salivas. De lhe teclar o rosto, estendendo os meus dedos a partir do seu queixo até as palmas lhe taparem os ouvidos e as pontas atingirem o elástico do rabo de cavalo de cabelos macios. De adivinhar a volta de 90º do seu tronco e ancas, mantendo apenas a goma dos lábios que conjugada com o calor do seu esterno me eriça a coluna vertebral enquanto espalma as suas mãos nas minhas nádegas alvoraçando os tecidos da saia e entre eles descobre, em mim, o licor cálido latejante ao toque do indicador, do médio e do anelar. Saudades de intrepôr entre mim e ele o meu braço direito para ler em braille a progressiva ascenção dos testículos, a crescente arrogância do pénis e lhe garrotear a glande húmida num vaivém de ritmo cardíaco. De notar os seios a fermentarem como claras em castelo duro e todos os músculos da vagina a levedarem para almofadar as investidas de ariete.
Tenho saudades da intensidade daquele exercício moderado e do gotejar do suor que nos baixava a temperatura dos corpos quando amortecíamos os repetitivos movimentos pendulares e parávamos de nos contorcer, numa visão de neblina matinal.
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Uma por dia tira a azia